A Hays, que tem posição de destaque mundial em recrutamento de profissionais qualificados, revelou no «Guia do Mercado Laboral 2019» que os sectores da indústria e logística serão impulsionadores do mercado de trabalho nacional para o próximo ano.
A conjuntura económica atual reflete-se num maior número de oportunidades de crescimento dentro das empresas, o que faz com que estas apostem num reforço das estruturas. Este investimento levou à criação de novas unidades fabris e a um aumento da produção. Segundo a análise dos resultados obtidos pela Hays, estes fatores resultaram numa elevada procura por perfis de engenharia associados a ambiente industrial, o que conduziu a um aumento da pressão salarial, dificultando assim a atração e retenção de talento nas estruturas.
Matilde Moreira (na foto), manager da Hays Portugal, referiu: «O sector de logística e supply chain apresenta uma clara tendência de crescimento. Se por um lado se assiste a uma aposta por parte dos prestadores de serviço e dos operadores logísticos na inovação e na eficiência das suas operações, por outro o cliente final aposta cada vez mais na modernização e no profissionalismo dos quadros, num mercado cada vez mais competitivo.»
A crescente preocupação com a eficiência, a redução de custos e o aumento de margens continua a marcar o sector da indústria, o que faz com que exista uma crescente valorização de metodologias lean e de melhoria contínua e de profissionais com este tipo de competências e conhecimentos. De forma global, a pressão salarial para atrair profissionais com as competências e conhecimentos certos acentuou-se especialmente na indústria alimentar, de packaging e similares.
Perspetivas para 2019
Os sectores da indústria e da logística manterão o dinamismo em 2019, pois serão apoiados pelos investimentos em torno da indústria 4.0 e pela aposta no crescimento das equipas profissionais de engenharia. Matilde Moreira, acrescenta: «A atual realidade industrial portuguesa está cada vez mais inovadora, e o investimento das empresas levará certamente a um reforço da economia. Assim, irá contribuir por uma procura constante de perfis qualificados e um continuo dinamismo de mercado.»
Assim, a crescente escassez de profissionais altamente qualificados para os setores industrial e de logística colocará uma enorme pressão salarial no mercado, o que se traduzirá numa pressão salarial num mercado já bastante concorrencial. A competição pelos melhores potenciará num reforço de benefícios e um maior esforço na apresentação de projetos atrativos e inovadores aos profissionais.
Perfis mais solicitados e perfis mais difíceis de identificar
A otimização da estrutura da cadeia de abastecimentos e os fluxos logísticos, em cliente final, levará a uma forte procura das funções de responsável de logística e supply chain e de técnico de planeamento. Existe também uma elevada procura por técnicos de aprovisionamento com especial foco analítico. Por outro lado, com a abertura de novos polos industriais as funções de diretor de operações e de diretor industrial são bastante procuradas. A função de buyer tem sido bastante solicitada, devido à constante procura de melhores fornecedores e à redução de custos, garantindo a qualidade de produto. destaca-se ainda a procura por responsáveis de segurança e saúde no trabalho, dada a necessidade das empresas de respeitarem as normas seguindo as alterações da legislação.
Mantém-se uma enorme dificuldade em identificar os seguintes perfis, por serem pouco disponíveis no mercado: técnicos de automação e robótica, engenheiros comerciais de automação industrial, responsáveis de manutenção, técnicos de planeamento logístico e engenheiros de qualidade.
O que mais valorizam e que benefícios desejam?
Após uma análise aos inquiridos, sendo que 81% eram do sexo masculino e os restantes 19% do sexo feminino, estes apontam como as principais mais-valias a oferta salarial (80%), o bom ambiente de trabalho (73%), o plano de carreira (63%), a cultura empresarial (62%) e a qualidade de projetos (51%). Quanto os benefícios mais desejados para aceitarem uma oferta de trabalho, apontam como as cinco principais seguro de saúde (81%), formação/ certificações (67%), automóvel para uso pessoal (57%), flexibilidade de horários (54%) e possibilidade de trabalhar a partir de casa (30%).