Patrícia Carneiro, da Blip
«Temos procurado soluções inovadoras para manter as nossas atividades e o quotidiano.»

Na tecnológica Blip, sediada no Porto, «os recursos humanos sempre foram, e continuam a ser, uma das prioridades centrais», assinala Patrícia Carneiro, senior human resources business partner, frisando que «a pandemia de Covid-19 não veio alterar este foco».

Texto: Redação «human»

.

O que tem representado a pandemia de Covid-19 em termos da gestão dos vossos recursos humanos?

Os recursos humanos sempre foram, e continuam a ser, uma das nossas prioridades centrais, e a pandemia de Covid-19 não veio alterar este foco. No entanto, o facto de termos quase a totalidade dos nossos colaboradores a trabalhar a partir de casa trouxe consigo alguns desafios, principalmente ao nível das relações interpessoais e manutenção da cultura organizacional.

Na Blip, tentamos que os colaborados sintam que o nosso escritório é a segunda casa e fomentamos diariamente a comunicação e a ligação entre as equipas. Sem estarmos todos no mesmo espaço físico, é muito desafiante tentar replicar todo este ambiente em casa de cada uma das nossas pessoas. Além disso, tivemos em 2020 mais de 80 novas admissões, o que significa que todos estas pessoas entraram na empresa sem conheceram pessoalmente os seus colegas de equipa e o próprio escritório. Mas isso não invalida que não continuemos a fazer todo o possível para que, mesmo em casa e a passar por um momento tão desafiante, todos os colaboradores da Blip continuem bem, física e psicologicamente, e acompanhados, mesmo que através de um ecrã.

Pode dizer-se que é o maior desafio que já enfrentaram nesta área?

A pandemia tem sido sem dúvida uma época desafiante para a gestão dos nossos recursos humanos. Para uma empresa como a Blip, cujo principal foco são as pessoas e o seu bem-estar, a estratégia adotada tem sido procurar soluções inovadoras para manter as nossas atividades e o quotidiano, mesmo nos moldes que este momento exige.

Quais foram as principais medidas que tomaram nos últimos meses?

Em novembro passado demos a todos os colaboradores um bónus de 400 euros para suportar despesas de eletricidade, gás, etc. Anteriormente, já tínhamos também fornecido um subsídio de 250 euros para a compra de material de escritório, para que cada uma das nossas pessoas pudesse criar o seu home office e sentir-se mais confortável a trabalhar a partir de casa.

Outras das iniciativas que temos incentivado passam pelo contacto on-line entre as equipas, mesmo que através de plataformas digitais, e pela formação dos colaboradores em áreas ligadas ao bem-estar, à gestão de stresse e à comunicação remota e virtual. Foi criado ainda o «Employee Assistance Programme», uma ferramenta de apoio disponível para todos os que trabalham na Blip e respetivos agregados familiares, que oferece assistência profissional em várias áreas – nomeadamente psicológica e social.

Além disso, implementámos uma nova política de férias flexíveis que permite aos colaboradores gozar até 30 dias de férias por ano, de acordo com a sua antiguidade na empresa.

Como têm envolvido e motivado as vossas pessoas neste novo contexto?

Desde março do ano passado que temos vindo a pensar em formas de motivar as nossas equipas e manter a cultura a que estamos habituados. Além de encorajar o contacto entre pessoas e equipas, continuamos com diversas atividades de employee experience, como festas e iniciativas de convívio virtuais, aulas de yoga e pilates, iniciativas de união e partilha, jogos… Além disso, continuam a ser preparadas novas atividades que motivem a participação e a interação, num momento em que muitos dos nossos colaboradores estão sozinhos nas respetivas casas.

Qual é o número de colaboradores da Blip?

No final de 2020, o número total de colaboradores rondava as 375 pessoas, das quais quase a totalidade está a trabalhar a partir de casa.

.

»»»» Patrícia Carneiro é senior human resources business partner da Blip, uma empresa portuguesa, sediada no Porto, que produz tecnologia e software à medida para web e mobile. Criada em 2009, a Blip foi adquirida em 2012 pela Paddy Power Betfair (PPB), empresa britânica de jogo on-line cotada na London Stock Exchange. Desde essa altura, registou um crescimento em número de colaboradores (de três para mais de três centenas) e em faturação, e tornou-se um dos principais hubs tecnológicos da PPB no mundo.