Imagine uma sala de aula no ensino superior que se parece mais com uma startup em plena atividade do que com um auditório silencioso. Em vez de um professor a expor teoria, vemos grupos de alunos a discutir estratégias e a tomar decisões para salvar a sua empresa virtual da falência: esta é a cena trazida pelos jogos de simulação empresariais no ensino.
Texto: Hélder Fanha Martins Imagem: Freepik/ creativeart
Os jogos de simulação têm provocado uma mudança importante no papel do professor, que deixa de ser o «sábio no palco» e passa a atuar como um facilitador, um «guia ao lado» dos alunos. Em vez de apenas transmitir conhecimento, o docente cria experiências de aprendizagem e orienta os estudantes na construção ativa do saber através de experiências, tornando-se um mediador apaixonado pela aprendizagem dos estudantes que oferece consultoria, feedback e suporte contínuo.
O foco passa a ser a colaboração e a aprendizagem prática dos estudantes, que assumem o papel de gestores e tomam decisões num ambiente controlado que imita o mercado. Fazem escolhas, enfrentam problemas e veem as consequências das suas ações. Cada decisão traz um retorno imediato, permitindo que aprendam com acertos e erros de forma ágil. Esta interatividade e imersão elevam o envolvimento dos alunos e aumentam a retenção do conteúdo.
Além das competências técnicas, os jogos de simulação destacam-se por desenvolver as chamadas soft skills, cada vez mais valorizadas pelos empregadores. Num ambiente de simulação, os alunos precisam trabalhar em equipa, exercer liderança, gerir o próprio tempo para cumprir as tarefas, comunicar ideias de forma eficaz, resolver conflitos internos no grupo e pensar criticamente sob pressão. Tudo isto são exemplos de soft skills que complementam o conhecimento técnico e tornam os futuros profissionais mais completos.
Num mercado de trabalho cada vez mais competitivo e dinâmico, é fundamental que as instituições de ensino formem profissionais prontos para agir, não apenas para passar em testes e exames. Os jogos de simulação cumprem exatamente esse papel: aproximam a educação da prática profissional. Ao vivenciarem cenários de negócios, os alunos ganham conhecimentos e vivências que normalmente só adquiririam anos depois.
Os jogos de simulação transformam o professor num mentor, o aluno em protagonista e a sala de aula num verdadeiro laboratório de experiências. E, acima de tudo, ajudam a cumprir a missão maior da educação: preparar pessoas para os desafios do mundo real, com conhecimento, competências e confiança para fazer acontecer.
Hélder Fanha Martins, Professor no ISCAL
O ISCAL é uma instituição de ensino superior pública com mais de 260 anos, com tradição e história, mas também moderna e atual. Os seus cursos de licenciatura, nas áreas de Comércio e Negócios Internacionais, Contabilidade e Administração, Finanças Empresariais, Gestão e Solicitadoria são um verdadeiro caso de sucesso, uma vez que têm uma taxa de empregabilidade de 98%. O ISCAL conta com mais de 3.500 alunos, de 22 nacionalidades, e mais de duas centenas de professors. Centra-se na promoção da excelência académica, da inovação pedagógica e do reforço da ligação à sociedade e ao mercado de trabalho.