José Luís Peixoto regressa ao romance com «Almoço de Domingo». A vida, a memória e a família juntam-se em volta de uma mesa, com inspiração na figura de Manuel Rui Azinhais Nabeiro.
Texto: Redação Human
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Na véspera de cumprir 90 anos, um homem recorda o longo caminho da sua vida – este é o cenário de «Almoço de Domingo», o novo livro de José Luís Peixoto, um romance biográfico que reconstrói parte da história portuguesa, olhada a partir de uma geografia própria e de uma família. Chega às livrarias a 25 de março.
«Almoço de Domingo» decorre entre 1931 e 2021: é a história do senhor Rui, um homem marcante que revisita a sua vida, as suas memórias e recordações. Trata-se de um romance biográfico – próximo de uma biografia romanceada – de uma figura pública portuguesa, Manuel Rui Azinhais Nabeiro, personagem ímpar, com tanto de enigmático como de notável e generoso. A sua vida é um filme cheio de aventuras, enredos de risco, apostas políticas ou de negócios, e segredos nunca contados por detrás de um sorriso. Até hoje.
Em pano de fundo, o Alentejo da raia, onde o contrabando é a resistência contra a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de Abril, por figuras como Marcello Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.
A edição é da Quetzal.