Estudo «What Workers Want to Thrive»

Atualmente, os trabalhadores esperam que os seus empregadores os ajudem a prosperar no trabalho e na vida pessoal, proporcionando-lhes uma maior flexibilidade, juntamente com fatores como a confiança, o propósito e o bem-estar. Estes são algumas das conclusões do estudo «What Workers Want to Thrive: De trabalhar para viver a trabalhar para prosperar», desenvolvido pelo ManpowerGroup em parceria com a Thrive, empresa tecnológica com posição de destaque em gestão do comportamento, e que inquiriu mais de cinco mil candidatos e trabalhadores em funções de produção, corporativas e de call center, de forma a perceber o que significa hoje prosperar para estes profissionais.

O estudo revela que a flexibilidade surge como uma prioridade, com trabalhadores de todos os sectores, e a todos os níveis, a exigir maiores possibilidades de escolha e autonomia. No entanto, a natureza dessa flexibilidade varia. Para 64% dos trabalhadores, significa uma mudança para uma semana de trabalho de quatro dias, com horas comprimidas, mas com a manutenção do seu salário atual, enquanto para 18% esta semana de trabalho reduzida é também viável, mesmo que simbolize uma redução da remuneração. Por outro lado, 45% dos profissionais querem definir as suas horas de início e fim da jornada de trabalho e 35% pretendem escolher o local onde trabalham com base nas suas necessidades diárias.

Rui Teixeira, country manager do ManpowerGroup Portugal, assinala: «A pandemia e a maior escassez de talento registada em 16 anos vieram criar um contexto de mudança e disrupção, que se apresenta também como uma oportunidade única para redefinir a forma como trabalhamos e vivemos. Perante este contexto e os desafios que coloca, as empresas precisam de repensar o futuro da experiência de trabalho, apostando na life-work integration e incorporando a procura de bem-estar nas duas dimensões. Este é, assim, o momento para os empregadores ouvirem, se adaptarem e responderem ao que os trabalhadores querem e precisam para prosperar, privilegiando a flexibilidade, a confiança nas lideranças, os valores e um propósito com que os trabalhadores se revejam e uma aposta firme no bem-estar físico e mental. Só desta forma conseguirão ter uma força de trabalho resiliente, saudável e capaz de se reinventar perante desafios constantes.»

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Liderança de confiança e promoção da saúde mental são prioritárias

A confiança é um fator cada vez mais importante para uma força de trabalho próspera, de acordo com o estudo. A confiança nos colegas foi colocada no topo das preferências dos trabalhadores (79%), logo depois de um salário justo e condições de trabalho seguras. Já a confiança nos líderes foi classificada como prioritária por mais de dois terços dos inquiridos (71%). Além disso, as pessoas querem trabalhar para empresas que partilham os seus valores e as suas crenças, com 70% a procurarem mais sentido no seu trabalho diário.

A estas necessidades, junta-se o apoio à saúde mental. Mesmo que os níveis de stresse tenham descido desde o pico da pandemia, de 42% para 38%, este valor é ainda muito elevado, o que leva a que 25% dos trabalhadores queiram que os líderes apoiem o seu bem-estar mental, para se protegerem do burnout.

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Mulheres e homens com necessidades diferentes para poderem prosperar

Tanto os homens como as mulheres enfrentaram desafios durante a pandemia, mas foram desafios muito diferentes e as suas exigências específicas face aos empregadores continuam a evoluir.

A confiança é mais importante para as mulheres, com 82% a destacar o trabalho com colegas em quem confiam como prioritário, bem como um manager que as apoie e ajude a progredir (77%). Já os homens também valorizam em primazia estes fatores, mas em menor escala, sendo referido por 77% e 71% dos inquiridos, respetivamente.

Por outro lado, a pandemia veio colocar a saúde mental no topo das agendas públicas e empresariais, com os trabalhadores a procurar um maior equilíbrio e mais bem-estar. No entanto, as preferências variam entre homens e mulheres. A melhor gestão da saúde mental por parte dos líderes destaca-se como uma exigência para 60% das mulheres, contra 54% dos homens, enquanto estes últimos reclamam em maior percentagem o suporte ao bem-estar físico, sendo referido por 48% inquiridos versus 44% das mulheres.

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Pais trabalhadores têm exigências diferentes: o futuro da família no centro

Na sequência da pandemia, muitos trabalhadores com filhos estão mais sensibilizados para a importância do equilíbrio, do bem-estar e da necessidade de apoio dos empregadores ao seu desenvolvimento e à sua saúde física e mental. Neste sentido, entre as exigências para prosperarem, destacam o apoio à prestação de cuidados de saúde, com 55% a pretenderem cuidados infantis.  

Em simultâneo, 75% dos pais trabalhadores continuam a privilegiar a sua progressão de carreira e 74% o trabalho significativo. A isto, junta-se a aquisição de novas competências, já que 73% querem esta oportunidade no trabalho e 26% fora do local laboral.

Para o estudo do ManpowerGroup e da Thrive foram entrevistados mais de cinco mil profissionais em cinco países: Austrália, França, Itália, Reino Unido e Estados Unidos. Os resultados completos podem ser consultados aqui.