As dificuldades que 2020 trouxe ao mercado colocaram todas as organizações em pé de igualdade e tornaram indispensável à sua sobrevivência a adoção de melhorias ao nível dos processos. A Gestão foi chamada a ter uma atuação ainda mais focada no presente, tendo como preocupação principal a resposta diária aos impactos das restrições colocadas em cima da mesa.
Texto: Ricardo Prazeres
Temas como a digitalização, o trabalho remoto, as soft skills e a profissionalização do recrutamento nas organizações já eram abordados há diversos anos, mas foram agora colocados como prioritários para as organizações que se querem manter na linha da frente dos seus mercados como exemplos de boas e inovadoras práticas.
O último Fórum Económico Mundial aponta algumas das principais soft skills, sendo que ganharam ainda mais destaque as competências de resolução de problemas, pensamento crítico e criatividade. Nesta fase, curiosamente, são também aquelas que permitem uma resposta mais eficaz aos desafios colocados diariamente às pessoas e às organizações. Ter profissionais nas empresas com capacidades elevadas nestes pontos, atuando de forma transversal, poderá ser uma vantagem competitiva.
A grande questão que as organizações colocam, atualmente, é como recrutar estes talentos sem descurar a preocupação pela orientação do negócio. Ter junto de si profissionais com hard skills alinhadas com as suas funções e com o seu departamento, uma cultura alinhada com a organização e com um elevado potencial nas soft skills, traz uma melhoria qualitativa para a performance individual e coletiva.
Este ano será a altura de as empresas se focaram realmente no seu Porquê, sendo este o aspeto fundamental de diferenciação para o mercado competitivo com que todos teremos que lidar.
Todas as organizações que pretendem continuar a lutar pela pole position nos seus mercados têm que ter a capacidade de focar as suas equipas na melhoria constante dos processos, na resposta imediata aos desafios que são colocados por clientes, fornecedores e colaboradores, sob pena de perderem o foco essencial para a sua atividade de futuro.
A grande maioria das empresas olha para 2021 como o ano onde poderão fazer o caminho de recuperação económica do que se perdeu em 2020, mas para isso é fundamental ter as pessoas certas na organização e não esquecer que todos os concorrentes pensam exatamente da mesma forma.
Este é o momento ideal para estabelecer relações de parceria com todas as empresas que lhes possam trazer melhorias a todos os níveis. As empresas especialistas nas suas áreas têm uma vantagem competitiva muito grande, porque têm a sua génese alinhada com o pensamento de trabalhar, diariamente, realidades completamente distintas, tendo de ter uma capacidade de resposta alinhada com as mais diversas visões do mercado, por muito exigente que isto possa parecer. O seu negócio passa por identificar os profissionais que têm todas as competências que são necessárias para fazer sucesso nas organizações sem descurar as atualizações e o conhecimento de negócio que é necessário ter em conta.
Uma empresa que aposte menos no investimento de especialistas e coloque a pressão na equipa interna poderá correr o risco de não ganhar vantagem competitiva nem ter acesso aos melhores profissionais, ficando sem a base comparativa importante para um melhor trabalho de prospeção.
É fundamental lutar pelo seu espaço de competitividade num mercado cada vez mais exigente, inovador e sempre atento ao potencial. Ter os melhores alinhados com a sua cultura organizacional é uma preparação muito mais habilitada para fazer a diferença e ter uma confiança grande na evolução dos seus negócios.
»»»» Ricardo Prazeres é managing director da Get The Job