Doutor Finanças explica o que fazer para renegociar créditos

Empresa especializada em finanças pessoais e familiares, o Doutor Finanças explica de que forma a renegociação de créditos pode ser uma solução para recuperar a saúde financeira e indica os passos a dar para minimizar o risco de incumprimento.

Num contexto de subida progressiva das taxas de juro, muitas famílias têm sentido dificuldades acrescidas em equilibrar o seu orçamento e, em muitos casos, em cumprir com as suas obrigações. O impacto deste agravamento pesa sobretudo para quem contraiu um crédito habitação indexado à Euribor, e tem visto a sua prestação aumentar significativamente a cada revisão. Nestes casos, um dos caminhos a considerar para aliviar o peso da fatura mensal é renegociar o crédito.

Em primeiro lugar, para perceber qual a real situação de todos os créditos, deve consultar-se o mapa de responsabilidades de crédito. Posteriormente, é necessário calcular a taxa de esforço. Estas são as contas que vão permitir saber o peso que os créditos têm no orçamento, sempre tendo em consideração ainda outros gastos fixos mensais.

Depois de fazer as contas relativas às despesas, deve-se falar com o banco para tentar renegociar o crédito e reduzir os encargos com as prestações. Entre as condições que se pode tentar alterar encontram-se o spread; o prazo do indexante (Euribor a três, seis ou 12 meses); o regime da taxa de juro (fixa ou variável); o prazo para pagar o empréstimo; e a modalidade de reembolso. Existe ainda a possibilidade de renegociar os produtos associados ao crédito à habitação.

É fundamental estar atento e antecipar possíveis dificuldades no cumprimento dos contratos de crédito, alertando as instituições sobre a situação. Tendo em conta o Plano de Ação para o Risco de Incumprimento (PARI), e após avaliar a situação financeira do cliente, a instituição de crédito pode propor a alteração de uma ou mais condições do contrato. Entre as possibilidades contam-se o diferimento de parte do capital para uma prestação futura, o alargamento do prazo de amortização do contrato de crédito, a fixação de um período de carência de reembolso do capital ou de reembolso do capital e de pagamento de juros e a redução da taxa de juro do contrato durante um determinado período.

Rui Bairrada, chief executive officer (CEO) do Doutor Finanças, partilha: «É importante termos consciência de que algumas das soluções que têm como objetivo mitigar o risco de incumprimento, como por exemplo o alargamento do prazo dos empréstimos, vão tornar os créditos mais caros, no final das contas. Nesse sentido, não devem ser encaradas como opções mais vantajosas e, sim, como uma forma de resolver um problema, e evitar maiores riscos, até conseguirmos reorganizar as nossas finanças pessoais.»

Para quem tenha mais do que um crédito ao consumo, a consolidação de créditos também é uma possibilidade para baixar a prestação mensal dos empréstimos. Isto porque se passa a pagar uma única prestação por todos os financiamentos, com uma taxa de juro mais baixa, que permite poupar, em certos casos, até 60% no total dos encargos.

Caso já se esteja com uma ou mais prestações em atraso, para evitar o recurso a tribunais, deve-se solicitar a integração no Procedimento Extrajudicial de Regularização de Situações de Incumprimento (PERSI) para renegociar os créditos, obtendo novas condições contratuais.

Scroll to Top