«Talento Z: Os nativos digitais no mercado laboral»

Grupo com posição de destaque mundial em recrutamento de profissionais qualificados, a Hays acaba de apresentar o novo relatório nacional «Talento Z: Os nativos digitais no mercado laboral», onde identifica as principais tendências de mercado de quatro distintas gerações: os Baby Boomers, a Geração X, a Geração Y ou Millennials e a Geração Z.

 

As gerações e o gosto pela área

De acordo com este estudo e o mais recente «Guia do Mercado Laboral 2019», verificou-se que os perfis mais procurados para o presente ano são os comerciais, de tecnologias de informação (TI) e de engenharia. No entanto, a nova geração, a Geração Z, prefere apostar mais em áreas como a gestão.

O «gosto pela área» foi o fator que mais influenciou as quatro gerações na tomada de decisão da área escolhida. Mas ainda é mais interessante perceber que o salário tem também bastante influência nos Baby Boomers (7%), na Geração X (12%) e nos Millennials (9%), mas não tem relevância para a Geração Z (0%). A mais recente geração importa-se mais com as saídas profissionais do que qualquer outra geração. Esta análise explica um pouco a nova mentalidade, que é baseada em fazer algo de que gostem mais e que seja uma tendência, mas não necessariamente pelo retorno financeiro.

Ainda assim, se os Baby Boomers, os Millennials e a Geração X pudesse investir numa outra área de formação as áreas de gestão e TI seriam as preferidas.

 

As gerações no mercado de trabalho

Prevê-se que as novas gerações trabalhem durante mais anos que as gerações anteriores. Por isso mesmo, seria expectável que demonstrassem mais interesse em trabalhar em diferentes empresas ao longo da carreira profissional, mas os resultados apontam para o contrário. A Geração Z é, de todas as outras analisadas, a que quer trabalhar em menos empresas.

Paula Baptista, managing director da Hays Portugal, refere: «Ao analisar o relatório, percebe-se também que à medida que as gerações vão avançado as expectativas em relação ao tempo de espera por uma promoção vai reduzindo. Ou seja, as primeiras gerações são mais pacientes para verem os resultados/ benefícios do seu trabalho do que as novas gerações, que querem ser valorizadas mais de imediato.»

Num mercado liderado pelo candidato, os benefícios podem ser a chave para a atração e a retenção de talentos. Por isso mesmo, o estudo analisou os principais benefícios de cada geração. Os Baby Boomers referem como os três principais benefícios seguro de saúde (86%), formação e certificações (66%) e automóvel para uso pessoal (61%). Na Geração X referem seguro de saúde (88%), formação e certificações (80%) e flexibilidade de horários (76%). Os Millennials referem também seguro de saúde (82%), formação e certificações (79%) e flexibilidade de horários (76%). Por fim, na Geração Z referem possibilidade de trabalhar a partir de casa (72%), seguro de saúde (72%) e flexibilidade de horários (70%).

Ainda é interessante analisar que a Geração Z é a que mais valoriza refeitório (46%), cartão-refeição (38%), subsídio de transporte (52%), acesso à Internet para uso pessoal (26%), descontos em produtos ou serviços (50%) e dias de férias extra (60%).  No entanto, esta geração não demonstra particular interesse em ter automóvel para uso pessoal como benefício. Aliás, este benefício tem vindo a decrescer gradualmente de importância a cada nova geração.

Ainda numa vertente de atração e retenção, as chefias e os managers têm um grande impacto direto nos colaboradores. Segundo o relatório, a Geração X e a Geração Y concordam em considerar que os seus superiores não têm as soft skills necessárias para desenvolver a função. Como justificação, descrevem que uma chefia ideal seria alguém motivador, justo, ético, transparente e experiente.

 

A emigração qualificada

Em 2019, existe uma boa conjuntura económica portuguesa e o mercado laboral encontra-se cada vez mais dinâmico. Assim, estes dois fatores contribuem para o abrandamento nas tendências de fuga de talento para o estrangeiro nos últimos anos. Ao analisar os resultados, nenhuma das gerações revela particular interesse em emigrar num futuro próximo.

Quando questionados sobre quais os países que consideram mais apelativos para emigrar, Espanha apresenta-se como o país menos apelativo para a Geração Z, do que para as restantes. Os Estados Unidos são o país mais apelativo para esta geração, seguindo-se Alemanha e Espanha. Para as restantes gerações, as preferências passam por Espanha, Alemanha, Angola e Reino Unido.

 

Metodologia
O relatório «Talento Z: Os nativos digitais no mercado laboral» traduz-se na análise de preferenciais e tendências no mercado laboral, de quatro diferentes gerações, em Portugal. Mais de 855 inquiridos anónimos de quatro diferentes gerações aceitaram participar no inquérito a nível nacional.

As diferentes gerações foram determinadas pelos anos de nascimento, sendo que os Baby Boomers estão compreendidos entre os anos 1946-1964, a Geração X entre os anos 1965-1980, os Millennials entre os anos 1981-1994 e, por fim, a Geração Z entre os anos de 1995-2012.
O estudo é fundamentado no conhecimento enquanto empresa de recrutamento especializado, de modo a proporcionar às empresas um panorama de como cada geração, especialmente da Geração Z, encara o mercado de trabalho. Em relação à Geração Z, foram analisadas apenas as respostas dos inquiridos entre os anos compreendidos entre 1995-2001.

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