Geração Z sente-se menos comprometida com o trabalho

«Geração Z no Mercado de Trabalho» foi o tema do estudo desenvolvido pela Michael Page, empresa global de recrutamento especializado, que incidiu sobre as motivações dos jovens profissionais no mercado de trabalho e as formas de atrair e reter este talento.

A Geração Z está a deixar a sua marca no trabalho. Prevê-se que esta geração com grande consciência social e ecológica perfaça mais de um quarto da força de trabalho nos países da OCDE em 2025. Em Portugal, assim como em toda a Europa, onde a população está a envelhecer rapidamente e a população ativa global está a diminuir, esta geração representa um grupo de talentos mais pequeno.

Defensores da igualdade, procuram ambientes de trabalho que considerem a diversidade como um aspeto prioritário e promovam a inclusão. À semelhança dos seus colegas com idades na casa dos 30 e 40 anos, 28% dos profissionais da Geração Z afirmam que eliminar a disparidade salarial entre homens e mulheres é a sua maior prioridade no que toca à diversidade, equidade e inclusão.

As diferenças entre a Geração Z no mercado de trabalho em Portugal face às gerações anteriores destacam que esta geração está menos comprometida. Segundo as conclusões, cerca de 25% têm contratos a termo certo ou temporários ou são freelancers, contra cerca de 21% dos profissionais com idades entre os 30 e os 64 anos.

Relativamente ao sector de atividade, a Geração Z considera muito pouco atrativa a indústria transformadora (cerca de 7% versus mais de 18% dos profissionais com idades entre os 40 e os 64 anos) e prefere trabalhar noutras áreas. O estudo demonstra ainda que a saúde é a área mais procurada; cerca de 10% da Geração Z trabalha neste sector, contra cerca de 6% dos profissionais com mais de 40 anos.

Para a Geração Z, o salário é considerado como um aspeto muito importante, mas valoriza outros fatores, como a flexibilidade e o equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional. Assim, 15% dos jovens profissionais afirmam que o salário é o fator número um na ponderação de um emprego (contra 8% dos profissionais com mais de 50 anos) e 54% procuraram um novo emprego por estarem descontentes com o seu salário atual.

Para esta geração, a motivação para mudar de trabalho prende-se com a procura de horários de trabalho mais flexíveis e com o descontentamento no equilíbrio entre a vida pessoal e profissional (20% contra 14% dos profissionais com mais de 40 anos).

Outra das conclusões prende-se com o modelo de trabalho. Quase um terço dos colaboradores da Geração Z trabalha hoje com mais frequência no escritório do que há 12 meses, e alguns (9%) consideram que o trabalho presencial traz oportunidades de progressão na carreira, aprendizagem, colaboração e socialização.

O bem-estar físico e mental está em primeiro lugar para os jovens profissionais. Quando questionada sobre a sua maior prioridade no trabalho, a Geração Z escolhe a saúde mental (20%) ou o equilíbrio entre a vida pessoal e vida profissional (36%) face à realização profissional (19%) ou a um bom salário (15%). Em contraste, 28% dos profissionais com idades entre os 50 e os 64 anos valorizam a realização profissional acima de tudo, com apenas 16% a considerar a saúde mental o fator mais importante.

Jessica Mendes Ferreira, senior manager na área de Healthcare da Michael Page, refere: «Num mercado de trabalho altamente competitivo, compreender as expectativas da Geração Z é essencial para atrair e reter talento. Esta geração valoriza a flexibilidade laboral, o bem-estar e um equilíbrio saudável entre vida pessoal e vida profissional. Além disso, dá prioridade a iniciativas sólidas de DE&I [diversidade, equidade e inclusão], a um propósito claro no trabalho e a oportunidades contínuas de aprendizagem e crescimento. Para motivar e envolver estes profissionais desde o primeiro dia, as empresas devem investir em estratégias eficazes, como um onboarding digital envolvente, o acesso a tecnologias inovadoras, uma cultura de feedback e reconhecimento, percursos de progressão de carreira estruturados e programas de mentoria personalizados. Mas acima de tudo é fundamental construir um ambiente de trabalho autêntico, transparente e alinhado com os seus valores, onde sintam que fazem parte de algo maior. Só assim será possível captar o seu entusiasmo, o compromisso e a vontade de inovar.»

À medida que a força de trabalho continua a evoluir, é essencial reconhecer e abordar os desafios que a Geração Z enfrenta nas empresas, cujo otimismo é, muitas vezes, rapidamente atenuado pela realidade do local de trabalho. Ao promover ambientes que incentivem a aprendizagem contínua, ambientes positivos e adaptabilidade, as empresas podem ajudar os jovens profissionais a fazer uma transição mais suave para as suas funções e assegurar a sua motivação, construindo uma força de trabalho mais dinâmica e resiliente.

O estudo

O estudo «Geração Z no Mercado de Trabalho: como atrair e reter talento jovem», em torno das tendências e dos valores de trabalho da Geração Z e os desafios que representam para as empresas e o futuro do seu negócio, faz parte da análise anual Talent Trends de 2024, um estudo global completo conduzido pelo PageGroup que inquiriu cerca de 50.000 profissionais qualificados, incluindo Portugal. 

A Michael Page

A Michael Page é uma das mais conhecidas e respeitadas consultoras de recrutamento do mundo. Estabelecida há mais de 40 anos no Reino Unido, tem atualmente 140 escritórios em 35 países. Destaca-se em recrutamento e seleção a nível especializado de quadros médios e superiores, para projetos de carácter permanente e temporário, sendo constituída por consultores especializados, com formação e experiência profissional nas áreas para as quais recrutam.

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