Noocity procura os próximos community chief of vegetables em Portugal

A pensar num futuro mais sustentável e com especial ênfase no fortalecimento das relações humanas, a Noocity lançou um desafio às empresas portuguesas: encontrar um community chief of vegetables, isto é, alguém com a missão de assegurar a transição ecológica dentro da empresa, capaz de fomentar hábitos mais sustentáveis e revigorar as relações entre os colaboradores através do contacto com a natureza.

José Ruivo, chief executive officer (CEO) da Noocity, explica: «Numa altura em que muitas empresas se questionam sobre o futuro do escritório, a ideia de lançarmos este desafio, de cada empresa ter o seu community chief of vegetables, é um impulso para promover um movimento de consciencialização ambiental e o sentido de comunidade dentro das organizações. Passamos tantas horas da nossa vida no trabalho, que passa pela empresa o papel fundamental de promover um mindset de mudança comportamental.»

A Noocity, uma start-up portuguesa que pretende ligar as pessoas à terra através das suas hortas urbanas low-tech e eficientes, dispõe de um programa para hortas corporativas que permite às empresas e aos colaboradores um dia-a-dia diferente, mais comunitário e em harmonia com a natureza. Para criar uma maior interação com a horta – que poderá ser instalada num terraço, num jardim ou numa varanda existente no edifício da empresa –, a start-up portuguesa desenvolve atividades regulares, como workshops ou webinars, para os colaboradores porem «mãos à terra», aprenderem a cultivar os seus alimentos e criarem pausas mais saudáveis no trabalho.

Tal como os growers Noocity, os jardineiros responsáveis por manter e dinamizar as atividades no local, junto dos colaboradores, os community chiefs of vegetables, deverão ser amantes da natureza com capacidade de criar laços e inspirar à mudança. Segundo José Ruivo, cada uma dessas pessoas «é o elemento transformador dentro da organização, responsável por cultivar nas diferentes equipas um espírito alinhado com os valores da transição ecológica». O responsável diz ainda: «É muito gratificante para nós já estarmos a fazer este caminho com algumas empresas em Portugal.»

Dois exemplos são dados pela Microsoft e pela Natixis.

Rita Piçarra, chief finantial officer (CFO) da Microsoft em Portugal, que assume agora também este pelouro dentro da empresa, refere: «O papel dos community chief of vegetables é cada vez mais importante nas organizações. São eles os responsáveis por ajudar a recriar as memórias do campo na cidade e por plantar nas equipas a primeira semente para se envolverem com as hortas, levando à criação de momentos de partilha e aprendizagem. Esta visão está perfeitamente alinhada com o tipo de atividades que defendemos na Microsoft para a criação de um futuro mais sustentável e impacto positivo nas comunidades. Acredito que os community chief of vegetables são fundamentais para transformar o dia-a-dia das empresas e reforçar o elo de ligação entre os colaboradores.»

Por sua vez, Nádia Leal Cruz, communication and marketing manager da Natixis, que exerce também esta nova função, partilha: «É um orgulho integrar este projeto, que tem tido um impacto circular tão positivo, através da criação de um ainda maior sentido de pertença à empresa, fomentando a proximidade entre os colaboradores, mas também criando valor para a comunidade, que recebe os vegetais que plantamos.»

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Mais do que uma horta

De acordo com as mais recentes investigações sobre o futuro dos espaços de trabalho, há pelo menos um elemento que é certo: num mundo pós-pandemia, os espaços de trabalho não serão os mesmos. Num recente estudo de abril de 2021, a McKinsey avança que a tradicional ideia de ter 70% do espaço do escritório alocado a secretárias está a mudar por completo. Porque, segundo o estudo, as pessoas vão voltar aos espaços de trabalho apenas se este for um espaço seguro, confortável, de fácil acesso, mas também se convidar à colaboração e se tiver um fator «WOW».

José Ruivo comenta: «É precisamente por isso que uma horta corporativa faz cada vez mais sentido nas empresas de hoje em dia. Porque, à volta da horta, há tempo e espaço para socializar, para aliviar o stresse do trabalho, trocar ideias e, quem sabe, puxar pela criatividade. Além disso, está provado que o contacto com a natureza é uma excelente forma de promover o bem-estar, algo que é tão crítico nos dias de hoje.»  

Segundo a Associação Portuguesa de Horticultura, há evidências que demonstram que o contacto com as plantas reduz os níveis de stresse, baixando a pressão arterial; proporcionando uma sensação de conforto e estabilidade psicológica, e melhorando até o estado de humor.

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A Noocity

Fundada em 2013, a Noocity é uma start-up portuguesa, sediada no Porto, focada no desenvolvimento de produtos e serviços low-tech, inovadores, ecológicos e eficientes que permitam uma reconexão à natureza seja em casa, em empresas ou em espaços colaborativos, como escolas, condomínios ou hotéis. A sua missão é cultivar comunidades mais fortes, em torno da horta, promovendo a transição ecológica e ligando as pessoas: a si próprias, aos outros e ao planeta.

A Noocity combina um sistema de jardinagem exclusivo, fácil de usar e altamente eficiente, com um acompanhamento personalizado pelos seus growers locais (agricultores urbanos), de forma a oferecer uma horta comunitária autossuficiente.

Atualmente, conta com 100 clientes corporativos e mais de 1.200 clientes individuais, tendo vendido mais de 7.000 camas de cultivo por todo o mundo. A sua rede de growers locais está presente em Portugal, em França e na Bélgica, permitindo-lhe oferecer serviços personalizados aos clientes e enriquecer a sua experiência.

O seu objetivo é transformar cada cidade numa Noocity. Um lugar onde cada cidadão vive em profunda ligação com a natureza e onde beneficia de uma vida sustentável e feliz.

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Foto: Afonso Sousa