97% das empresas prevê recrutar ainda este ano

A motivação dos trabalhadores em Portugal baixou de 13,4 em junho de 2017 para os atuais 12,8 valores, de acordo com o novo barómetro de recursos humanos realizado pelo instituto Kaizen em Portugal. Os dados recentes revelam também que a maioria das empresas no país tem dificuldade em reter talento, sendo que 65% assume esta dificuldade, enquanto 35% diz não ter dificuldade em manter os colaboradores na organização. Por outro lado, a quase totalidade das empresas pretende recrutar ainda este ano, tendo 97% respondido afirmativamente quando questionadas sobre futuros processos de recrutamento ao longo do ano.

O Kaizen Institute inquiriu um painel composto por cerca de 80 responsáveis de recursos humanos de organizações do tecido empresarial português, para assim auscultar motivações, receios, desafios e necessidades deste tecido.

 

Dificuldade em reter os talentos

As direções de recursos humanos das empresas acreditam que há medidas que devem ser consideradas para reter os talentos. Para 78% dos inquiridos é fundamental apostar na formação e no desenvolvimento; 60% destaca a importância de aumentar o grau de autonomia e de responsabilidade; e 48% indica como prioritário aumentar os salários dos colaboradores. Também a aposta em benefícios adicionais, os chamados fringe benefits, são indicados por 43% dos inquiridos; o desenvolvimento de sistemas adequados para a avaliação do desempenho é apontado por 30% dos membros deste painel de direção; e 15% propõe também a realização de ações de mentoring para que os talentos não fujam das organizações.

 

Experiência até cinco anos é privilegiada

Na hora de contratar, as empresas afirmam que optam em primeiro lugar por profissionais com experiência até cinco anos (73%); a segunda opção recai nos recém-licenciados (55%); e em terceiro lugar elegem profissionais com experiência entre cinco e 10 anos. No final da lista surgem os profissionais com experiência entre 10 e 20 anos (3%); o recrutamento de pessoas com mais de 20 anos de experiência não recebeu respostas.

 

Contratação de millennials e de centennials

Para as empresas, as principais fontes de recrutamento de profissionais da geração centennial são as universidades (63%) e as redes sociais (58%).

Também a geração dos millennials continua a despertar a atenção na hora de contratar, embora 45% das empresas afirme não ter atividades identificadas nem planeadas para as necessidades desta franja geracional; 33% afirma ter já atividades em curso que respondam às exigências desta geração; e 22% adianta que ainda este ano vai lançar iniciativas neste sentido.

Em breve 39% da população ativa em Portugal será representada por estas duas gerações, sendo que das medidas a implementar pelas empresas, 65% dos inquiridos destacam o aumento do equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional; 53% respondeu a necessidade de flexibilizar os horários de trabalho, e 45% aponta a importância de flexibilizar o modelo de trabalho; e para 25% dos inquiridos poderá ser implementado um espaço próprio na empresa para o desenvolvimento do talento dos colaboradores, de modo a acompanhar as ambições destas idades que abrangem intervalos de pessoas nascidas desde 1980 até meados da década de 1990 e a partir dos ano 2000, respetivamente.

 

Salário, fringe benefits, gestão das pessoas e desafios das equipas

Para 60% dos inquiridos, o salário já não é considerado o principal atrativo; destacam que são cada vez mais valorizados pelos candidatos/ colaboradores o desafio, a autonomia e a responsabilidade do cargo, assim como os fringe benefits. Por outro lado, 40% dos inquiridos continua a considerar a remuneração como o principal atrativo.

Como aspeto positivo, destaca-se o facto de 90% dos inquiridos considerar que a atual estratégia da empresa onde trabalha inclui na atual estratégia da organização temas relacionados com os recursos humanos, sendo que apenas 10% afirma não existir ainda essa preocupação.

Quando questionados sobre o maior desafio atual na gestão de pessoas, 62% afirma que passa pela criação da cultura de compromisso e promoção de uma performance de excelência; sendo que 20% destaca a já referida atração e retenção de talento.

Apenas 10% considera como desafio a gestão do sistema de avaliação de desempenho e plano de carreira; e para 8% a preocupação maior reside na garantia de liderança pelo exemplo.