Check-in emocional
E a resiliência da minha equipa

Agora nunca como antes, temos estado com programas que visam consciencializar para o impacto da nova normalidade ao nível da resiliência individual e de equipa. Preparávamos para o VUCA (volatilityuncertainty – complexity – ambiguity) que aí vinha. Agora estamos a vivê-lo e todo o suporte é bem-vindo.

Texto: Sofia Calheiros

 

Como temos feito? Muito através de promover a reflexão sobre si próprio no sentido do autoconhecimento pessoal e das equipas onde se está, na verdade tudo muito sobre como cada um se sente. Muito também através de identificar e alargar as estratégias individuais e das equipas para a gestão do stresse, no dia-a-dia, que está ao rubro. Ao rubro quero dizer, já na zona do stresse que não é bom, do stresse que leva a uma série de sintomas que impactam no bem-estar individual e por consequência na performance profissional.

Mas o que é isto de um check-in emocional? É um momento, que se quer regular e que permite construir resiliência (a capacidade de superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas, transformando sofrimento em competência ou competitividade).

Para que se faz um check-in emocional? Pois. E para que faz um check-in de performance? Se já os faz será quase que intuitivo para si perceber a importância do check-in emocional, se não o faz tem de nos pedir ajuda para os dois. Mas ele faz-se para não ser apanhado de surpresa com algo que o ultrapassará, algo como um pré-burnout, ou um burnout mesmo, e que não permitirá conseguir os resultados que deseja.

Como se faz um check-in emocional? Com conversas que seguindo um flow leve permitem perceber onde o outro está e do que necessita para se sentir melhor. Com escuta empática, sem julgamento, disponibilizamo-nos para ouvir o estado emocional do outro, fazemos perguntas simples no sentido de perceber os recursos individuais e sociais de quem connosco trabalha, procuramos em conjunto as estratégias de coping ativo que melhor ajudam cada um.

Para o que temos de estar preparados num check-in emocional? Para relatos, por exemplo, de dificuldades que se expressam em termos do desejo reduzido de realizar atividades que foram prazerosas e frequentes. Para relatos de fragilidades que incomodam como dar erros que nunca se tinham feito. Para falhas de memória (e não, não é demência precoce, é mesmo só stresse). Para observar comportamentos como webcams que nunca funcionam, mycs sempre no mute, impaciência. Para ouvir sobre a vontade de estar sozinho e o medo de estar sozinho, indiferença, pessimismo, sensação de sobrecarga (muito Teams, Zoom, Webex, Skype), dificuldades de concentração, dificuldades de tomar decisões, dores de cabeça, tensão muscular, dificuldades relacionadas com o sono, dor no peito, aperto na garganta, consumos excessivos de álcool, nicotina, cafeína, tranquilizantes. Incompreensão sobre atrasos nas responsabilidades diárias e cansaço, muito cansaço.

Check-in emocional requer regularidade, exige coragem. É fácil? Não. Consegue-se? Claro, com conhecimento que lhe poderá ser passado por nós on-line e prática acompanhada por um dos nossos coaches. Precisa de ser psicólogo, coach? Não. Precisa apenas de ser pessoa, quando lidera, e em três dias conseguimos prepará-lo para ficar pronto e avançar para os resultados que deseja. É no dia-a-dia que as coisas acontecem e quem lá está é você.

 

»»»» Sofia Calheiros é partner da Sofia Calheiros & Associates