As profissões mais procuradas pelas empresas

As empresas portuguesas admitem um crescente desafio em contratar perfis adequados às atuais necessidades do mercado de trabalho. De acordo com o «Talent Shortage Survey», recentemente lançado pela ManpowerGroup, 46% das empresas nacionais revelaram que têm sentido dificuldades acima da média para recrutar o talento certo, no que é o maior aumento desde 2016. De entre os perfis mais procurados atualmente, o ranking é liderado pelos profissionais especializados e por técnicos, motoristas e engenheiros.

O processo de digitalização e automação tem conduzido a uma reconfiguração do mundo do trabalho, o que obriga as pessoas a desenvolverem novas competências. Apesar desta nova realidade, 35% das empresas nacionais admite que os candidatos não possuem as competências necessárias, o que tem vindo a dificultar o processo de recrutamento e seleção.

Esta nova realidade do mercado de trabalho, que obriga colaboradores e empresas a desenvolverem novas competências, é o tema principal do «Talent Talks», um ciclo de conferências promovidos pela empresa especializda em soluções globais de trabalho. A primeira sessão reuniu ontem em Lisboa profissionais de várias áreas para discutir não só os desafios da escassez de talento mas também as principais competências técnicas e comportamentais que as empresas procuram atualmente. Em mesa redonda, representantes do AICEP, do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) e da Junior Achievement tiveram oportunidade de debater o impacto da falta de talento nas empresas portuguesas ou como as universidades e outras organizações têm vindo a preparar os jovens para enfrentarem as novas exigências do mercado de trabalho.

Hoje e amanhã, estes temas vão também estar em discussão em Leiria e no Porto, com a presença. entre outros, de representantes do Instituto Politécnico de Leiria, da NERLEI, da Porto Business School e da Câmara Municipal do Porto.

Vitor Antunes, managing director da Manpower Portugal, assinalou: «O sucesso das empresas depende cada vez mais da capacidade de fazer face à atual revolução de competências. Os avanços tecnológicos, a digitalização ou a big data vieram dotar os colaboradores de novas ferramentas, no entanto é necessário garantir que acompanham estes desenvolvimentos. Por isso mesmo, é preciso garantir o aprimoramento e a requalificação das pessoas, porque o mundo do trabalho mudou e só assim vai ser possível dar um passo importante para solucionar o atual panorama da escassez de talento.»

Dos quase 40 mil empregadores entrevistados a nível global, em 43 países, quase metade (45%) revelou ter sentido dificuldades em encontrar as competências profissionais adequadas, na maior escassez de talentos desde 2006. Os números aumentam consideravelmente em grandes empresas (com mais de 250 colaboradores), com 67% a revelarem dificuldade em atrair o talento certo este ano. De entre as posições mais procurados, os profissionais especializados, os comerciais e os engenheiros destacam-se como os mais difíceis de encontrar.

As conclusões do «Talent Shortage Survey» estão disponíveis para consulta aqui.