«ManpowerGroup Employment Outlook Survey» 

As empresas portuguesas continuam otimistas na contratação de novos colaboradores, com os dados a mostrarem uma projeção para a criação líquida de emprego (diferença entre a percentagem de empregadores que planeiam aumentar a sua força de trabalho e a de empregadores que planeiam reduzi-la) de +12% no terceiro trimestre do ano. Embora este número seja ligeiramente inferior ao registado no trimestre passado (+13%), ainda assim indicia um aumento das oportunidades de emprego em Portugal. As grandes empresas continuam a ser os principais impulsionadores do crescimento do emprego no período entre julho e setembro, com uma projeção para a criação líquida de emprego de +34%.

Das empresas inquiridas, 15% antecipam um aumento do emprego, 3% antecipam uma redução e 80% consideraram que não haverá alterações nos níveis de contratação. O estudo trimestral da ManpowerGroup recolhe as intenções de contratação de 59.000 empregadores em 44 países e territórios, 625 dos quais em Portugal.

Raúl Grijalba, mediterranean regional managing director da ManpowerGroup, assinalou: «As empresas portuguesas, e o sector de serviços em particular, permanecem otimistas quanto às intenções de contratação para os próximos três meses. Uma vez mais, a época de verão confirma-se como um dos períodos com mais fortes perspetivas de contratação por parte das empresas. Se a este contexto unimos os reduzidos valores da taxa de desemprego atualmente em Portugal, torna-se claro como a atração e a retenção de talento são desafios cada vez mais importantes para as empresas portuguesas. Conhecer as novas formas de relacionar-se e ser relevante para os candidatos, incorporar novas tecnologias em recursos humanos ao mesmo tempo que asseguramos a qualidade das interações humanas são fundamentais hoje para construir uma estratégia de êxito.»

No terceiro trimestre, o sector Finanças, Seguros, Imobiliário e Serviços deverá ser o mais ativo no que toca a contratações, já que os empregadores revelam uma projeção de criação líquida de emprego de +26%. Os indicadores são também bastante positivos para o sector Transportes, Logística e Comunicações (+24%) e para o Restauração e Hotelaria (+25%), o que coincide com a altura do ano em que mais turistas visitam Portugal. As intenções de contração são ainda favoráveis no sector Agricultura, Florestas e Pescas, no sector Público e no sector Construção, com perspetivas de +8%, +10% e +14%, respetivamente.

Em contraciclo, apesar de apresentarem um ligeiro crescimento nas suas projeções de criação líquida de emprego (+3%), as empresas do sector Comércio Grossista e Retalhista registam uma queda de 11 pontos percentuais em relação à projeção para o mesmo trimestre em 2018. Esta tendência deverá também ser sentida no sector Indústria (-8 pontos percentuais) e no sestor Fornecimento de Eletricidade, Gás e Água, com menos 14 pontos percentuais. Quando se compara com o trimestre anterior, as perspetivas de contração descem em cinco dos nove sectores analisados.

 

Empresas na região centro antecipam um aumento da contratação

Em termos geográficos, as melhores perspetivas são as dos empregadores na região centro, que reportam uma projeção de criação líquida de emprego de +14% para o período de verão. Nas regiões norte e sul as empresas mostram intenções de contratação um pouco mais moderadas (+10%), sendo que a região sul recua cinco pontos percentuais em relação ao trimestre anterior.

Na região Grande Lisboa, espera-se uma atividade de contratação bastante otimista com uma projeção de +12%. A região Grande Porto é a que mostra previsões mais moderadas, com apenas 11% dos inquiridos a mostrarem intenções de aumentar os quadros da empresa e uma projeção para criação líquida de emprego de +8%.

 

Grandes empresas continuam a ser as que mais pretendem contratar

Na análise por dimensão, as quatro categorias analisadas revelam intenções positivas de contratação para os próximos três meses. As grandes empresas continuam a ser as que que indicam as mais fortes intenções de contratação, com +34%. Destaque ainda para uma subida considerável nas previsões de contratação nas microempresas, que este trimestre revelam uma projeção para criação líquida de emprego de +6%, quatro pontos percentuais mais elevada do que no segundo trimestre de 2019.

Nas outras categorias observamos que as contratações também devem manter-se em crescimento nas médias empresas, com projeções de +14%. Quando comparamos com o período homólogo, as pequenas empresas são as que mais reduziram as intenções de contratação, com uma perspetiva para criação líquida de emprego 10 pontos percentuais mais baixa.

 

Intenções de contratação positivas em 43 países

O estudo da ManpowerGroup referente ao terceiro trimestre de 2019 revela que são expectáveis ganhos na criação de emprego em 43 dos 44 países e territórios participantes. Quando se compara com o trimestre anterior, os empregadores em 18 dos 44 países e territórios relatam perspetivas de contratação mais fortes. Em comparação com o mesmo período do ano passado, as intenções de contratação são mais fortes em 12 países e territórios, mas enfraquecem em 26, permanecendo inalteradas em seis. As intenções de contratação são mais fortes no Japão, na Croácia, em Taiwan, nos Estados Unidos, na Grécia e na Eslovénia, enquanto que as perspetivas de contratação mais fracas são relatadas na Hungria, na Argentina, em Itália e em Espanha.

 

O «ManpowerGroup Employment Outlook Survey»

O «ManpowerGroup Employment Outlook Survey» é o estudo de emprego mais extenso, abrangente e prospetivo do mundo. Começou a ser realizado em 1962 e atualmente reúne dados, com foi referido, de mais de 59.000 empregadores em 44 países e territórios, para medir as suas intenções sobre o aumento ou a redução do número de trabalhadores ao seu serviço, durante o trimestre seguinte. O estudo serve como um indicador das tendências e atividades do mercado de trabalho, sendo uma fonte de dados regular para a Comissão Europeia. Os dados do «ManpowerGroup Employment Outlook Survey» são também uma fonte para analistas financeiros e economistas de todo o mundo, ajudando a determinar a saúde dos mercados de trabalho.