Apesar de ser importante manter a competitividade e acelerar o crescimento, de acordo com o último estudo da Mercer, «Still transforming or already performing?», os gestores não são vistos como estando a impulsionar a transformação digital das suas empresas. Apesar de 59% dos responsáveis de recursos humanos (RH) confirmarem que a digitalização se encontra integrada na estratégia corporativa da sua empresa, apenas dois em cada cinco classificam a liderança como o principal impulsionador neste processo de transformação. Além deste resultado contraditório, a falta de compreensão relativamente ao que a transformação digital envolve ou deveria envolver está a impedir a evolução e, em última análise, a oportunidade de as empresas adquirirem qualquer tipo de vantagens comerciais e competitivas.
Segundo Marco Gomes, principal da Mercer, «pensar nas mudanças que a digitalização traz ao negócio e garantir que os colaboradores desenvolvem as competências necessárias para o futuro torna-se fundamental para as empresas continuarem a ser competitivas e a atrair talento.» A maioria das empresas entrevistadas confirmaram que estão a tirar partido dos acordos de trabalho flexível e compreendem a importância que estes têm para a retenção dos seus colaboradores.
O estudo da Mercer questionou mais de 600 gestores de recursos humanos em diversas indústrias, em sete mercados europeus (França, Itália, Portugal, Reino Unido, Áustria, Alemanha e Suíça), sobre o progresso da transformação digital na sua empresa e o seu papel na mesma. Apesar de se encontrarem na posição ideal para ajudar a impulsionar a transformação digital em toda a empresa, tendo muitos pontos de contacto com os colaboradores, apenas 3% dos gestores de recursos humanos consideram essa tarefa como uma responsabilidade sua.
A área de recursos humanos também fica para trás quando se trata de digitalizar as suas próprias atividades: apenas 40% dos entrevistados têm uma estratégia documentada de tecnologia de informação de recursos humanos (HRTI) e somente 33% já iniciou a sua implementação.
Marco Gomes refere ainda: «A maioria das empresas sabe que a transformação digital é a chave para se manterem competitivas e para a aceleração do crescimento, mas a falta de compreensão e a concordância sobre o seu significado, quem é o responsável e como deverá ser feito, está a atrasar a evolução. Para ter sucesso, as empresas precisam de uma imagem clara do que significa esta transformação digital para todas as partes envolvidas no negócio e os líderes das empresas terão um papel fundamental na aceleração, na comunicação e na implementação da estratégia digital. Com a transformação já integrada na estratégia empresarial, são necessárias ações claras, para que os líderes possam agir de acordo com os melhores modelos, que melhor conduzirão ao envolvimento e à evolução.»
Índice de Transformação Digital de RH
Integrado no estudo, a Mercer criou o «HR Digital Transformation Index» para avaliar a evolução das empresas no que diz respeito à transformação digital nos departamentos de recursos humanos e em toda a empresa. O índice é composto por nove principais níveis: estratégia digital corporativa e maturidade digital, digitalização humana (cultura digital, força de trabalho digital, liderança ágil, novo trabalho e colaboração) e digitalização de recursos humanos (serviços, organização e processos de recursos humanos digitais). O índice classifica os mercados numa escala de um a cinco, sendo cinco o mais maduro. De acordo com o estudo, face aos mercados abrangidos, o Reino Unido encontra-se classificado como o país que apresenta uma maior maturidade no que se refere à transformação digital de recursos humanos, seguido por Portugal.
«As conclusões do índice mostram-nos que as empresas com as pontuações mais elevadas são as mais inovadoras, mais ágeis e mais atrativas para os colaboradores», partilha ainda Marco Gomes, concluindo: «Estar na vanguarda da transformação digital traz às empresas efeitos positivos a vários níveis. Por exemplo, níveis mais elevados de digitalização traduzem-se em menos trabalho administrativo. Para os responsáveis de recursos humanos, isso significa mais tempo para o seu core business e para a consultoria estratégica.