Estudo revela níveis de insegurança laboral entre população jovem

A Universidade Europeia desenvolveu um estudo sobre a segurança e insegurança laboral, que analisou a perceção de insegurança no trabalho e no emprego, num cenário de pandemia Covid-19 em que progressivamente se regressa ao trabalho e à vida pessoal, na nova normalidade, com mais distanciamento físico e regras. O estudo, que analisa a segurança face à continuidade/ manutenção do emprego (Segurança Quantitativa) e a segurança face às condições e conteúdo do trabalho (Segurança Qualitativa), demonstrou que é a população ativa mais jovem revela níveis mais elevados de insegurança laboral.

Segundo os resultados, os 1.519 inquiridos revelam alguma perceção de insegurança no trabalho de natureza qualitativa (Média = 2,62) e de natureza quantitativa (Média = 2,12), sendo que os participantes mais jovens (com idade inferior aos 25 anos) são os que reportam um nível de insegurança laboral qualitativa (Média = 2,89) e quantitativa (Média = 2,73) mais elevada. Os indivíduos com vínculos laborais temporários (com contrato a termo certo por empresas de trabalho temporário e contrato a termo) apresentam uma perceção de insegurança laboral, tanto qualitativa, como quantitativa (Média = 3,42, Média = 3,15, respetivamente) mais elevada.

Da população inquirida, as mulheres apresentaram uma perceção de insegurança laboral, de natureza qualitativa, significativamente mais elevada do que os homens (Média = 2,66 e 2,55, respetivamente). O facto de deter mais habilitações parece ter um efeito atenuador na perceção de insegurança laboral quantitativa, uma vez que os participantes no estudo com doutoramento diferem significativamente dos restantes participantes por apresentarem um valor inferior no que se refere a esta variável (Média = 1,89).

No que diz respeito ao estado civil, os participantes solteiros revelaram uma perceção de insegurança laboral, tanto qualitativa (Média = 2,79, como quantitativa (Média = 2,34), mais elevada do que os restantes conjuntos de participantes.

Os participantes que não estão em teletrabalho revelam uma perceção de insegurança laboral qualitativa (Média = 2,78) e quantitativa (Média = 2,31) mais elevada, comparativamente com os restantes participantes.

De uma forma geral, segundo o estudo da Universidade Europeia, a maior parte da população inquirida sente-se segura no trabalho face à ameaça da pandemia (Média = 3,80) e concorda com a ideia de que a empresa na qual trabalha manterá todos os postos de trabalho (Média = 3,54) e que assegurará as condições de segurança no trabalho necessárias face às ameaças da COVID-19 (Média = 4,02).

Neste estudo, os homens, comparativamente com as mulheres, parecem crer menos que a empresa reduzirá os postos de trabalho (Média = 2,63 e 2,74, respetivamente) e parecem sentir-se mais seguros no trabalho face à ameaça do COVID-19 (Média = 3,89 e 3,75, respetivamente).

Num ambiente macroeconómico pós-pandemia, de uma forma geral, o estudo, denominado «(In)segurança Laboral», demonstrou haver alguma tranquilidade no que respeita a dimensões como o regresso ao posto de trabalho ou manutenção e/ou perda de emprego, indicadores que pareciam revelar maiores registos de insegurança.

Fazendo o balanço entre uma postura mais pessimista – que não permite aproveitar oportunidades nem gerar mais valias, e outra mais otimista –, em que se aceita mais o risco e se investe mais, o estudo deparou-se com um contexto de alguma tranquilidade e algum otimismo no que concerne à segurança nas condições de trabalho e no emprego.

O estudo analisou uma amostra aleatória de pessoas empregadas, tendo reunido 1.519 respostas válidas. O relatório integral está disponível para consulta aqui.