Para a área das TI
Seis mitos relacionados com as certificações técnicas

A certificação técnica em tecnologias de informação (TI) surgiu há mais de 40 anos, e ao longo desse tempo sempre existiram muitos preconceitos relativamente à sua relevância e à sua utilidade. Num momento em que a falta de profissionais qualificados em TI ganha proporções inéditas, e em que profissionais de outros sectores começam a reconverter as suas carreiras para áreas mais tecnológicas, é importante revisitar alguns dos mais importantes mitos.

Texto: Carolina Gabado

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Vejamos os seis mitos mais comuns relacionados com as certificações técnicas.

1. As certificações são focadas no produto

Não sendo uma afirmação completamente falsa, pois há bastantes certificações técnicas «agnósticas» de produto ou fabricante (como as da CompTIA, EXIN, ISACA, ITIL, PMI, IIBA, entre outras), muitas das mais reconhecidas certificações são de facto criadas pelo fabricante. A conotação de que isto é algo negativo é que é errada. Os sistemas de informação reais das organizações não são «agnósticos», estão assentes em algum tipo, ou vários tipos, de tecnologias ou plataformas, e as organizações precisam de profissionais que saibam utilizar essas ferramentas da melhor forma possível. E ninguém é mais bem qualificado para desenvolver um programa de certificação, que avalie o domínio de um determinado produto, do que o fornecedor que o criou. Dependendo do percurso e da especialização que o profissional de TI procura desenvolver, uma certificação de fabricante pode ser assim muito mais relevante do que uma independente de produto.

2. Certificações não são orientadas para o mundo real

Esta é uma preocupação válida, que contudo tem cada vez menos fundamento. Os fabricantes e as entidades certificadoras têm vindo a fazer grandes esforços para focar as suas certificações na validação de competências práticas úteis, alinhando o seu conteúdo com as tarefas reais, desempenhadas pelos profissionais no seu dia-a-dia, e a forma como são realizadas com os ambientes e as situações reais de trabalho, dando-lhes um caráter mais genuíno e autêntico.

3. O ciclo de vida da certificação é curto

Os avanços tecnológicos ocorrem a um ritmo cada vez mais elevado. Para manterem a sua competitividade, as empresas necessitam de adotar estes avanços com rapidez e eficiência. Assim, embora possa parecer inconveniente, o ciclo de vida das certificações precisa de acompanhar o ritmo de evolução tecnológica. Enquanto certificações de tecnologias obsoletas perdem o seu valor de mercado ou o reconhecimento, certificações de tecnologias emergentes precisam de ser atualizadas para atestar as novas capacidades e competências e refletir a forma como são utilizadas realmente nas funções atuais. A validade da certificação deverá ser vista não como algo depreciativo da própria certificação, mas como um alerta da velocidade a que as competências se tornam obsoletas e deverão ser atualizadas.

4. Certificações não são valorizadas

O valor das certificações é indiscutível e reflete-se no número crescente de profissionais que, todos os anos, se propõem a exames de certificação. De acordo com um estudo da Rumos («Certificação em TI: Sim ou Não? A Realidade Portuguesa»), 80% dos inquiridos têm intenção de renovar ou perseguir novas certificações e 92% recomendam o investimento em certificações para quem quer iniciar ou progredir numa carreira na área das TI. Também do lado das organizações, estudos internacionais atestam a perceção positiva que os diretores e os managers de TI têm dos benefícios das certificações: o aumento da qualidade do trabalho, da produtividade, da eficiência, da inovação e da capacidade de orientar outros colegas, entre outras.

5. Formação académica versus certificação versus experiência

Estes três aspetos têm um papel fundamental na construção do perfil de um profissional de TI, na sua competência para executar funções ou na atratividade para potenciais empregadores. No mercado das TI, as certificações são incontornáveis no processo de recrutamento. No estudo da Rumos, as certificações são identificadas como o segundo critério mais importante na avaliação de potenciais candidatos, apenas ultrapassado pela experiência profissional. As certificações são imparciais e provam não só um nível mais profundo de conhecimento numa determinada área, mas também motivação, capacidade de perseguir e cumprir um objetivo e o empenho em manter-se atual e relevante.

6. Ninguém sabe quais ou quantas certificações são suficientes

No campo das certificações, todos os caminhos são válidos e há liberdade para escolher o percurso e o domínio de especialização, sabendo que a posse de uma certificação é sempre uma mais-valia para a construção de conhecimento. Não só em TI, como em qualquer área, as funções evoluem e transformam-se cada vez mais rapidamente, restando aos profissionais acompanhar essa evolução com formação e certificação contínua ao longo de todo o seu trajeto profissional. Claro que esta formação e certificação tem sempre associado o valor do investimento – seja financeiro, de tempo ou esforço –, sendo necessário avaliar o benefício que aportam tanto ao profissional de TI como às entidades empregadoras.

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Notas: mais informações sobre a relevância de certificados profissionais e acesso ao estudo «Certificação em TI: Sim ou Não? A Realidade Portuguesa» aqui; imagem Rumos.

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»»»» Carolina Gabado é head of operations, responsável pelos centros de exames da Rumos, empresa portuguesa destacada em formação e certificação técnica de profissionais de TI. As parcerias e o reconhecimento pelas mais prestigiadas entidades nacionais e internacionais ligadas às TI garantem-lhe um know-how constante sobre o que de mais avançado existe a nível mundial. A empresa procura promover a melhor experiência formativa, garantindo as competências adequadas, graus de competitividade elevados e a capacidade de vencer novos desafios. Prepara o formando, apostando na formação mais eficaz para valorizar a sua carreira e criando valor adicional para as empresas. Anualmente, passam pelos seus centros de formação de Lisboa e do Porto mais de 5.000 formandos e são alcançadas cerca de 2.500 certificações.