Em tempos de constante mudança e crescentes desafios, as empresas precisam de avaliar as suas necessidades de negócio e perspetivar os colaboradores do futuro que serão capazes de responder às novas exigências profissionais. É expectável que um determinado número de profissões deixe de existir e que muitas outras sejam criadas para responder aos novos desafios, num curto espaço de tempo.
Texto: Marisa Pardal/ Rita Rocha
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Neste contexto, a formação profissional surge como uma ferramenta eficaz para promover o desenvolvimento dos trabalhadores, potenciando o crescimento sustentável e a competitividade das empresas, mitigando os impactos do já anunciado desemprego tecnológico.
Através da formação contínua, as empresas poderão adequar os conhecimentos dos seus trabalhadores, seja para colmatar lacunas que estão na base de uma baixa produtividade, seja para lhes facultar novas competências por forma a reforçar e valorizar as suas funções e, consequentemente, aumentar as suas responsabilidades (upskilling) ou, ainda, para permitir processos de requalificação ou transição de carreira (reskilling).
Com a entrada das novas gerações no mercado de trabalho, a formação profissional poderá contribuir para a retenção de talento nas empresas, através do aumento da motivação e valorização profissional dos seus trabalhadores.
Desta forma, as empresas poderão aliar a obrigação de ministrar formação contínua aos seus trabalhadores (num mínimo de 40 horas anuais) com a oportunidade de, por um lado, capacitar os seus quadros mais envelhecidos e/ ou menos qualificados e, por outro, diminuir a rotatividade – tendência que se tem acentuado nos últimos anos.
Cada vez mais, a planificação das ações de formação (para além de legalmente exigível) revela-se uma tarefa essencial para o sucesso das empresas, através da qual são identificados os desafios futuros do mercado e as funções e competências necessárias dos trabalhadores para atingir os resultados pretendidos.
Estas ações de formação poderão ser ministradas internamente, ou através do recurso a entidades credenciadas, revelando-se, em ambos os casos, um investimento com retorno efetivo.
Em face da constante transformação, caracterizadora da era digital, as empresas deverão, desde já, delinear e colocar em prática os seus planos de formação, em linha com a visão estratégica que pretendem adotar nos próximos anos.
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»»»» Marisa Pardal é head of training na SHL Portugal; Rita Rocha é associate na Vieira de Almeida (VdA)