Casa da Tapada, da família Serrano Mira
Vinhos Verdes estreiam-se em dois eventos em Lisboa

A família Serrano Mira, detentora da Herdade das Servas, no Alentejo, e recentemente da emblemática Casa da Tapada – propriedade vitivinícola situada na bacia hidrográfica do rio Cávado, na sub-região com o mesmo nome e na região demarcada dos Vinhos Verdes – viaja até Lisboa para mostrar e dar a provar novidades de ambas as regiões. No segundo caso, em estreia, com a dupla de brancos CT Grande Escolha Loureiro 2018 e Casa da Tapada Superior Alvarinho e Loureiro 2018.

Texto: Redação Human

 

Os vinhos da família Serrano Mira estarão em dois eventos em Lisboa. De 25 a 28 de outubro, no «Grandes Escolhas Vinhos & Sabores» (GEVS), que terá lugar no Pavilhão 1 da FIL e onde a Casa da Tapada e a Herdade das Servas vão ocupar o stand número 79. Dias depois, de 9 a 11 de Novembro, será tempo de rumarem até ao Centro de Congressos de Lisboa, na Junqueira, para participarem no «Encontro com o Vinho e Sabores» (EVS), onde o stand será o i39.

 

CT Grande Escolha Loureiro 2018

O monovarietal CT Grande Escolha Loureiro 2018 é «um Loureiro bastante sério», segundo o enólogo Ricardo Constantino. Estagiou três meses em cubas de inox e, após o engarrafamento, repousou em garrafa durante dois meses. É um vinho límpido e de cor citrina. Denota aromas de maçã, pêssego e laranja, com notas florais de citrinos e folha de louro, características indissociáveis da casta Loureiro. É fresco, frutado e equilibrado, com final de boca harmonioso e persistente.

 

Casa da Tapada Superior Alvarinho e Loureiro 2018

Terminada a fermentação alcoólica, o vinho Casa da Tapada Superior Alvarinho e Loureiro 2018 – feito a partir das uvas das castas Alvarinho (80%) e Loureiro (20%) – estagiou sur lies em cubas de inox durante três meses. O resultado é um vinho límpido e de cor citrina. No nariz, sobressaem os aromas de lima, limão, pêssego e ananás, bem como as notas tropicais e florais de citrinos. É seco, complexo, fresco e encorpado, com final de boca frutado e persistente. «É um vinho com mais estrutura», assinala Ricardo Constantino, fazendo a comparação com o anterior.

 

Casa da Tapada

O Alentejo é o berço da família Serrano Mira, herdeira de 13 gerações a produzir vinho na região (desde 1667) e onde possuem 350 hectares de vinha própria, na Herdade das Servas, propriedade vitivinícola situada a poucos quilómetros de Estremoz. A Casa da Tapada é um investimento que remonta a 2018, ano em que produziram a primeira colheita de vinhos com cunho próprio. Seguiu-se a deste ano, que a passos largos chegará ao mercado.

A Casa da Tapada possui 24 hectares de área total, estando distribuídos por 12 hectares de vinha, 10 de mata centenária, com um surpreendente e diversificado património botânico, e os restantes dois em área de construção. Com onze quartos, possui a casa principal, erguida em 1540 e reedificada por duas vezes, uma no século XVII e a outra no século XIX. Tem ainda a chamada Casa da Eira, com quatro quartos: a Capela de Nossa Senhora da Guia, a loja de vinhos e toda a zona da adega.

O imponente solar da Casa da Tapada foi erguido pelo poeta e conhecido humanista Francisco de Sá de Miranda – responsável pela introdução do movimento literário renascentista no nosso país –, que ali se instalou e começou a produzir vinho. Foi classificado como imóvel de interesse público em 1977. Trata-se de um valor histórico-cultural que pesou no investimento feito pela família Serrano Mira, que está já a apostar na melhoria das condições da propriedade e no enoturismo. Em primeiro plano está a vinha. Impõe-se a reformulação de parte do vinhedo, com a replantação das castas brancas autóctones da região – Alvarinho e Loureiro – e a plantação de Pedernã – designação oficial para Arinto nos Vinhos Verdes.