Mercer apresenta «Global Talent Trends 2018»

De acordo com o estudo da Mercer «Global Talent Trends 2018 – Unlocking Growth in the Human Age», 96% das empresas planeia fazer alterações no seu desenho organizacional. Ao mesmo tempo, os colaboradores valorizam cada vez mais a possibilidade de gerir de forma mais autónoma a sua vida pessoal e profissional, com mais de metade dos inquiridos a pedirem mais opções de trabalho flexível. À medida que a capacidade de transformação se torna um fator diferenciador e crucial para o sucesso num clima competitivo global, o desafio para as empresas passa por envolver as suas pessoas nos seus objetivos corporativos e na sua visão estratégica.

Pedro Brito, partner da Mercer | Jason Associates, referiu a propósito dos resultados: «Este ano, o survey da Mercer permitiu observar um entusiasmo evidente dos executivos de topo no que diz respeito a uma mudança para o novo mundo do trabalho. Os executivos estão a apostar numa agenda de evolução contínua – mais do que numa transformação isolada –, de forma a manterem as suas organizações competitivas. Reconhecem que é a combinação e a convivência entre competências humanas e tecnologia digital avançada que permitirá impulsionar os seus negócios.»

Apesar do crescente peso das novas tecnologias, os executivos devem concentrar-se no chamado «sistema operativo humano» para fortalecerem as suas organizações. O estudo da Mercer identificou cinco tendências da força de trabalho para 2018, que apresentamos a seguir.

 

Mudança antecipada

A forma como as empresas se preparam para o futuro do trabalho depende do nível de disrupção antecipada. Aqueles que esperam a maior disrupção estão a trabalhar agilmente no seu modelo e a apostar em estruturas mais horizontais e em rede (32% estão a apostar em equipas de trabalho mais holocráticas, em comparação com os 22% do ano passado). Colocar a responsabilidade nas mãos dos colaboradores faz com que seja essencial desenvolver a capacitação e a prontidão de resposta antecipadamente. No entanto, os líderes de recursos humanos sentem-se menos aptos a requalificar os colaboradores existentes (55% encontram-se confiantes de que podem desenvolver bem este tópico), do que contratar a partir de fora (65%). Uma vez que mais de metade dos executivos (53%) preveem que, pelo menos, uma em cada cinco funções da sua organização deixará de existir nos próximos cinco anos, estar preparado para a substituição e requalificação ao nível do trabalho é fundamental para a sobrevivência dos negócios. Contudo, apenas 40% das empresas estão a aumentar o acesso a formação on-line e apenas 26% se encontram ativamente com programas de rotação de talentos.

 

Trabalhar com um propósito

Três quartos (75%) dos colaboradores bem-sucedidos e que se sentem profissional e pessoalmente realizados referem que a sua empresa apresenta um forte sentido de propósito. Para encontrar um propósito, os colaboradores procuram dinamismo, aprendizagem e experimentação. Caso não o encontrem, irão procurá-lo noutro local – 39% dos colaboradores satisfeitos no seu trabalho atual ainda planeiam sair devido a uma perceção de falta de oportunidade de carreira. Além do propósito, a nova proposta de valor inclui fatores como a saúde e o bem-estar financeiro. Os colaboradores gastam, em média, 10 horas de trabalho por semana preocupados com questões financeiras. No entanto, apenas 26% das empresas desenvolvem políticas internas para gerir o bem-estar financeiro. A justiça dos pacotes de remuneração e as práticas de sucessão são também uma preocupação, sendo que apenas 53% dos colaboradores referem que a respetiva empresa garante equidade no salário e nas decisões de promoção.

 

Flexibilidade permanente

Os colaboradores valorizam cada vez mais as suas expectativas de equilíbrio na sua vida pessoal e profissional. Querem mais opções de trabalho flexível, sendo que as organizações estão cada vez mais atentas – 80% dos executivos veem o trabalho flexível como parte essencial da sua proposta de valor, em comparação com os 49% do ano passado. Apenas 3% dos executivos se consideram líderes no seu sector relativamente a políticas de flexibilidade e 41% dos colaboradores teme que optar por um trabalho flexível tenha impacto nas suas perspetivas de promoção.

 

Plataforma para o talento

Dado que 89 % dos executivos esperam que a competição pelo talento aumente, as organizações percebem que existe a necessidade de expandir o seu ecossistema de talento e atualizar os seus modelos de gestão para uma era digital. Duas em cada cinco empresas planeiam subcontratar mais talento em 2018 e 78% dos colaboradores considerariam trabalhar como freelancers. Os executivos concordam na ideia de que melhorar a capacidade de transferir empregos para pessoas e pessoas para empregos será o investimento em talento que terá maior impacto no desempenho do negócio este ano.

 

Digital de dentro para fora

Apesar das melhorias verificadas ao longo do ano passado, as empresas continuam a não oferecer uma experiência de consumidor – apenas 15% se consideram atualmente uma organização digital. Apesar de 65% dos colaboradores referirem que as ferramentas de última geração são importantes para o sucesso, menos de metade (48%) diz ter as ferramentas digitais necessárias para cumprir as suas tarefas e apenas 43% apresentam interações digitais com a área de recursos humanos. Os líderes das organizações estão confiantes na capacidade dessa área ser um parceiro estratégico na definição da estratégia para o futuro, com 70% dos executivos a afirmarem que alinha a estratégia dos colaboradores com as prioridades estratégicas do negócio.

 

O estudo

O estudo da Mercer contou com a participação de mais de 7.600 executivos séniores, líderes de recursos humanos e colaboradores de 21 sectores e 44 países em todo o mundo. Avalia os novos condutores do futuro do trabalho, identifica as desconexões críticas relativamente à mudança e faz recomendações importantes para o crescimento.

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