Portugueses valorizam chefias inspiradoras

Mais do que a idade, os portugueses valorizam a capacidade inspiracional das suas chefias diretas. Esta é uma das conclusões obtidas no estudo «Randstad Workmonitor», da multinacional de recursos humanos Randstad. Trata-se dos dados relativos ao segundo trimestre de 2018, que salientam a opinião positiva e os ganhos de inovação e criatividade manifestados pelos trabalhadores nacionais no trabalho em equipas multigeracionais.

Os benefícios da colaboração entre várias gerações no local de trabalho são cada vez mais reconhecidos por todo o mundo e Portugal não é exceção. Segundo os dados do «Randstad Workmonitor», para além de 89% dos inquiridos nacionais afirmarem preferir trabalhar num contexto multigeracional, a diversidade etária das equipas é um potenciador de ideias e soluções inovadoras para 88% dos respondentes nacionais. Esta visão positiva de equipas multigeracionais é partilhada por outros países, destacando-se França, Roménia, Malásia, Índia, Chile e Brasil, que apresentam valores acima dos 90%. Abaixo deste referencial destacam-se Suécia, com 73% dos inquiridos a indicarem que preferem trabalhar em equipas multigeracionais, e Japão, com apenas 46% dos inquiridos a considerarem que a diversidade etária contribui para chegarem a ideias e soluções inovadoras.

De um modo geral os respondentes ao «Randstad Workmonitor» consideram que a colaboração entre profissionais de diferentes gerações é mutuamente benéfica para a empresa onde trabalham. A média global de resposta está nos 85%, enquanto Portugal chega aos 87%, valor superado por países como Estados Unidos (90%), Turquia (89%), Noruega, México, China e Chile, todos com 91%. Nota para o facto de apenas 55% dos inquiridos do Japão terem esta perceção.

A comunicação entre gerações pode ser um desafio nas organizações. De acordo com os resultados do estudo, 80% dos inquiridos a nível global sentem que a principal diferença de trabalhar num contexto multigeracional é o estilo de comunicação e 31% deles consideram difícil comunicar com colegas que não são da sua geração ou grupo etário. Portugal apresenta valores próximos da média global, com 81% dos inquiridos a considerarem que o estilo de comunicação é a principal diferença, mas baixam para 21% a dificuldade de comunicar com colegas de gerações distintas da sua.

O chief executive officer (CEO) da Randstad Portugal, José Miguel Leonardo, assinala: «Os resultados deste estudo são reveladores dos fatores que os portugueses valorizam para atingirem um desempenho mais positivo e gerador de valor para a organização onde trabalham. É particularmente interessante verificar que mais do que ter uma liderança direta mais velha em termos etários, é valorizada a sua capacidade de motivar e de inspirar os membros da equipa. Neste ponto, a comunicação interna, a capacidade de definir objetivos ambiciosos e a disponibilização de condições para atingi-los revelam-se passos essenciais para o sucesso.»

 

Portugueses valorizam nas chefias diretas capacidade de inspiração e preocupação com a carreira profissional

O «Randstad Workmonitor» analisou também a atitude dos trabalhadores face à sua chefia direta com base em parâmetros de idade. Para 90% dos inquiridos portugueses, não é a idade do seu chefe que realmente importa mas sim o facto de ser inspirador. Refira-se que esta perceção coloca Portugal acima da média global (83%) e de todos os restantes países participantes, com Espanha e Brasil por perto com 87% de respostas afirmativas.

Face à resposta ao critério referido, é com naturalidade que se verifica que apenas 59% dos inquiridos portugueses afirmam preferir que o seu chefe direto seja da sua idade ou mais velho, 10 pontos percentuais abaixo da média global do estudo (69%). Apenas Polónia (47%), Holanda (52%), Noruega (53%) e Bélgica (58%) tiveram uma percentagem de resposta mais baixa do que Portugal.

Analisando a capacidade da chefia direta para trabalhar com uma equipa multigeracional e para contribuir para a construção da sua carreira profissional, o estudo demonstra que 74% dos inquiridos portugueses afirmam que o seu chefe tem talento para trabalhar com várias gerações e 66% dos respondentes nacionais acreditam que a sua chefia se preocupa com o seu percurso profissional.

 

Amizade nas redes sociais com os colegas e menos com as chefias

O «Randstad Workmonitor» apresenta também dados interessantes relativamente à interação com os colegas de trabalho e com as chefias diretas nas redes sociais. O estudo indica que 61% dos inquiridos globais afirmam estar ligados numa rede social, como «Facebook» ou «Instagram», com os seus colegas, baixando o valor para 35% quando se trata de «amizade» nas redes sociais com a chefia direta.

No que concerne a Portugal, 72% dos inquiridos indicam estar ligados nas redes sociais com colegas de trabalho, baixando para 40% quando se trata de estar ligado no «Facebook» ou no «Instagram» com o chefe direto.

O relatório completo do «Randstad Workmonitor» pode ser consultado aqui.

 

«Randstad Workmonitor»

O estudo «Workmonitor», da Randstad, foi lançado na Holanda em 2003, depois foi implementado na Alemanha e agora cobre 33 países em todo o mundo. O último país a entrar foi Portugal, em 2014. O estudo engloba a Europa, a zona Ásia-Pacífico e as Américas. O «Randstad Workmonitor» é publicado quatro vezes por ano, fazendo com que as tendências de mobilidade sejam visíveis a nível local e global.

O índice de mobilidade do «Workmonitor», que traça a confiança dos funcionários e captura a sua probabilidade de mudar de emprego nos próximos seis meses, fornece uma compreensão real dos sentimentos e das tendências no mercado de trabalho. Para além da mobilidade, o estudo compreende a satisfação e a motivação pessoal, assim como um conjunto de perguntas temáticas.

O estudo é realizado on-line entre funcionários com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos, que trabalham o mínimo de 24 horas por semana num emprego pago (não trabalhadores por conta própria). O mínimo é de 400 entrevistas por país. O Survey Sampling International (SSI) é utilizado para fins de amostragem. O primeiro inquérito de 2018 realizou-se entre 10 e 26 de janeiro de 2018.

Os dados sobre os países estão disponíveis no Global Graphs & Slides, aqui.