Do terroir de Estremoz, no Alentejo, o produtor Luís Serrano Mira acaba de lançar, estando já disponíveis em garrafeiras de restaurantes de norte a sul do país e ilhas, uma nova colheita do Herdade das Servas Sem Barrica. Depois de um histórico de três edições (2015, 2017 e 2019), é agora tempo de apreciarmos o resultado da vindima de 2021.
Texto: Redação «human»
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Segundo o produtor da Herdade das Servas, trata-se de «um tinto com um carácter bem vincado, na estrutura e final persistente, a recordar-nos os grandes vinhos alentejanos do passado, sem a intervenção do estágio em barricas de madeira». Uma referência que reforça o posicionamento da família, produtora de vinho desde 1667, no que toca à preservação da autenticidade dos vinhos do Alentejo.
Das castas Alicante Bouschet (70%), Touriga Franca (15%) e Touriga Nacional (15%), as uvas que dão origem a este Herdade das Servas Sem Barrica tinto 2021 provêm de vinhas instaladas em solos vermelhos, derivados de calcários pardos ou cristalinos, com manchas de xisto, beneficiando de um clima mediterrânico com elevadas amplitudes térmicas e verões quentes e secos. O vinho estagiou durante quatro meses em cuba de inox, e após o engarrafamento repousou em garrafa na cave da Herdade das Servas durante três meses.
De cor vermelho-violeta, o Herdade das Servas Sem Barrica tinto 2021 é um Alentejo com a genuinidade de outrora: cheio de fruta, com aromas de amora e cereja, aliados a notas florais. Na boca, mostra-se intenso, complexo, fresco e elegante. Os seus taninos são finos e o seu final de boca é persistente, revelando assim todo o carácter primário das castas que lhe dão origem. Pelo seu perfil, adivinha-se um bom potencial de guarda, a ir até aos 15 anos, se conservado em local fresco e escuro, com a garrafa deitada. Como é apanágio dos vinhos desenhados por Luís Serrano Mira e criados numa simbiose entre equipas de produção e enologia, este é um vinho que pede comida, harmonizando com carnes vermelhas e de caça, enchidos e queijos intensos.