O que torna um bom emprego num emprego de sonho

Um estudo realizado pela Michael Page, emprega global de recrutamento especializado, sobre as expetativas dos candidatos relativamente ao emprego, conclui que a estabilidade, a dimensão da empresa, o desenvolvimento pessoal e profissional e um regime flexível de trabalho são os fatores mais importantes.

O estudo, realizado junto de mais de 5.000 profissionais à procura de emprego em toda a Europa, incluindo Portugal, questionou os candidatos sobre o tipo de contratos que preferiam, os regimes ideais de trabalho e o respetivo compromisso para com a responsabilidade social corporativa (CSR), entre outras questões.

Quando interrogados sobre o tipo de contrato que estavam dispostos a considerar para a sua próxima função, 80% dos inquiridos afirmaram que gostariam de ter uma função permanente. Apenas pouco mais de um terço (34%) afirmaram que gostariam de um contrato temporário, ao passo que 15% ficariam satisfeitos com qualquer tipo de função.

O estudo questionou ainda os candidatos sobre a dimensão ideal da empresa onde aspiram trabalhar. A maior parte dos inquiridos (41%) refere as empresas de média dimensão, seguidas pelas grandes empresas (30%) e pelas pequenas empresas (25%). Relativamente às razões de escolha das empresas de média dimensão, 36% dos candidatos referem a rápida tomada de decisões que acreditam ser uma característica destas organizações. Outras vantagens identificadas por estes inquiridos incluem as maiores oportunidades de formação (30%) e a visão estratégica clara, apontada por 27%.

Por outro lado, as principais razões para a preferência das empresas de grande dimensão, são a oportunidade de os candidatos acelerarem o seu desenvolvimento profissional e de aferição de melhor salário. Dos inquiridos que preferem as grandes empresas, quase metade (46%) dos entrevistados sentem-se atraídos pelos programas de formação e desenvolvimento pelos quais estas organizações são conhecidas, ao passo que as oportunidades de promoção e a melhor remuneração são destacadas, respetivamente, por 39% e 27% destes inquiridos.

Embora as pequenas empresas tenham constituído a opção menos favorecida, as respostas deixam claro que estas organizações possuem vantagens únicas. A acelerada tomada de decisões salientada por 41% dos inquiridos e a atração para o tipo de cultura organizacional e «dimensão humana» referida por 40%, são as principais vantagens. Apenas pouco mais de um terço (34%) dos inquiridos atraídos pelas pequenas empresas gostam da ideia de terem mais autonomia para gerirem as suas próprias tarefas.  

A possibilidade de desenvolvimento profissional é outro requisito preferencial apontado pelos candidatos. Na atual economia do conhecimento, as pessoas à procura de emprego estão focadas na aquisição das competências de que necessitam para terem sucesso. Daí que 71% dos inquiridos tenham colocado o desenvolvimento formativo e profissional entre os benefícios em termos de emprego mais procurados. Seguem-se os sistemas privados de saúde para os colaboradores e para as respetivas famílias, uma prioridade essencial para apenas pouco mais de metade (51%) dos inquiridos. Outros benefícios que fazem a diferença incluem as vantagens financeiras e veículo da empresa (ambas escolhidas por 35% dos inquiridos) e os dispositivos fornecidos pela empresa (34%).  

A preferência pelo trabalho remoto surge também como uma das aspirações dos candidatos ao emprego. Segundo o estudo, mais de metade (59%) afirma que gostariam de trabalhar remotamente, a tempo parcial ou a tempo inteiro. As mulheres parecem valorizar mais os regimes flexíveis do que os homens; 65% das mulheres afirmaram que gostariam de trabalhar a partir de casa a tempo parcial ou a tempo inteiro em comparação com 53% dos homens. Relativamente à distribuição do tempo entre o escritório e a casa, 36% refere o regime de três dias no escritório e dois em casa.  Cerca de um em cinco (19%) gostariam de trabalhar a partir de casa durante, pelo menos, quatro dias por semana, ao passo que apenas 10% gostam da ideia de passar somente um dia em casa.  

Quanto aos principais pelos quais os colaboradores ainda preferem trabalhar a tempo parcial ou inteiro no escritório, destacam-se a oportunidade de socialização: 60% dos inquiridos destacaram as vantagens de ter reuniões informais com os colegas, ao passo que 50% gostam do tipo de laços sociais e momentos de descontração que apenas são possíveis num ambiente de escritório.  As equipas que ficam no escritório também podem beneficiar de um envolvimento superior dos colaboradores. Mais de quatro em 10 inquiridos (41%) salientaram a importância das reuniões presenciais, ao passo que 39% afirmaram que se sentiram mais empenhados no seu trabalho ao trabalharem presencialmente.

No entanto, a motivação para a escolha da empresa não reside apenas no estímulo salarial, nas oportunidades de desenvolvimento profissional e no regime de trabalho flexível. 75% das pessoas que responderam ao inquérito afirmaram que queriam trabalhar para uma empresa comprometida com a responsabilidade social corporativa (CSR). Quando solicitado para identificarem os valores de CSR mais importantes, 97% optaram pelos direitos humanos, ao passo que a responsabilidade ambiental e a responsabilidade económica foram, respetivamente, salientadas por 96% e por 94% dos inquiridos.

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Nota: o estudo contemplou 5.200 inquéritos respondidos por candidatos a emprego nos websites da Michael Page e da Page Personnel na Europa continental, entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022.