Empresas portuguesas querem contratar

O «ManpowerGroup Employment Outlook Survey» para o segundo trimestre de 2018 confirma as tendências de crescimento na contratação, com as grandes empresas, o sector de restauração e hotelaria e a região sul do país a reportarem as projeções mais fortes para a criação líquida de emprego no período entre abril e junho. De facto, as empresas portuguesas revelam intenções de contratação otimistas para o segundo trimestre de 2018, com 16% a prever um aumento, 2% a antecipar uma redução e 77% a considerar que não haverá alterações nos níveis de contratação. A projeção para a criação líquida de emprego situa-se nos 14%.

Neste segundo trimestre de 2018 perspetiva-se que a contratação aumente nos nove sectores de atividade em estudo. O sector com maior projeção para a criação líquida de emprego é o de restauração e hotelaria, com uma previsão de 29%. O sector de transportes, logística e comunicações prevê um bom ritmo de contratação, com uma projeção de 22%, e os de agricultura, florestas e pescas e de finanças, seguros, imobiliário e serviços preveem resultados bastante otimistas, com projeções de 19% e 18%, respetivamente. Os sectores público e de indústria fazem também previsões interessantes que apontam a 14% e 12%, respetivamente. Por oposição, o sector com a projeção mais cautelosa é o de comércio grossista e retalhista, com uma previsão de 5%.

Em cinco dos nove sectores são apontadas melhorias nos níveis de contratação face ao trimestre anterior, com uma melhoria relevante, de 20 pontos percentuais, no sector de restauração e hotelaria; e no sector de finanças, seguros, imobiliário e serviços é projetada uma melhoria de quatro pontos percentuais. Prevê-se decréscimos consideráveis em quatro sectores, com maior visibilidade nos de transportes, logística e comunicações e de comércio grossista e retalhista, com diminuições de 8% e 5%, respetivamente.

Carla Marques (na foto), country manager da ManpowerGroup Portugal, referiu: «Os resultados do ‘ManpowerGroup Employment Outlook Survey’ para o segundo trimestre de 2018 indicam que o ritmo de contratação em Portugal se manterá positivo nos próximos três meses, dando continuidade aos indicadores verificados neste início de ano. Atravessamos uma revolução de competências, em que para as empresas terem sucesso no futuro é necessário garantir o equilíbrio entre os desenvolvimentos tecnológicos e as competências de natureza humana. A tecnologia está a transformar as organizações, as competências mais procuradas mudam rapidamente e testemunhamos uma crescente dificuldade das empresas para encontrar o talento de que precisam. Deste modo, os indicadores de contratação para o segundo trimestre do ano significam boas perspetivas para os candidatos ativos na procura de emprego, em especial no sector de restauração e hotelaria, onde três em cada 10 dos empregadores inquiridos revela intenções de contratar. Também no sector de transportes, logística e comunicações perto de um em cada quatro dos empregadores participantes confirmam a tendência positiva de contratação. Ainda assim, considerando a dificuldade na atração de talento, devemos identificar conjuntos de competências, que nos permitam criar percursos profissionais claros desde a educação ao emprego, bem como a diversidade de experiências.»

Sobre as competências necessárias, Carla Marques assinala ainda: «Precisamos de acelerar os programas de reskilling com intervenções, mais rápidas e curtas, de formação on-the-job. É necessário que ajudemos as pessoas a pensar de forma diferente. Num mundo cada vez mais digitalizado, o sucesso nem sempre exigirá um diploma universitário, mas dependerá fortemente da vontade de aprendizagem e de desenvolvimento contínuo de competências, pelo que devemos nutrir essa curiosidade e essa capacidade de aprendizagem nas pessoas. Com a combinação certa de competências, as pessoas vão potenciar e impulsionar a tecnologia e não competir com ela. Como líderes, compete-nos ajudar o talento a progredir e a preparar-se para os desafios do futuro.»

As empresas nas três regiões (norte, centro e sul) antecipam um aumento da contratação durante os próximos três meses. As melhores perspetivas são as dos empregadores a sul, que projetam uma criação líquida de emprego de 18%. Tanto no centro como no norte são antecipados aumentos otimistas, de 13%.

As intenções de contratação das regiões centro e sul não registam alterações face aos resultados do primeiro trimestre do ano, enquanto os resultados a norte perspetivam alterações muito ligeiras.

Perspetiva-se que o volume de contratação aumente nas quatro dimensões referidas durante o segundo trimestre de 2018. A projeção para a criação líquida de emprego aponta para um crescimento muito favorável, de 34%, nas grandes empresas. As médias e as pequenas empresas indicam uma projeção de contratação de 16% e 13% respetivamente, enquanto a projeção de criação de emprego para as microempresas é de 4%.

O «ManpowerGroup Employment Outlook Survey» para o segundo trimestre de 2018 foi realizado com base num inquérito a uma amostra representativa de 626 empresas em Portugal. A todas estas empresas foi colocada a mesma pergunta: «Quais as alterações que prevê para o emprego na sua região, nos três meses que terminam em junho de 2018, em comparação com o trimestre atual?»

 

43 países antecipam intenções de contratação positivas

As conclusões apontam para tendências de contratação positivas em 43 dos 44 países participantes no estudo, durante o segundo trimestre de 2018, incluindo a Croácia, que participa pela primeira vez. Comparativamente com o trimestre anterior, as intenções de contratação melhoram em 17 países, decrescem noutros 17 e mantêm-se inalteradas em nove. Quando comparadas com o período homólogo do ano anterior, as intenções de contratação melhoram globalmente em 25 dos 43 países, mantêm-se inalteradas em cinco e decrescem apenas em 13.

Entre os países com dados ajustados sazonalmente, a confiança revela-se mais forte em Taiwan, Japão, Hungria e Estados Unidos, por oposição as projeções menos confiantes são reportadas por Itália, República Checa e Suíça.

Constata-se evoluções significativas nas previsões para o segundo trimestre do ano. A confiança do tecido empresarial no Brasil melhora pelo quinto trimestre consecutivo e as previsões cautelosamente otimistas para o próximo trimestre indicam uma recuperação anunciada face aos resultados negativos obtidos pelo inquérito na maioria dos períodos de 2015 e 2016. Na Finlândia, as empresas projetam os resultados mais otimistas desde o lançamento do inquérito em 2012; na Alemanha, são reportadas as intenções de contratação mais fortes dos últimos seis anos, com destaque para o sector de indústria com as projeções mais fortes desde o quarto trimestre de 2008.

Na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África), a projeção para a criação líquida de emprego prevê crescimento em 25 dos 26 países inquiridos. A previsão de contratação aumenta, comparativamente com o trimestre anterior, em 13 países, decresce em oito e mantém-se inalterada em quatro. Relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior, as previsões melhoram em 16 dos 25 países, decrescem em seis e mantêm-se inalteradas em três. Tendo em consideração os ajustes sazonais, as previsões mais favoráveis, nesta região, pertencem à Hungria, e as menos otimistas a Itália, onde os empregadores preveem as intenções de contratação mais baixas e, aliás, as únicas previsões negativas para o trimestre de todos os países participantes.

Os dados de cada um dos 44 países incluídos no inquérito relativo ao segundo trimestre de 2018, bem como as comparações regionais e globais, podem ser consultados na íntegra aqui.

O próximo «ManpowerGroup Employment Outlook Survey» será divulgado a 12 de junho e revelará as perspetivas do mercado de trabalho para o terceiro trimestre do ano.

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