Tudo vai bem quando está tudo bem. Quando as coisas se complicam, a capacidade de liderança e colaboração tornam-se imprescindíveis para se alcançar resultados.
Texto: Mário Henriques
Ao contrário dos últimos 10 anos, onde o foco era crescer, vamos viver num ambiente onde, muitas vezes, a palavra de ordem é sobreviver. Isso acabará por transformar os ambientes das empresas em cenários atípicos, onde se tem de combinar o esforço e a produtividade com a incerteza e a distância física entre todos. Falamos de um desafio novo e enorme.
Porque somos, naturalmente, um ser social que precisa de conhecer o dia de amanhã, quando não temos estas duas variáveis de forma continuada isso acaba por ter reflexos negativos na motivação no trabalho e no nosso bem-estar.
É neste contexto que fechamos o ano de 2020, e entramos em 2021. Parece-nos pouco falar sobre a dúvida à volta dos modelos de trabalho e formação virtuais ou presenciais. São detalhes face a esta complexidade. O que impera são as verdadeiras necessidades das pessoas e das empresas para estarem nas suas funções e nos mercados com eficácia, preservando sempre princípios que devem ser orientadores de qualquer solução – a segurança e a saúde de todos (nas suas diferentes perspetivas).
A felicidade no trabalho deixa de ser uma moda engraçada a que muitos foram aderindo. Agora, com o trabalho em casa, e a distância, esta é uma preocupação diária que o vírus nos impõe. Por isso os ambientes que promoverem o bem-estar e a felicidade terão maior conexão emocional entre todos e com a marca da empresa, e isso irá trazer melhores resultados.
Num mundo onde há medo e o caminho futuro depende de cenários alternativos que mudam diariamente, estar visível e ao lado das pessoas é vital. Tanto os líderes como as suas equipas terão de ser capazes de contrariar este ambiente com mais proximidade, empatia e uma preocupação que ultrapasse a esfera profissional. Este será o maior poder transformador ao alcance dos líderes para conduzirem as pessoas e as equipas.
É nesse sentido que os próximos tempos estarão dedicados a reforçar o intangível como a cultura, o engagement das pessoas, o bem-estar, o «espírito» da equipa e a colaboração remota entre todos para objetivos que estão sempre a mudar. Situação a situação, equipa a equipa, pessoa a pessoa, é a costumização dos percursos e das soluções formativas ou de treino que farão a diferença. Isso implicará a mistura de salas físicas com salas virtuais, aproximando os grupos de trabalho, num enquadramento que permita a concentração e o foco de todos durante sessões curtas com energia positiva, e muito produtivas.
»»»» Mário Henriques é managing partner do High Play Institute