Nova garrafa, reformulação das caixas e cobertura vegetal da nova adega representam uma redução significativa da pegada ambiental da marca.
Texto: Redação Human
Numa trajetória contínua de procura de soluções cada vez mais sustentáveis e eficientes, o Soalheiro lançou um novo modelo de garrafa personalizado e traz a sua produção para Portugal.
Os irmãos António Luís Cerdeira e Maria João Cerdeira entendem que estes são novos passos dados no mesmo sentido de sempre. Maria João Cerdeira assinala: «A qualidade e a consistência dos nossos vinhos sempre foram consequência de princípios que não queremos alterar, mas que precisamos de reinventar para não se perderem. Quando os nossos pais, com a ajuda dos nossos avós, plantaram a primeira vinha, nós éramos muito pequenos. Crescemos a ouvir dizer que tínhamos de acarinhar a terra e as videiras para que nos dessem as melhores uvas. Uns anos mais tarde, a garagem deixou de abrigar o nosso Ford Escort vermelho e apareceram os primeiros rótulos com o nome Soalheiro. A partir do momento em que começámos a juntar às nossas uvas as de família e de amigos vizinhos, os nossos pais sempre nos mostraram, sem precisar de o pôr em palavras, que tínhamos de respeitar ao máximo o trabalho destes viticultores e o que as vinhas nos davam. E é daí que vem a nossa preocupação com a natureza e com as pessoas que a trabalham, aquilo a que gostamos de chamar de Território.»
A aposta na produção em Portugal da nova garrafa reduz as emissões de CO2 no transporte em 8,5 vezes, uma vez que até agora as garrafas vinham do centro da Europa. Para que tal mudança fosse possível, a primeira marca de Alvarinho de Melgaço investiu num modelo personalizado e de design ecoeficiente, que além de colocar Portugal como fornecedor prioritário permitiu uma redução de 19% das emissões de CO2 no seu fabrico. Um novo modelo que traz, também, melhorias diversas, conforme assinala António Luís Cerdeira: «A nova garrafa foi concebida para se guardar mais facilmente no frigorífico e numa prateleira, a pensar nas casas de família, nos restaurantes e nas garrafeiras. Tem uma marisa dupla que facilita um corte preciso e elegante da cápsula, a pensar não só nos sommeliers, mas também a pensar nos recém-apaixonados pelo vinho. Por último, optamos por gravar Soalheiro no vidro, um pequeno detalhe que terão de procurar com atenção, uma espécie de assinatura de toda a equipa, de todos os viticultores que ajudaram a escrever a nossa história e cujo esforço queremos ver reconhecido em cada uma das nossas novas garrafas.»
Nesta trajetória de sustentabilidade, também, as caixas do Soalheiro foram personalizadas, consumindo agora menos 39% de cartão em cada embalagem e representando uma redução da pegada no transporte. O cartão passou a ser oriundo de florestas geridas de modo responsável (certificado FSC) e a funcionalidade da caixa veio realçar uma das caraterísticas que António Luís Cerdeira, que é o enólogo do Soalheiro, mais aprecia nos vinhos: «Uma das qualidades marcantes do Soalheiro é a frescura aromática que transporta quando consumido jovem, aliada a uma grande capacidade, que nos surpreende constantemente, de evolução em garrafa. Enquanto desenvolvíamos o protótipo da nova caixa com uma empresa portuguesa, decidimos que a caixa deveria passar a contemplar essas duas possibilidades: depois de aberta, pode ser guardada em pé, por quem pretende beber o vinho ainda jovem, ou deitada, posição ideal para que o vinho possa evoluir em garrafa da melhor maneira possível.»
Certificação ambiental
Os novos projetos foram desenvolvidos pelo Núcleo de Investigação do Soalheiro, que surgiu após a adega ser a primeira em Portugal, em 2019, a ter uma certificação IDI (Investigação, Desenvolvimento e Inovação). Já antes, a empresa tinha certificação ambiental de toda a atividade, e desde 2006 certificação biológica de todas as vinhas da quinta. Maria João Cerdeira, que é responsável pelas vinhas e pelas infusões do Soalheiro, diz que as certificações só têm sentido se forem olhadas como uma oportunidade para a reinvenção e o aumento da qualidade com redução do impacto: «A nossa ideia é olhar esta trajetória como uma oportunidade para melhorar e não como uma limitação. A certificação biológica das vinhas permitiu um aumento da biodiversidade nas parcelas e o desenvolvimento de vinhos que já são icónicos para o Soalheiro, como o Nature ou o Terramatter. A certificação ambiental é reflexo do desenvolvimento de uma consciência coletiva na empresa que, só em 2020, nos permitiu uma redução de 10% nos resíduos de cartão e plástico. Pensar na eficiência ambiental tem-nos permitido reinventar a empresa, reforçando valores centrais para o Soalheiro como a consistência e a qualidade.»
Já em abril deste ano, o Soalheiro tinha dado a conhecer uma parceria com a fundação The Porto Protocol, cuja missão está centrada na mitigação das alterações climáticas, para o desenvolvimento de uma cobertura vegetal na modernização da adega, que além de um melhor enquadramento paisagístico, trará uma poupança energética estimada de 26% ao ano.