Empresas sem preparação para o digital

O estudo «Executive Monitor ‘The Digital-Savvy C-Suite e Boardroom’», desenvolvido pela Boyden Global Executive Search, aponta o risco de os gestores que não acompanharem a inovação digital atual poderem condenar as suas organizações a perderem competitividade. O relatório examina os desafios mais urgentes que a gestão e os boards em sectores não-tecnológicos enfrentam à medida que tentam compreender um ambiente digital em transformação, partindo de um questionário realizado junto de 1.200 profissionais no mercado norte-americano e também da opinião de especialistas e líderes.

Entre as principais conclusões identificadas conta-se a convicção entre a maioria dos participantes questionados (53%) que a gestão ou liderança sénior na sua organização não se encontra preparada para implementar uma estratégia digital de sucesso. Menos de metade (48%) indica que a sua organização se encontra a colocar algum tipo de ênfase na formação em ferramentas e processos digitais.

O investimento em processos no contexto digital pode não constituir uma prioridade para algumas organizações, especialmente se enfrentam desafios de viabilidade ou consolidação, visto não se tratar de uma estratégia que prometa resultados de retorno a curto-prazo. Mas a tendência face às novas oportunidades que se avizinham é incontornável e as expetativas abrem-se apenas a quem compreender o rumo prometido.

Luís Melo (na foto), partner da Boyden Portugal responsável pelo sector da tecnologia, afirmou «Perspetiva-se uma evolução de muitas indústrias que vão ser condicionadas por aquilo que as possibilidades do digital permitirem. Isso vai mudar totalmente o contexto dos negócios e criar novos paradigmas, o que pode provocar uma mudança significativa no contexto envolvente, nomeadamente nos mercados sem grandes barreiras à entrada. Na prática, tal significa o crescimento da função de CDO/ CTO/ CIO [chief digital officer, chief technology officer, chief information officer] para níveis de importância nunca antes alcançados. Ao invés do passado e ainda em muitas organizações nos tempos atuais, onde estes executivos eram/ são tanto melhores quanto melhor as suas áreas fossem/ sejam capazes de suportar as necessidades do negócio, no futuro são eles que vão determinar em muitas indústrias a evolução do negócio e que vão dizer ao restante board como este se vai desenvolver em função da evolução previsível da tecnologia no mundo.»

No cenário atual de prossecução de negócio, o responsável aponta para exemplos concretos que já começam, e que no futuro terão mais impacto ainda, a afetar a atividade a nível organizacional e social. Por exemplo: «Redução de headcount nas empresas esperada com a automação, uso da inteligência artificial e robotização de várias áreas funcionais, paralelamente com novas interrogações, com respostas ainda por definir, relacionadas com a reação da opinião pública, responsabilidade social nas empresas, intervenção dos sindicatos, segurança social e temas fiscais relacionados com a utilização de máquinas/ robots em vez de pessoas.»

De referir que a Boyden é uma empresa destaada em consultoria de liderança e talento com mais de 65 escritórios em mais de 40 países. O seu alcance global permite-lhe atender às necessidades de clientes em qualquer local no qual estes desenvolvam o seu negócio. Unimos organizações de referência a líderes de topo através de processos de executive search, interim management e soluções em consultoria de liderança.