Dos vinhos ao renovado restaurante – o agora Legacy Winery Restaurant –, o ano de 2022 foi cheio de novidades com o cunho da família Serrano Mira, no que ao seu projeto alentejano Herdade das Servas diz respeito. É agora altura de apresentar o Herdade das Servas Reserva tinto 2017.
Texto: Redação «human»
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Disponível em garrafas de 750 mililitros e magnum, o Herdade das Servas Reserva tinto 2017 está à venda em garrafeiras e restaurantes, de norte a sul e nas ilhas. O ano de estreia deste vinho foi o de 2003, ou seja, existe uma história de duas décadas, com nove referências no mercado: 2003, 2004, 2006, 2008, 2011, 2013, 2015, 2016 e 2017. Trata-se de um tinto que na colheita de 2015 viu nascer o homólogo Herdade das Servas Reserva branco.
O blend do Herdade das Servas Reserva tinto 2017 mantém-se fiel à matriz das quatro castas Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Alfrocheiro e Aragonez, sendo afinadas as percentagens a cada ano, mas com maior destaque dado às duas primeiras. Depois de apanhadas à mão, as uvas passam ainda por uma seleção em mesa de escolha, à chegada da adega. São desengaçadas, fazem a maceração pré-fermentativa e a fermentação ocorre em lagares de mármore e em cubas de inox com controlo de temperatura. Concluída a fermentação malolática, o Herdade das Servas Reserva tinto 2017 estagiou em barricas de carvalho francês, de primeiro e segundo anos, durante 12 meses. Após o engarrafamento, o vinho repousou em garrafa durante 24 meses na adega.
Da vinificação ao vinho, o Herdade das Servas Reserva tinto 2017 tem um tom vermelho cereja profundo e muito límpido. No nariz, sobrassem aromas de ameixa, figo, cedro, chocolate, pimenta e notas fumadas. É um vinho complexo, estruturado, cheio, com notas de tosta de barrica e taninos equilibrados. O seu final de boca é longo e releva todo o potencial de guarda e envelhecimento, que é entre 20 e 30 anos, se conservado em local fresco e escuro. Como sugestões de harmonização, aconselha-se carnes vermelhas, de caça, queijos intensos e enchidos.
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A Herdade das Servas
Quando o produtor da Herdade das Servas, Luís Serrano Mira, recebeu na adega duas talhas de barro datadas de 1667 decidiu, em conjunto com o historiador José Calado, começar uma investigação sobre a origem remota à produção de vinho na família. Depois de vários anos de muita pesquisa, deu conta de que a produção de vinho começou há mais de três séculos e meio, dando origem ao livro A História da Vinha e do Vinho no Alentejo.
Luís Serrano Mira acompanhou, desde muito cedo, as atividades familiares no sector do vinho e, ao longo do tempo, foi assimilando vivências essenciais para o desenvolvimento do projeto Herdade das Servas: um player que tem vindo a afirmar-se de forma sustentada no mercado de vinhos de qualidade.
A família Serrano Mira zela por um património vinícola com cerca de 350 hectares, divididos em oito vinhas, distintas entre si e que se complementam na identidade e na idade, algumas com mais de 70 anos: Azinhal, Louseira, Cardeira Nova, Cardeira Velha, Pero Lobo, Judia (a mais antiga), Monte dos Clérigos e Servas. As vinhas estão instaladas a cerca de 300 metros acima do nível do mar, entre as Serras D’Ossa e de São Mamede. Os solos são vermelhos, derivados de calcários pardos ou cristalinos, com manchas de xisto, beneficiando de um clima mediterrânico, com elevadas amplitudes térmicas e verões quentes e secos.
Plantadas por talhões, são várias as castas presentes nas diversas vinhas da Herdade das Servas, entre elas as mais representativas: Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Aragonez, Cabernet Sauvignon, Castelão, Merlot, Petit Verdot, Syrah, Touriga Franca, Touriga nacional e Trincadeira, nas tintas, e Alvarinho, Antão Vaz, Arinto, Encruzado, Roupeiro, Sauvigon Blanc, Sémillon, Verdelho e Viognier, nas brancas.
A Adega da Herdade das Servas está equipada com moderna tecnologia de receção, vinificação e envelhecimento de vinhos, dando origem a tintos, brancos e rosés, sob as marcas Monte das Servas e Herdade das Servas. Uma aposta na diversificação com o objetivo de satisfazer o gosto do consumidor.
A herdade é berço de vinhos que refletem a história de uma zona de origem demarcada que afirma profundamente as suas características: o Alentejo. A dedicação com que os vinhos da família Serrano Mira são produzidos há várias gerações confere-lhes um corpo e uma alma ímpares e inconfundíveis. A simbiose entre as vinhas e a enologia é assegurada por uma equipa constituída por Luís Serrano Mira e Renato Neves.
O enoturismo é uma peça fundamental do projeto, tendo existido desde o início a preocupação de criar condições para receber e mostrar o processo de criação dos vinhos da família Serrano Mira, não esquecendo as etapas de degustação vínica gastronómica. Começou por ter uma loja e organizar visitas e provas de vinhos, tendo estendido, anos mais tarde, esse espaço para um lounge exterior, onde se pode degustar alguns petiscos. Com capacidade para 42 pessoas, soma à oferta o Legacy, um winery restaurant que aposta em pratos tradicionais do Alentejo, reinterpretados para uma amostra sofisticada do melhor cardápio da região. É um espaço adequado a uma experiência enogastronómica com o Alentejo, da comida ao vinho, e também para eventos de pequenos grupos.