Thiago Soares estreia em Lisboa a sua última digressão internacional
«Último Ato»

Consagrado entre os maiores bailarinos do mundo, Tiago Soares apresenta o espetáculo «Último Ato», no Teatro Tivoli, em Lisboa, já no próximo dia 20 de abril.

Texto: Redação «human»

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Um dos grandes bailarinos do mundo, Thiago Soares faz parte da história. O artista, que foi por 13 anos o principal bailarino do Royal Ballet de Londres e já se apresentou em mais de 30 países, anunciou «Último Ato», a sua última digressão internacional. A estreia será em Lisboa, no dia 20 de abril, no Teatro Tivoli – o mesmo palco em que apresentou o espetáculo «Duelo», em 2019, com bilhetes esgotados.

«É um espetáculo que brinca com a ironia de ser de fato um último ato, uma despedida. Dizem que o bailarino tem sua primeira morte quando deixa de dançar, então é uma brincadeira com a morte. É sobre fechar uma porta e abrir outras», explica o bailarino, que também é doutor honorário pela King’s College London e atualmente dirige o Ballet de Monterrey, no México,

Segundo Thiago Soares, «Último Ato» é diferente de tudo que já fez na carreira. Trata-se de um espetáculo teatral no qual a linguagem utilizada é a dança. «Nesse espetáculo temos artistas brasileiros, com origem no samba, na dança urbana, até mesmo no parkour. É uma coletânea de informações de movimento que transcende o clássico, sendo ainda um espetáculo de ballet clássico», conta, garantindo uma novidade: «Dessa vez, o público irá decidir o final.»

Sobre a estreia ser em Portugal, Thiago Soares explica: «Tivemos um momento muito bom em Portugal com ‘Duelo’. Fomos muito bem recebidos pelo público e criou-se uma memória linda do país. Depois estava muito animado para voltar com o espetáculo ‘Roots’, mas a pandemia obrigou-nos a adiar duas vezes. Isso deixou-me com um gosto amargo, uma vontade muito grande de fazer algo especial em Portugal. E chegou o momento.»

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Thiago Soares

O bailarino começou a frequentar a Escola de Circo no Rio de Janeiro, onde nasceu, aos 9 anos. Lá encontrou na acrobacia as primeiras experiências de sua arte e foi encorajado a buscar uma escola de dança para aperfeiçoar seus movimentos no breakdance e hip-hop. O início de sua carreira na dança clássica foi aos 15 anos, quando começou os estudos no Centro de Dança Rio. Ao destacar-se pelas suas habilidades e por ter um biotipo ideal para a dança, passou a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, conquistando a Medalha de Prata no Concurso Internacional de Dança de Paris.

Em 2001, Thiago Soares participou do Concurso Internacional do Ballet Bolshoi, na Rússia, e conquistou a medalha de ouro, disputada entre mais de 270 candidatos. A vitória foi um marco na história da dança nacional, já que foi a primeira para um brasileiro. Depois, foi convidado para estagiar no Balé Kirov, tornando-se o segundo estrangeiro a integrar a companhia em 100 anos de história.

No ano seguinte, foi convidado a integrar o corpo de baile do Royal Ballet de Londres. No posto de principal bailarino da companhia, entre 2006 e 2019, Thiago Soares teve no seu repertório o papel-título em inúmeras produções.

Fora do Royal Ballet, apresentou-se ainda como convidado nos principais teatros do mundo. Já teve passagem pelos Teatro Alla Scalla di Milano, Teatro Argentino de La Plata, Bolshoi, Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Estonian National Opera, Teatro dell’Opera di Roma e o Munich National Theatre.

Desde 2021, é o diretor artístico do Ballet de Monterrey, no México. Em 2022, estreou-se como coreógrafo no Carnaval do Rio de Janeiro, à frente da comissão de frente da Imperatriz Leopoldinense. No mesmo ano, o filme «Vermelho Quimera», dirigido e protagonizado por si, foi exibido no Festival de Cannes.