Michael Page prevê dinamismo no mercado de trabalho

Empresa de referência em recrutamento, a Michael Page fez um balanço muito positivo da sua atividade em 2018, espelhando um grande dinamismo no mercado.

A sua divisão Sales & Marketing registou um crescimento de 17%. O ano de 2018 foi marcado por uma grande procura das empresas de tecnologia e serviços por funções de desenvolvimento de negócio como inside sales. Perfis com fluência em alemão, polaco, italiano, francês e castelhano registaram uma procura elevada. No sector da hotelaria, devido à rápida expansão de grupos hoteleiros, funções como general manager e spa manager/ directors ganharam relevância, o que se traduziu num aumento de 10 a 15% nas remunerações nesta área. Em 2019, a empresas prevê que os perfis comerciais continuarão a registar uma grande procura, especialmente nos sectores de tecnologia, startups e serviços em geral.

Segundo a divisão de Finance serão criadas oportunidades em shared service centers para as áreas de finance, accounting e human resources. Existirá um maior investimento nas áreas de desenvolvimento de recursos humanos, como a formação e a avaliação de desempenho. Pela complexidade técnica e pela legislação associada, as áreas de relações laborais e payroll registarão uma maior procura. As áreas de finance e human resources em empresas de hotelaria, turismo e retail serão alvo de uma crescente profissionalização. Com a concretização da legislação que fixa quotas de contratação de pessoas com deficiência, aumentarão as necessidades de recrutamento deste tipo de perfis. Surgirão novas oportunidades de emprego em posições que combinem as funções tradicionais de finance e human resources com idiomas (não tradicionais) como alemão, holandês, grego, castelhano e mandarim.

A área de Tax & Legal aumentou a sua faturação em 40% face a 2017, sendo que 45% do volume de negócios diz respeito e recrutamentos em sociedades de advogados, 30% em empresas e 25% em consultoria fiscal. Em 2018, o mercado foi muito dinâmico nas sociedades de advogados. Para 2019, o maior desafio será diminuir o turnover de advogados mais juniores. Poderão existir movimentações de equipas completas entre os principais players de mercado, o que trará oportunidades internas e necessidades de recrutamento a todos os níveis. Advogados com experiência pós-agregação entre dois a cinco anos nas áreas de corporate/ M&A (fusões e aquisições), bancária e financeira, fiscal, de imobiliário e urbanismo, TMT/ data protection, direito laboral e contencioso civil e comercial serão os mais procurados. O sector financeiro continuará a ter necessidades ao nível de compliance devido à regulação comunitária e nacional, o que poderá levar a um reforço dos departamentos jurídicos. Verificar-se-á um acréscimo no recrutamento da figura de data protection officer, fruto das leis do RGPD (regime geral de proteção de dados).

Em Logística & Compras, face ao crescimento do e-commerce e do digital, as organizações irão apostar no recrutamento de profissionais para os seus departamentos. O crescimento estima-se entre 5% a 12% face a 2018. Haverá uma aposta no recrutamento e na formação de funções intermédias que tenham um grande foco no negócio, como demand planning, sales planning, category buyer, strategy buyer, continuous improvement specialist, que poderá representar um crescimento próximo dos 10 a 15% face a 2018. Os sectores de seguros e investment banking continuarão dinâmicos, enquanto o de consumer finance registará um abrandamento. O crescimento desta divisão em 2018 está estimado entre os 12% e os 18%.

A área de Information Technology (IT) cresceu 56% este ano e continuará a ter uma enorme procura, com um crescimento estimado de 40 a 50% para 2019. Perfis técnicos, de gestão de projeto e de coordenação de áreas, serão os mais procurados. O trabalho temporário será uma tendência mais frequente para o desenvolvimento de projetos específicos. 2019 será um ano de aposta no recrutamento de customer service como forma de diferenciação face à concorrência. Sales começará a apostar em perfis ligados à área de exportação e de avaliação de novos mercados.

A norte do país, a área de maior crescimento será a de IT, com a instalação de várias empresas do sector na região. Os shared service centers e customer service centers continuarão a investir na zona do Porto através de vários novos projetos, que empregarão cerca de 2.500 pessoas. A hotelaria e o turismo continuarão a crescer de forma acentuada, devido à expansão deste sector e à abertura de novas unidades hoteleiras, que irão empregar 400 pessoas. O retalho tem vindo a recuperar nos últimos anos, com a abertura de várias lojas. A indústria continuará a desempenhar um importante papel na economia da região e um contributo significativo no produto interno bruto (PIB) de Portugal. As empresas de componentes para a indústria automóvel, metalomecânicas, de cortiça, papel e têxtil serão as de maior desenvolvimento.