«Randstad Employer Brand Award 2018»

De acordo com a perceção dos inquiridos, «Randstad Employer Brand Award 2018», da Randstad, as empresas mais atrativas para trabalhar em Portugal são a Microsoft, que mantém o primeiro lugar conquistado no ano passado, a Hovione Farmaciência e a TAP, que repete o terceiro lugar de 2017. O top 10 das empresas mais atrativas fica completo com Nestlé, ANA – Aeroportos de Portugal, RTP, Delta Cafés, Siemens, Banco de Portugal e Corticeira Amorim.

O estudo da multinacional de recursos humanos também reconheceu as empresas que se distinguiram nos principais critérios:

– Nestlé na categoria «Saúde Financeira»;

– Banco de Portugal nas categorias «Salário e Benefícios», «Segurança no Trabalho» e «Progressão de Carreira»;

– Siemens na categoria «Utilização de Tecnologia de Ponta»;

– Delta Cafés nas categorias «Ambiental e Socialmente Responsável», «Equilíbrio Trabalho/ Vida Pessoal», «Reputação» e «Ambiente de Trabalho».

– RTP na categoria «Trabalho Estimulante e Desafiante».

 

Saúde em destaque

Segundo dados do estudo, perante uma decisão de emprego os portugueses já não consideram a estabilidade de carreira como o fator principal, destacando o equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional na tomada de decisão para o seu trajeto de trabalho. Esta é aliás a principal mudança este ano no «Randstad Employer Brand Research» face aos dados identificados nas edições anteriores.

De assinalar que, segundo o maior estudo independente de employer branding, promovido pela Randstad junto da população ativa nacional, os portugueses identificam os sectores da aviação, tecnologias de informação e consultoria, turismo e lazer, banca e ainda comida e bebidas como os de maior reconhecimento de marca (awareness) e atratividade para trabalhar. Mas é o sector da saúde que, muito embora não tenha as marcas mais conhecidas, que vence na atratividade para trabalhar. Os fatores que levam à distinção destes sectores são saúde financeira, responsabilidade social, conteúdo de trabalho interessante, segurança profissional, bom ambiente de trabalho, boa reputação e equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional.

Focando-nos apenas na atratividade laboral, o sector da saúde é eleito pelos portugueses como o mais atrativo para trabalhar. O top três dos atributos valorizados aqui são a saúde financeira das organizações, a boa reputação e a utilização de tecnologia recente. Merece nota, no entanto, o facto de o reconhecimento das marcas que operam neste sector ainda não ser muito elevado, como aliás se assinalou.

Aprofundado a análise e focando-nos no perfil sociodemográfico dos inquiridos, são detetadas diferentes abordagens consoante o género, a idade e as habilitações literárias. A maioria dos homens (66%) considera o salário e os benefícios mais importantes, enquanto as mulheres (57%) valorizam mais um bom equilíbrio entre a vida pessoal e vida profissional. Ao nível de grupos etários, a geração dos 18 aos 24 anos destaca as oportunidades progressão de carreira (57%) face a outros atributos; os inquiridos entre os 25 e os 44 anos apontam o salário e os benefícios como fator mais importante (69%); e a geração entre os 45 e 64 anos é a que dá maior importância à saúde financeira (42%). Assumindo como critério de análise as habilitações literárias, constata-se que os inquiridos com formação superior dão maior importância ao equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional (57%), em detrimento da segurança profissional, que está em destaque nos perfis com menor grau de formação.

José Miguel Leonardo, chief executive officer (CEO) da Randstad Portugal, referiu a propósito dos resultados: «Estas assimetrias podem ser compreendidas quando ligadas à nossa conjuntura. No ano passado a segurança profissional já era um atributo com enorme relevância, mas acreditamos que o aumento da confiança, assim como a descida da taxa de desemprego, estão a trazer novos fatores de atratividade para cima da mesa. A abordagem ao mundo do trabalho pelas gerações mais novas (millennial e Z) também tem vindo a alterar o paradigma, e por isso é fácil compreender o aumento do equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional, assim como a progressão de carreira, em especial para quem está a começar a trabalhar.»

 

O que os candidatos procuram e o que as empresas oferecem

Analisando os resultados do «Randstad Employer Brand Research», constata-se um desfasamento entre os critérios que os candidatos valorizam numa decisão de emprego e os fatores em que os principais empregadores em Portugal são bem classificados. Do lado dos trabalhadores, os critérios mais valorizados são o salário e os benefícios, o equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional e a segurança profissional. Mas quando os inquiridos avaliam as empresas, as melhores classificações são nos atributos saúde financeira, utilização das tecnologias mais recentes e muito boa reputação.

Quando comparados os resultados dos critérios mais valorizados pelos portugueses no seu processo de decisão com a classificação que dão às empresas que conhecem, verifica-se que o top três é formado pelos critérios salário e benefícios, equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional e segurança laboral. Se o critério progressão de carreira é o que parece estar mais equilibrado entre a importância para o inquirido e a classificação dada às empresas, a diferença mais acentuada regista-se no equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional.

«Este tema não é novo nas organizações, há muito que se fala na importância deste equilíbrio e até na relação do mesmo com a felicidade dos nossos talentos», assinalou José Miguel Leonardo, fazendo notar: «No entanto a tecnologia talvez tenha ajudado a desequilibrar o horário de trabalho, e por isso é necessário olhar de forma mais profunda para este tema. Claramente, as necessidades do mercado são outras, com ritmo de resposta e execução rápido e exigente. O mundo laboral, tal como o conhecíamos, mudou.»
Estímulos para mudar de emprego

O otimismo vivido em relação ao comportamento da economia nacional está a contribuir para que os portugueses se sintam mais confiantes para mudar de emprego. Segundo os dados apurados no estudo, 15% dos inquiridos trocou mesmo de empresa no último ano e 27% tem nos seus planos fazer essa alteração em breve. Esta realidade faz ressaltar a necessidade de as empresas reforçarem as suas estratégias de retenção de pessoas e de atração de talento.

Os dados do estudo sublinham também mudanças na forma de procurar novas oportunidades de emprego. Os portais agregadores de emprego revelaram-se mais importantes para quem já mudou de empresa e são apontados por quem está a planear fazer essa mudança como o canal em destaque para procurar a oportunidade desejada. A rede de contactos pessoais e as referências seguidas pelas empresas de recrutamento são os outros dois canais em evidência na busca de um novo emprego.

Um dado curioso do estudo é o facto de o «LinkedIn» (45%) estar atrás de entidades públicas (47%), como o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), como canal para a procura de emprego, realidade que demonstra que esta é uma rede de referência mas não para a generalidade de funções e perfis. Enquanto os inquiridos entre os 18 e 24 anos são os que têm maior tendência para utilizar o «Google» (51%) face às restantes faixas etárias, a geração dos 45 aos 64 anos apoia-se mais na sua rede pessoal ou em referências (61%). Analisando pela perspetiva da escolaridade, verifica-se que os inquiridos com formação mais baixa destacam as entidades públicas como principal canal para a promoção do emprego (49%), enquanto pessoas com maior escolaridade se apoiam em portais de emprego (75%).

 

A decisão de mudar ou ficar

 

O «Randstad Employer Brand Research» identificou ainda os motivos que levaram os inquiridos a mudar de emprego ou a ficar nas respetivas empresas. Olhando apenas para os inquiridos que indicaram que se mantiveram na mesma empresa e não têm planos para sair nos próximos 12 meses, verifica-se que a estabilidade profissional é o fator em destaque (48%), superando salário e benefícios (41%) e saúde financeira da organização (40%). Considerando os inquiridos que mudaram de emprego ou que têm o objetivo de fazê-lo nos próximos 12 meses, os principais fatores que sustentam a decisão são compensação baixa (54%), evolução de carreira curta (50%) e falta de reconhecimento (42%).

 

Ficha técnica e metodologia

O «Randstad Employer Brand Research 2018» é o maior estudo independente de employer branding, sendo desenvolvido pela Randstad junto da população ativa há 17 anos em 30 países, com respostas de mais de 175 mil pessoas. Em Portugal realiza-se desde 2016.

Mais do que um ranking ou uma eleição, identifica as empresas que mais capacidade de atração conseguem exercer sobre o mercado de trabalho, tendo em conta critérios de recursos humanos como salário, equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional, oportunidades de carreira, formação e outros.

Para a edição de 2018, em Portugal, a amostra teve 5.177 participantes, com idades entre os 18 e os 65 anos, dos quais 47% do sexo masculino e 53% do sexo feminino, sendo representativa da população ativa de cada região do país. O estudo foi realizado em dezembro de 2017 através de um questionário on-line com três partes: 1 – identificação dos fatores (EVP, employer value proposition) mais valorizados pelos inquiridos numa decisão de emprego; 2 – perante a apresentação de 30 marcas do top 150 de empregadores do país, foi pedido aos inquiridos que identificassem as que conhecem (awareness) e, depois, que indicassem de entre estas em qual gostariam de trabalhar (a questão atribui os três primeiros lugares no «Randstad Employer Brand Research», sendo apenas elegíveis as empresas que tenham tido 10% de awareness em termos globais); 3 – perante 10 critérios de recursos humanos (EVP), foi pedido aos inquiridos que indicassem de que forma percecionam as marcas que conhecem em cada um (estas respostas serviram de base aos prémios de reconhecimento atribuídos).