Já nas livrarias
O que escreviam a Torga

«Cartas para Miguel Torga» ajuda a conhecer a vida, a obra e o universo pessoal do autor de «Bichos» e «Contos da Montanha».

Texto: Redação Human

 

Organizado e prefaciado por Carlos Mendes de Sousa, o livro «Cartas para Miguel Torga» reúne uma parte da correspondência enviada para Miguel Torga por personalidades das mais diversas áreas, entre as quais se destacam Fernando Pessoa, Adolfo Casais Monteiro, Mário Soares, Fernando Piteira Santos, Jorge de Sena, Jorge Amado, Jack Lang, Cecília Meireles, Óscar Lopes, Teixeira de Pascoaes, Vitorino Nemésio, Sophia de Mello Breyner Andresen, Eduardo Lourenço, Ruben A. e Gonzalo Torrente Ballester. Há também algumas cartas de pessoas que não são conhecidas do grande público.

«Cartas para Miguel Torga» é um livro de singular importância, que ajuda a conhecer a vida, a obra e o universo pessoal do autor de «Bichos» e «Contos da Montanha». A edição é da D. Quixote.

Miguel Torga é o pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha, autor de uma produção literária vasta e variada, largamente reconhecida. Torga nasceu em São Martinho de Anta em 1907. Depois de uma experiência de emigração no Brasil durante a adolescência, estudou Medicina em Coimbra, onde passou a viver e onde viria a falecer em 1995. Foi poeta presencista numa primeira fase; a sua obra abordou temas bucólicos, a angústia da morte, a revolta, temas sociais como a justiça e a liberdade, o amor, e deixou transparecer uma aliança íntima e permanente entre o homem e a terra. Estreou-se com «Ansiedades», destacando-se no domínio da poesia com «Orfeu Rebelde» e «Cântico do Homem», bem como através de muitos poemas dispersos pelos 16 volumes do seu «Diário». Na obra de ficção distingue-se «A Criação do Mundo», «Bichos», «Contos da Montanha» e «Novos Contos da Montanha», entre outros. O «Diário» ocupa um lugar de grande relevo na sua obra. Como escritor dramático, Torga publicou três livros: «Terra Firme», «Mar» e «O Paraíso». Recebeu o «Prémio Camões» em 1989 e o prémio «Vida Literária» (atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores, APE) em 1992.