A retenção de talentos é uma prática que tem como objetivo manter os bons colaboradores nas empresas, através de estratégias e ações de integração, acompanhamento e reconhecimento. Com a competitividade no mundo corporativo cada vez mais acentuada, especialmente na área de tecnologias de informação e comunicação (TIC), a necessidade de gerar planos com foco nos melhores funcionários, para que estes se mantenham nas empresas, é cada vez mais real.
Texto: Nádia Nunes
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Esta prática proporciona algumas vantagens, destacando o crescimento das organizações, evitando que os seus recursos humanos de referência saiam para empresas concorrentes.
Quando se trata de outsourcing, proporcionar a integração do colaborador à equipa é extremamente importante. Estimular relações entre as equipas que compõem a empresa é uma estratégia pertinente para que a adaptação aos colegas seja mais fácil, uma vez que pode ser necessário que comuniquem entre si para trocar ideias ou discutir algum assunto transversal a processos. Dar que conhecer o espaço físico da empresa e apelar à sua participação em atividades organizadas pela mesma é outra forma que permite uma integração mais autêntica, e ajuda os colaboradores a sentirem que fazem parte da mesma e a vestir a camisola.
O acompanhamento é uma estratégia que funciona como um processo. O colaborador deve ser acompanhado desde que é simplesmente um candidato, até que seja um colaborador oficial, para que posteriormente se possa acompanhar e analisar a sua performance ao longo da sua vida profissional.
Procurar saber se recebeu e está a receber a formação adequada, que vá ao encontro dos projetos que irá desempenhar e desenvolver, se se sente integrado pelos colegas, se está a ter dificuldades em alguma área, são pormenores que podem fazer a diferença. Qualquer pessoa gosta de se sentir bem acolhida, mas manter esta preocupação e essa ajuda é realmente essencial e o desafio para todas as empresas.
Assegurar este constante cuidado com os colaboradores é verdadeiramente essencial. A desmotivação e a insatisfação pode ocorrer com frequência, por variadas razões, e é importante batalhar contra essa situação, que poderá disseminar-se por outros elementos da equipa. Assim, saber o motivo destes sentimentos é essencial para que possa surgir uma mudança e, por vezes, uma atenção personalizada.
Por norma, quando se diz que o trabalhador não está feliz no trabalho há a tendência quase imediata de pensar que é por questões financeiras ou contratuais, mas na verdade muitas vezes passa apenas por estar inserido num projeto que já não faz sentido para a sua evolução profissional. Sentir-se estagnado é quase que um sentimento de impotência. No entanto, por vezes trata-se apenas de uma pequena mudança que até pode ser exequível, ainda que não imediata, mas que a seu tempo irá fazer com que o colaborador abrace novamente outros projetos com mais eficiência e proatividade.
É neste sentido que surge muitas vezes a gestão de carreira, que consiste em programas de desenvolvimento onde é possível encontrar novos desafios que correspondam às necessidades profissionais de cada colaborador. Com isto, torna-se possível reter o talento já presente na empresa, ao invés de o perder para a concorrência, tal como sucede com muita frequência nas empresas de TIC.
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»»»» Nádia Nunes é people and culture manager da Think Attitude