No Convento Corpus Christi
«A Boca que Olha»

O escritor Valter Hugo Mãe estreia-se na pintura com exposição individual em Gaia, patente ao público até ao dia 26 de abril.

Texto: Redação Human

 

Até ao dia 26 de abril, o Convento Corpus Christi, em Gaia, é o palco escolhido pela Onda Bienal 2020 para a primeira exposição de pintura e desenho de Valter Hugo Mãe, que apresenta «A Boca que Olha» para mostrar uma série de retratos livres de poetas escolhidos.

Trata-se de um conjunto de cerca de 50 obras, divididas entre mais de 30 desenhos em nanquim e ecoline sobre papel e, pela primeira vez, 14 em acrílico sobre tela, que mostram a abordagem artística do escritor numa exposição com curadoria de Agostinho Santos. «A Boca que Olha» – um verso de Artur do Cruzeiro Seixas, também retratado –, é a porta de entrada para uma viagem por Lautréamont, Dante, Rui Nunes, Sharon Olds ou Henri Michaux, entre outros.

A escolha do verso que dá nome à exposição surge «porque os poetas, de certo modo, olham pelo que dizem, veem pela palavra», destaca Valter Hugo Mãe, acrescentando: «O verso como observação do mundo é a ideia que me inspira a fazer esta coleção. Já havia mostrado desenhos por duas vezes na vida. Nunca tinha exposto pintura. Estas são as primeiras telas que pinto e que exponho.»

Para o curador Agostinho Santos, «Valter Hugo Mãe expressa uma maturidade artística fora do comum». Mais: «Já há muito tempo que tenho o privilégio de acompanhar as suas criações artísticas e, entre desenhos e pintura, a evolução é fabulosa, pelo que é com muito orgulho que esta curadoria me permite ver um claro diálogo entre a literatura e a arte, assinado por um artista que sei que se está a transformar numa referência no mundo das artes.»