Prémio LeYa 2023

«Não Há Pássaros Aqui», de Victor Vidal

O júri do Prémio LeYa atribuiu, por unanimidade, o Prémio LeYa 2023 ao romance «Não Há Pássaros Aqui», do autor brasileiro Victor Vidal. Foi a edição mais concorrida desde a criação prémio, em 2008, com mais de 900 candidaturas, de 14 países.

Texto: Redação «human»

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O júri começa por sublinhar «a coerência entre a escrita correntia tão adequada à inserção de uma história invulgar de grande violência e de segredos escondidos na aparente banalidade do quotidiano». Mas não valoriza menos «o acerto da análise psicológica, tanto no resgate da memória da infância, quanto perante os acontecimentos mais brutais das relações familiares» (em particular entre filha e mãe).

Refere ainda o júri: «Na escrita orgânica do romance está sempre presente a materialidade do corpo e as diferentes formas de o dizer e de o ferir, ao mesmo tempo que os mistérios se vão desvendando com a mesma força com que no fim a pintura reveladora, mas dilacerante, tem de ser destruída.»

No romance, a história gira em torno de uma personagem na casa dos 30 anos que recebe uma chamada telefónica em que lhe comunicam o desaparecimento da mãe, com quem cortou relações alguns anos antes.

Victor Vidal (na foto) nasceu em 1991 na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Formado em História de Arte, com especialização em Arte Japonesa, trabalha ligado à academia. É doutorando em Artes Visuais pelo PPGAV – Universidade Federal do Rio de Janeiro, na linha de pesquisa em História e Crítica da Arte. É mestre em Estudos Contemporâneos das Artes pelo PPGCA e Bacharel em História da Arte pela Escola de Belas Artes da UFRJ. «Não Há Pássaros Aqui» é o seu primeiro livro.

O júri do Prémio LeYa 2023 é formado por Ana Paula Tavares, poeta e historiadora, Isabel Lucas, jornalista e crítica literária, Manuel Alegre, poeta (presidente do júri), José Carlos Seabra Pereira, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Josélia Aguiar, jornalista e historiadora, Lourenço do Rosário, ex-reitor da Universidade Politécnica de Maputo, e Nuno Júdice, poeta e Professor universitário.

Esta foi a edição mais concorrida do Prémio LeYa desde a sua criação, em 2008, pela editora LeYa. Foram recebidas 907 candidaturas de 14 países. Portugal, Brasil, Angola e Moçambique são os países de onde provêm mais originais, mas foram registadas candidaturas de França, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos, Cabo Verde, Suíça, Guiné-Bissau, Paraguai, Países Baixos e Emirados Árabes Unidos. Esta foi também a primeira edição na qual a submissão de originais a concurso foi exclusivamente feita através de plataforma digital.

Com características únicas pela sua especificidade e pelo seu valor (50.000 euros), o Prémio LeYa foi criado com o objetivo de distinguir um romance inédito escrito em português. Ao longo de todo o processo de leitura e avaliação, a autoria dos romances é desconhecida. A autoria do romance vencedor, selada em sobrescrito, apenas é conhecida depois de tomada a decisão do júri. Desde a sua criação, o prémio tem permitido à LeYa descobrir novos talentos de língua portuguesa e a sua promoção internacional. Até 2023, distinguiu 12 obras e deu lugar à publicação de 36 livros inéditos.

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