Uma escola exemplar

«Voltemos à Escola», livro do romancista e ex-jornalista Paulo M. Morais, vai chegar às livrarias no próximo dia 12. Mostra-nos por que é que a Escola da Ponte é uma escola (pública) conhecida e estudada em todo o mundo há 40 anos. O autor protagonizou uma longa imersão na escola mais democrática do país e relata de forma magistral as certezas e as dúvidas em torno de uma escola única.

 

Por Mário Sul de Andrade

 

O livro, editado pela Contraponto e com prefácio de António Sampaio da Nóvoa, vai ser apresentada no Porto, no âmbito do ciclo literário «Porto de Encontro», no dia 13 de maio, pelas 17H30, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, com participação professores da Escola da Ponte, e na FNAC Chiado, em Lisboa, no dia 15, pelas 18H30, com apresentação de Alexandre Quintanilha e Rui Vieira Nery.

Útil tanto para pais como para professores, o livro leva-nos a uma escola:

– em que os alunos debatem e decidem tudo o que nela se passa, cada aluno define o respetivo plano de aprendizagem, de acordo com conceitos de autonomia, solidariedade e responsabilidade e os professores trabalham em equipa dentro dos diferentes espaços;

– que é pública e não se organiza por turmas ou anos escolares, não divide o tempo em aulas desta ou daquela disciplinas, não tem campainha para assinalar a entrada e a saída;

– situada em Portugal e onde os professores se entreajudam na resolução de problemas, que funciona há 40 anos segundo os mesmos princípios, que já foi objeto de estudo de mais de 40 teses académicas de vários países, que tem um modelo que é copiado internacionalmente e que é visitada por centenas de especialistas estrangeiros todos os anos (622 em 2016).

Essa escola é conhecida como Escola da Ponte. O livro mostra como funciona, quais as diferenças no método de ensino, estudos sobre os resultados, quem são os professores, como atuam no espaço de aula, por que é que são espaços e não salas de aula, por que é que há orientadores educativos em vez de professores, se os alunos fazem o que querem, como resolvem os conflitos e o que se aprende aí.

 

Paulo M. Morais

O autor nasceu em fevereiro de 1972. Cresceu nos arredores de Lisboa, entre futebóis de rua, livros de aventuras e matinés de filmes clássicos. Licenciou-se em «Comunicação Social» e cumpriu um sonho de juventude ao fazer crítica de cinema. Depois, colocou uma mochila às costas e viajou à volta do mundo. No regresso, especializou-se em textos sobre gastronomia e turismo, foi pai de uma menina e plantou um pessegueiro. Atualmente, trabalha na tradução de romances e livros de não-ficção.

Paulo M. Morais vive deslumbrado pelo ofício de descobrir histórias. Em 2013, publicou «Revolução Paraíso» (Porto Editora), romance passado no pós-25 de abril. Seguiu-se a distopia «O Último Poeta» (Poética Edições), em 2015, ano em que foi finalista do «Prémio LeYa» com um original ainda inédito. Em 2016 publicou «Uma Parte Errada de Mim» (Casa das Letras), livro que junta memórias autobiográficas e reflexões sobre a vida no relato do tratamento de um linfoma.