Brancos que pedem tempo
Real Companhia Velha sugere «Quinta de Cidrô Chardonnay 2018»

Data de 1996, ano em que a Real Companhia Velha criou um departamento de experimentação vínica, ao qual deu o nome de Fine Wine Division (FWD), o primeiro Chardonnay deste produtor de vinhos do Douro e Porto. Pela sua história, estórias e consistência, o «Quinta de Cidrô» é considerado um dos, se não o mais famoso Chardonnay de Portugal.

Texto: Redação Human

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Com origem nesta que é uma casta nativa da região da Borgonha, em França, e considerada a rainha das uvas brancas a nível mundial, o duriense «Quinta de Cidrô Chardonnay» é um branco que impressiona pela sua concentração e intensidade, exibindo uma complexidade de aromas tropicais, harmoniosamente integrados com ligeiras nuances de madeira e notas amanteigadas. Com uma excelente acidez, é um vinho refrescante e muito equilibrado, com um final de boca longo e persistente. Atualmente no mercado está a colheita de 2018. 

O nascimento e a chegada deste vinho ao mercado não foi fácil, como gosta de contar o diretor de enologia da Real Companhia Velha, Jorge Moreira, para quem este vinho é muito importante, sendo o segundo mais importante da sua vida vínica. Durante muito tempo, ninguém queria provar o «Quinta de Cidrô Chardonnay», nem cá dentro, nem em feiras internacionais, uma vez que era um Chardonnay português. Tudo mudou quando, em 1999, foi eleito o melhor Chardonnay do Concurso de Vinhos da Vinexpo. A partir daí toda a gente quis conhecer este e todos os outros vinhos feitos pela equipa da FWD da Real Companhia Velha. Já lá vai um quarto de século e muitos vinhos carregados de experimentação e investigação.

O «Quinta de Cidrô Chardonnay» tem origem na quinta que lhe dá nome, situada no planalto de São João da Pesqueira, na fronteira da sub-região do Cima Corgo com o Douro Superior. Um local privilegiado, onde castas internacionais convivem amenamente com as castas da região e manifestam ali as suas melhores características. Ali, o clima ameno e a altitude são aliados no amadurecimento lento das uvas, preservando assim toda a frescura, essência e intensidade desta casta, tão afamada e plantada em todo o mundo.

2018 foi, de facto, um ano fantástico para a produção de brancos, permitindo preservar toda a frescura, mas ao mesmo tempo encontrar o equilíbrio entre acidez, gordura de boca e intensidade varietal. Sendo a Chardonnay considerada uma casta quase neutra, exige algum trabalho de enologia, o que leva a equipa de enologia a eleger uma fermentação, seguida de um estágio feito em barricas de carvalho francês, por um período de seis meses. Isto permite ao Chardonnay revelar todo o seu carácter, revelando notas de pera, ananás e pêssego, a par com nuances especiadas, tão clássicas desta casta e reconhecidas em todo o mundo. Com a evolução em garrafa, o «Quinta de Cidrô’ transporta-nos para um lado mais guloso, mais complexo e redondo de um Chardonnay.

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A quinta

Situada em São João da Pesqueira e com uma localização privilegiada, a Quinta de Cidrô é uma propriedade de grande antiguidade e tradição. Foi adquirida pela Real Companhia Velha (por Manuel Silva Reis) em 1972, altura em que se iniciou um vasto programa de requalificação ao nível dos vinhedos, mas também do património urbano, através da recuperação do palácio e dos jardins envolventes.

A propriedade ocupa uma faixa retangular de terrenos, em colinas de suaves encostas, ao longo de cerca de 240 hectares, dos quais 133 são vinha. É uma das maiores manchas contínuas desta cultura no Douro. Remonta à década de 70 do século passado a plantação de vinha com um espírito pioneiro: adoção de técnicas culturais inovadoras e uso de tecnologia de ponta. O suave relevo permitiu a instalação de vinhas segundo a linha de maior declive (vulgo «vinha ao alto»), possibilitando a entrada de tratores com vista à mecanização de algumas tarefas culturais.

Ao nível das variedades, o carácter inovador continuou a estar na linha da frente em termos de opções. Plantaram-se castas nacionais de reconhecido mérito (ex.: Touriga Nacional) e outras de carácter internacional bem conhecidas em todo o mundo, das quais se destacam o Chardonnay ou o Sauvignon Blanc. Ao longo das duas últimas décadas, a Quinta de Cidrô foi-se transformando num modelo de experimentação vitivinícola – novas castas e novos estilos de vinhos –, que em muito tem contribuindo para a imagem de um Douro moderno. São 11 as referências que compõem o portefólio desta marca: Alvarinho, Sauvignon Blanc, Gewurztraminer, Boal, Chardonnay, Rosé, Rufete, Pinot Noir, Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon – Touriga Nacional e o Marquis, topo de gama da Quinta.