No Teatro Nacional D. Maria II
Um peculiar festival da canção

De 25 a 27 de setembro, na Sala Garrett do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, estará em cena o espetáculo «Eurovisão da Canção Filosófica». A música pop surge em relação com o pensamento filosófico, como resposta ao crescente desprezo dos discursos populistas relativamente aos intelectuais e ao desaparecimento do pensamento no espaço público em detrimento do entretenimento.

Texto: Redação Human

 

«Eurovisão da Canção Filosófica», em cena no final do mês no Teatro Nacional D. Maria II, tem origem no espetáculo «1973», criado no «Festival d’Avignon» em 2010, que consistia numa recriação do concurso «Eurovisão da Canção» daquele ano da década de 70. O conceito e a direção artística são de Massimo Furlan e Claire de Ribaupierre, com encenação e cenografia do primeiro. Os criadores regressam agora à ideia em torno do «Festival da Canção» porque acreditam que o concurso ajuda a compreender não só a música pop mas também as questões da identidade. A identidade dos diferentes países representados, bem como da Europa como comunidade, a qual tem sido crescentemente posta em causa.

Basicamente, a 11 pensadores (filósofos, historiadores, antropólogos, etc) de 11 países europeus foi entregue a tarefa de escrever canções que desenvolvem uma reflexão sobre a relação da humanidade com os grandes temas da filosofia. Todas as canções são interpretadas na língua original do seu autor. Depois, um júri local, constituído por figuras de destaque de várias áreas da sociedade, faz a sua avaliação.

O objetivo é colocar a música pop em relação com o pensamento filosófico, como resposta ao crescente desprezo dos discursos populistas relativamente aos intelectuais e o desaparecimento do pensamento no espaço público em detrimento do entretenimento. No fundo, usa-se um Cavalo de Tróia, ou seja, introduz-se o pensamento e a reflexão filosófica no coração do entretenimento.