O escritor João Pinto Coelho aceitou o desafio que lhe foi lançado por muitos dos seus leitores, mais concretamente os leitores de Perguntem a Sarah Gross, publicado pela Dom Quixote em abril de 2015, e decidiu acompanhá-los numa viagem até aos campos de concentração em Auschwitz, naquela que será uma visita guiada pelos locais, exatos, onde decorre grande parte da história daquele que é o seu primeiro romance.
Texto: Redação «human»
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O número de interessados em viajar com o autor até à Polónia, uma iniciativa que conta com o apoio do Plano Nacional de Leitura e da LeYa, superou de tal modo as expectativas que foi necessário organizar uma segunda viagem: a primeira de 30 de julho a 4 de agosto; a segunda de 4 a 9 de agosto.
O próprio João Pinto Coelho explica como tudo começou: «Foi assim, a partir do itinerário de Perguntem a Sarah Gross, que esta visita foi pensada. Nela, além dos lugares mais populares de Cracóvia – a Cidade Velha, o Palácio Real de Wawel, a Fábrika Schindler, o antigo Gueto ou o bairro judeu de Kazimierz – e, ainda, dos antigos campos de Auschwitz I e Birkenau, iremos conhecer muitos outros, esses por onde passaram Sarah Gross, Henryk e Anna, Daniel e Esther, ou mesmo Max, o Corvo: a cidade de Oswiecim, a Solahutte, o Collegium Novum da Universidade…»
Perguntem a Sarah Gross, esse romance inesquecível que tem como protagonistas personagens que também dificilmente esqueceremos, encontra-se atualmente na sétima edição, já contando com a edição de bolso, existindo também uma versão em audiolivro. Está publicado também no Brasil e na Bulgária.
Para o escrever, o autor socorreu-se da sua própria experiência, uma vez que, entre 2009 e 2011, integrou duas ações do Conselho da Europa que tiveram lugar precisamente em Auschwitz, onde trabalhou de perto com diversos investigadores sobre o Holocausto. No mesmo período, concebeu e implementou o projeto «Auschwitz in 1st Person/ A Letter to Meir Berkovich», que juntou jovens portugueses e polacos e o levou novamente à Polónia e aos campos de concentração e extermínio. Realizou ainda diversas intervenções públicas, uma das quais, como orador, na conferência internacional «Portugal e o Holocausto», que teve lugar em 2012 na Fundação Calouste Gulbenkian.
João Pinto Coelho nasceu em Londres em 1967. Licenciou-se em Arquitetura em 1992 e viveu a maior parte da sua vida em Lisboa. Passou diversas temporadas nos Estados Unidos, onde chegou a trabalhar num teatro profissional perto de Nova Iorque e dos cenários que também são evocados em Perguntem a Sarah Gross – finalista do Prémio LeYa em 2014; nomeado para Melhor Livro de Ficção Narrativa em 2015 pela SPA e escolhido para representar Portugal, em 2016, no Festival do Primeiro Romance de Chambéry.
Publicou depois Os Loucos da Rua Mazur, igualmente ambientado na Polónia da II Guerra Mundial, vencedor do Prémio LeYa 2017, finalista do Prémio Fernando Namora e semifinalista do Prémio Oceanos. O seu mais recente romance, Um Tempo a Fingir, é de 2020.
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