Uma das conclusões da sétima edição do «Barómetro Kaizen de Recursos Humanos», do Kaizen Institute em Portugal, que questionou cerca de 80 empresas no país, é a de que o tema dos recursos humanos é intrínseco ao mindset e à gestão da empresa, isto para 73% dos inquiridos. Os dados mostram também que o nível de motivação dos trabalhadores tem vindo a aumentar – em 2014 a média era de 11,7 e cresceu para 12,5 em março de 2016, registando o primeiro decréscimo em outubro do ano passado, para 12,3, voltando agora a subir para uma média de 13,4 valores.
António Costa, senior partner do Kaizen Institute Western Europe, referiu: «O barómetro de recursos humanos permite-nos analisar o mercado laboral e conhecer com regularidade – fazemos este barómetro duas vezes por ano – de que forma os colaboradores estão mais ou menos motivados e como as direções de recursos humanos perspetivam as suas equipas a médio prazo e com se adaptam às mudanças das instituições, da economia e do mercado.»
O barómetro revela igualmente que 49% das empresas questionadas pretende recrutar, aumentando assim o número de colaboradores até ao final deste ano. 43% admite que não fará alterações e 8% afirma que haverá reduções dentro da instituição.
Dados recentes mostram também que as prioridades da equipa de recursos humanos passam por formação e desenvolvimento dos colaboradores (35%), motivação diária das equipas (24%), gestão do talento (22%), preocupação em criar um plano de benefícios e de compensações (5%) e em igual percentagem (3%) avaliação do desempenho dos colaboradores e ainda diversidades e inclusão das pessoas.
No âmbito das iniciativas existentes nas empresas para promover a relação entre as chefias e os colaboradores, 57% destaca o acompanhamento frequente da ligação entre os objetivos da equipa/ individuais e os objetivos da organização. 51% diz existirem momentos normalizados de comunicação, 43% exemplifica a existência de confraternização de comemorações de datas, 38% identifica os encontros regulares informais, 32% afirma existirem atividades de team building, 19% sublinha o acompanhamento do plano de carreira e ações e feedback e 11% admite não existirem iniciativas em concreto.
Quando questionadas sobre a eventualidade de as 35 horas semanais serem replicadas no setor privado, 49% das empresas afirma não ser um tema prioritário neste momento, 24% vê como um aspeto positivo que promoverá o equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal, 16% identifica-o como negativo devido aos custos adicionais com novas contratações. Não obstante, 5% vê a medida como positiva e suscetível de aumentar a produtividade dos colaboradores.
Face ao cenário da substituição de trabalho por máquinas a médio longo prazo, 68% integra já no plano estratégico da empresa a requalificação das competências dos colaboradores e 43% admite contratações de perfis com competências complementares. 35% dos inquiridos prevê reafectar pessoas a outras áreas já existentes, 27% afirma não ter atividades planeada e 16% afirma que criará novos departamentos para entrega de novo produto/ serviço.
Metodologia
O «Barómetro Kaizen» tem como objetivo reunir informação na área da gestão dos recursos humanos, auscultando, numa base semestral, cerca de 80 diretores de recursos humanos de empresas públicas e privadas de sectores como banca, indústria, saúde, logística e retalho e ainda serviços. Realiza-se desde fevereiro de 2014, sendo constituído por uma pergunta fixa, que pretende aferir o nível de motivação dos colaboradores, e por outras perguntas que variam, de acordo com a atualidade, pretendendo reunir informação para melhor compreender, aferir e perspetivar temáticas de recursos humanos de importância primordial para a gestão das organizações.
O Kaizen Institute
O Kaizen Institute é uma multinacional que fornece serviços de consultoria e formação ao tecido empresarial e a instituições públicas em mais de 40 países. Apoia entidades de todas as dimensões e de todos os sectores da economia. Fundado em 1985, por Masaaki Imai, tem as suas origens no sistema de gestão do Grupo Toyota. O seu objetivo é conferir vantagens competitivas às empresas, através de crescimento de vendas, aumento de produtividade, rentabilização e motivação de recursos, eliminação de desperdício, redução de tempos de execução e aumento de eficiência de equipamentos. Está em Portugal, com escritórios no Porto e em Lisboa, desde 1999, atuando em diferentes sectores de atividade: indústria, logística, saúde, distribuição e serviços, entre outros.