Art Legacy Hotel, em Lisboa

Cinco estrelas em design e atração

O primeiro Art Legacy Hotel de Lisboa é a nova aposta do AT Group. No número 179 da Rua do Ouro, na Baixa da capital, este cinco estrelas dispõe de 57 quartos, dos quais sete são suites, num conceito top luxury e mobilado por Moooi. A abertura está prevista para o final de outubro.

Texto: Redação «human»

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O AT Group, detentor dos My Story Hotels, apresenta em Lisboa «um hotel dos cinco sentidos e das cinco estrelas», experiência que considera única no âmbito da pluralidade dos seus empreendimentos hoteleiros.

O Art Legacy Hotel tem um diferencial de imagem que dos quartos e das casas de banho aos quadros e a outras peças decorativas assenta na diferenciação, no bom gosto e na modernidade, numa explosão de cores quentes e luminosas.

Deste conceito inspiracional, segundo o arquiteto Luís Rebelo de Andrade, surgiu um hotel com personalidade e carácter, funcional, confortável, singular e alegre, capaz de se impor na Baixa lisboeta, de janelas abertas para o futuro e para a imensa luz líquida da cidade, com forte poder de atração.

Com um restaurante fine dining a revelar em breve, o Art Legacy, alinhado com uma necessária consciência no âmbito da sustentabilidade, apresenta várias medidas eco-friendly, designadamente substituindo nos quartos as garrafas de plástico por unidades em cartão.

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Uma história de séculos

O hotel representa uma experiência de produto e serviço, cultura, conforto e originalidade. É um cinco estrelas que surge num dos mais belos e característicos edifícios da zona, com uma história de séculos.

Em 1918, em pleno coração de Lisboa, o fim da Grande Guerra marca o início de uma vibrante e tumultuosa centralidade. E depois do terramoto de 1755 a Baixa (reconstruída por Eugénio dos Santos e Carlos Mardel, sob as ordens do Marquês de Pombal) vem, na sua geometria quadricular, desagua no Terreiro do Paço a sul e nas praças do Rossio e da Figueira a norte.

Esta nova Baixa, até então morada de ourives, correeiros, sapateiros, douradores e demais ofícios, passa a albergar todo o cosmopolitismo elegante e endinheirado da capital. Moderna, de luz branca e líquida suspensa sobre os telhados das casas, era o local ideal para estar quem queria ser visto, apreciado, respeitado: homens de negócios, advogados, médicos, comerciantes… Em cada esquina uma confeitaria, uma casa bancária, um consultório, um escritório de advogados, uma casa de pasto, uma outra de tecidos, mercearias, cafés, modistas, alfaiates… 

Quem queria ter sucesso abria portas na Baixa, onde de quando em vez a velocidade de um automóvel assustava os transeuntes ajoujados de sacos, habituados a fintar carroças, carruagens, mulas, tipoias e o concorrido americano.

Quem nessa época dos loucos anos 20, cruzasse a agitada Rua do Ouro, iria deparar, entre os números 175 e 181, com um prédio elegante de quatro andares, propriedade da Companhia de Seguros Sagres, que o adaptara para escritórios. Era, e é, um belo edifício bem enquadrado e imponente, que honrava a empresa e nobilizava os seus clientes.

Foram na altura levantadas novas escadas, subiu-se o quarto andar – cada um dos andares dispondo de três metros de pé direito – as águas-furtadas passaram a mansardas destinadas a habitação e foi instalado um moderníssimo elevador, luxo a que só alguns se podiam dar. No rés-do-chão funcionava desde 1929, com portas abertas para a rua, o famoso e bem frequentado Café Cafouro, hoje uma Padaria Portuguesa.

Mais tarde, no correr dos anos 60, o edifício foi comprado pelo Grupo Bensaúde, sofrendo alterações significativas dos interiores: foram instaladas divisórias em vez de paredes, de forma a albergar a sede e as muitas áreas de negócio da empresa.

Ao nível da rua instalam-se lojas e comércio diverso, com a sede a ocupar todos os andares: administração, logística, navegação, seguros, bancos, turismo, transporte marítimo, combustíveis.

Foi depois do 25 de Abril de 1974 que a sede do Grupo Bensaúde mudou para os Açores, ficando porém os seus escritórios a ocupar os dois andares superiores, sendo os restantes alugados.

Agora, o edifício integrado no Plano de Pormenor de Salvaguarda da Baixa Pombalina deu lugar ao hotel de cinco estrelas Art Legacy. O traço do arquiteto Luis Rebelo de Andrade restruturou o exterior da fachada e a cobertura do edifício de seis andares, repôs o traçado e a métrica original, devolvendo-lhe as cantarias e as portas em ferro, acrescentando-lhe jardins verticais, valorizando a história e a arquitetura centenária de um dos mais belos e características edifícios da Baixa.

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