Prevenir o risco de burnout

Um estudo da Small Business Prices colocou Portugal no topo de uma lista de 26 países europeus cujos trabalhadores sofrem ou correm maior risco de vir a sofrer de burnout. A psicóloga Catarina Lucas (na foto), especializada em diversas áreas do desenvolvimento humano, deixa, por isso, alguns conselhos para que se possa ir de férias descansado, sendo que desligar por completo nas férias torna-se essencial para contrariar esta tendência.

O burnout, também conhecido como síndrome de esgotamento profissional, acontece como resultado de uma resposta prolongada no tempo a fatores que causam stresse no trabalho, motivado pelo desejo de ser bem-sucedido, de atingir determinada posição ou a permanência num trabalho desinteressante por falta de oportunidades.

Vejamos os conselhos de Catarina Lucas:

1. Delegar – Tente ao máximo deixar o trabalho adiantado e aquilo que não for possível delegue em alguém de confiança e que conheça o seu trabalho tão bem que não precise de contactá-lo enquanto estiver ausente.

2. Avisar – É importante alertar colegas, clientes e fornecedores de que irá de férias e quem estará a substituí-lo. Assim, a tentação de o importunarem com trabalho será menor. Catarina Lucas explica que «se este trabalho não for feito previamente, continuará a ser incomodado nas férias e não conseguirá deixar de dar uma resposta».

3. Desconectar – Deixar de lado telemóveis (principalmente o do trabalho), portáteis, ou tablets para ajudar a descansar a mente.

4. Quebrar a rotina – «Aproveitar as férias para fazer coisas diferentes e para deixar horários de lado é essencial para desconectar e reequilibrar», advoga Catarina Lucas.  
5. Estabeleça um horário para consultar o e-mail Em casos excecionais, onde o tipo de função não permita uma desconexão total, reservar 15 minutos por dia (em horário a definir) para consultar o email e dar resposta a coisas urgentes, inadiáveis ou indelegáveis. 
6. Out of office um dia antes das férias oficiais – Deixar uma mensagem de aviso no email sobre o período de férias e configurá-lo um dia antes das férias. Assim, aproveita o último dia para colocar todo o trabalho em dia.

7. Tempo individual – Mesmo de férias e estando com pessoas que amamos, retirar algum tempo para estar sozinho ou fazer as nossas coisas, pode ser muito importante. «Por muito que gostemos daqueles que connosco gozam férias, 24 horas por dia durante vários dias, em total convivência, pode ser desgastante», defende a especialista.

Catarina Lucas é doutoranda em Psicologia Clínica na Universidade de Lisboa, mestre em Psicologia Clínica e da Saúde pela Universidade da Beira Interior e licenciada em Psicologia pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Desenvolveu, ao longo dos anos, a sua atividade em contexto hospitalar, agrupamentos de escolas e colégios privados, empresas privadas de prestação de serviços de saúde, centros médicos e clínicas. Em 2017, abriu o Centro Catarina Lucas, do qual é diretora clínica e onde conta com uma equipa multidisciplinar altamente especializada e diferenciada em várias áreas da psicologia, psiquiatria e do desenvolvimento humano. O foco é a promoção da saúde mental. É autora de vários livros para profissionais da área da Psicologia e para o público em geral. Leciona no ISEIT – Instituto Piaget de Almada, no curso de licenciatura em Psicologia e Membro Associado da Sociedade Portuguesa de Terapia Cognitiva, Comportamental e Integrativa. É também formadora em diversas áreas, desde o mercado empresarial até à prestação de cuidados de saúde, geriátricos e infantis. Mais informações aqui.

Estudo da Small Business Prices aqui.