Hays destaca programas de retorno como chave para escassez de competências

Incentivar os profissionais qualificados, que fizeram uma pausa na carreira, a voltarem para o mercado de trabalho pode ajudar as empresas a lidarem com a escassez de competências, segundo os especialistas em recrutamento da Hays.

Segundo a Hays, fazer uma pausa na carreira está a tornar-se cada vez mais comum no mundo laboral, pois os profissionais pretendem tirar um tempo para cuidar da família, ou formar uma, voltar a estudar ou viajar, ou então por motivos de saúde. Espera-se que no futuro a duração de carreira de uma pessoa aumente, juntamente com a esperança média de vida, o que significa que os profissionais também têm mais probabilidade e possibilidade de fazer uma pausa nas respetivas carreiras.

Para atrair e tirar o máximo proveito da experiência e das aptidões destes profissionais, algumas empresas estão a criar programas de retorno – uma nova ferramenta na estratégia de contratação das empresas. Existem várias empresas que já adotaram esta abordagem, como por exemplo a PayPal, a Willmott Dixon, a Target, a Microsoft, a Unilever, a IBM, a Vodafone e a Dell.

Matilde Moreira (na foto), manager da Hays Portugal, assinala: «Algumas empresas têm dificuldades em desempenhar todo o seu potencial devido à escassez de competências. Uma forma eficaz de combater isso é trazer esses profissionais, com as aptidões essenciais, de volta ao mercado de trabalho. Assim, algumas empresas estão a começar a garantir a implementação de um programa de retorno eficaz.»

Atualmente, os programas de retorno são em geral focados para os profissionais que já não trabalham há mais de dois anos. O que diferencia este tipo de colocações de empresa para empresa é o nível de suporte disponível para facilitar a transição de regresso ao trabalho (o que pode incluir programas de buddying, formação ou programas de mentoria).

Muitas organizações estão também utilizar os programas de retorno como uma oportunidade interessante para abordar a diversidade, já que muitos dos profissionais que deixam o local de trabalho são mulheres, com o objetivo de criar uma família. Sendo a diversidade uma das principais prioridades de muitas empresas, essa é uma estratégia importante para garantir que eles tenham uma força de trabalho mais representativa. Para além disso, para garantir que os programas de retorno sejam atrativos, muitas funções são oferecidas a tempo parcial ou em horários flexíveis, antes de considerar um papel a tempo integral.

Matilde Moreira refere ainda: «Os custos de um programa de retorno são elevados, por isso as empresas devem estar cientes e realistas quando o iniciam. Devem certificar-se de que o retorno é visto como um investimento que vale a pena e que está a ser implementado para obter os melhores resultados. As empresas precisam de identificar onde há a escassez de aptidões nos seus negócios ou qual a área que beneficiará de uma maior diversidade.»

A Hays considera que os programas de retorno são altamente vantajosos para os profissionais, já que lhes proporciona a oportunidade de relançar a carreira e até mesmo as qualificações.