Outsourcing
Profissionalismo e bom-senso

Em momentos de maior instabilidade económica existe sempre uma tendência de incremento do outsourcing e, simultaneamente, uma diminuição a nível de recrutamento e seleção, e assim seria se a pandemia «apenas» afetasse a economia e não estivéssemos a falar de tecnologias de informação (TI).

Texto: Pedro Mota

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A pandemia, para além de muitos outros efeitos, forçou uma maior digitalização das empresas e, sobretudo, globalizou. Globalizou a identificação de talentos e quebrou regiões e fronteiras no que diz respeito ao local de trabalho de um recurso tecnológico com perfil escasso, e Portugal é uma boa fonte desses recursos. Portanto, os nossos desafios tornaram-se maiores e em maior escala, e isso traduz também o incremento do serviço de outsourcing na AkaPeople.

Este aumento de procura, e simultaneamente escassez de talentos, mantem-nos alinhados com a nossa estratégia e o nosso propósito, desde a nossa génese: a preocupação genuína e a transparência com os nossos colaboradores. Não é fácil manter cultura, mindset e valores, especialmente à distância, mas se acreditarmos que são esses valores e essa cultura que nos mantêm unidos e, sobretudo, diferenciam a nossa atuação e o posicionamento nos nossos clientes, então percebemos que estamos no caminho certo.

Costumo dizer que gerir pessoas é a segunda tarefa mais difícil do mundo, porque a primeira é educar os nossos filhos, mas não são as pessoas que são difíceis, são as suas expectativas, as suas ambições e ajustar a gestão das expectativas no contexto de uma equipa e de uma empresa. No outsourcing, e fruto de uma maior distância física e profissional, agudiza a situação e incrementa dificuldades a uma equação, já por si, complexa. Todavia, conseguimos torná-la menos complexa e conseguimos ir resolvendo essa equação quando, efetivamente, nos colocamos no lugar do outro, seja chefia ou subordinado, quando verdadeiramente humanizamos as tarefas e atividades da empresa sem perdermos o foco em resultados e crescimento de negócio. No fundo, quando usamos profissionalismo e bom-senso em tudo que fazemos.

Na AkaPeople, é essa a grande diferença que permite continuarmos a crescer mesmo em momentos de crise e que mantem as nossas equipas motivadas, que permite aos nossos clientes, sejam de outsourcing ou não, saberem que irão ter um parceiro de rigor, transparência e preocupado também com o seu negócio.  

O futuro do outsourcing continuará favorável, os desafios vão ser significativamente maiores, não só em termos de identidade dos recursos humanos, mas da própria retenção do melhor talento. Não basta criar pseudo pactos de permanência para reter talento, é preciso realmente formar, acrescentar valor e saber motivar. O trabalho remoto trará novas oportunidades, mas também risco associado, não só de compliance como de segurança, e ter fornecedores que sejam capazes de cumprir os requisitos legais e que informem simultaneamente das suas práticas contratuais e de gestão de pessoas tornar-se-á imperativo em parcerias de longo prazo e de sucesso.

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»»»» Pedro Mota é chief executive officer (CEO) da AkaPeople – Also Known as People.