De acordo com o estudo «Workforce+Pay 2018», lançado pela Korn Ferry e que recolheu informação de mais de 450 organizações a atuar em Portugal, 85% prevê contratar novos colaboradores em 2018, um aumento face aos 76% referidos no ano passado e estimados para 2017.
A Korn Ferry é a consultora global de gestão organizacional e de pessoas. Procura ajudar os líderes, as organizações e as sociedades a alcançar o sucesso, através do poder e do potencial das suas pessoas. Os seus cerca de sete mil colaboradores entregam resultados através da Korn Ferry e das suas áreas de negócio Hay Group e Futurestep.
Contratações
Há um crescimento acentuado do número de organizações que estima contratar novos colaboradores em 2018 (76,3% em 2017 face a 85%). Este aumento demonstra o reforço do investimento em talento bem como o crescimento que os negócios têm tido em Portugal.
Miguel Albuquerque, products group country leader e responsável pela área de estudos da Korn Ferry, referiu: «O aumento da percentagem de organizações que referem contratar novos colaboradores em 2018 revela o bom momento que a economia apresenta, bem como o investimento em recursos humanos para apoiar as estratégias de reforço e de crescimento de negócio das organizações, em Portugal.»
Áreas de contratação
Quando inquiridas sobre quais as áreas de contratação, as organizações referiram, à semelhança do ano passado, as áreas de Vendas, Tecnologias de Informação e Produção. Nota-se um crescimento face ao ano anterior nestas mesmas áreas, sendo a de Vendas (das três) é aquela que regista o maior crescimento. Comparativamente com o ano passado, há um crescimento nas áreas de Logística, Recursos Humanos e Qualidade. Miguel Albuquerque destaca a área de Recursos Humanos, uma vez que, diz, «as organizações procuram reforçar os seus quadros com os melhores profissionais», sendo que «para isso é importante que a equipa de Recursos Humanos seja a melhor e mais experiente para apoiar na definição de políticas de atração e retenção de colaboradores».
Estimativas de contratação
Para 2018, há um crescimento do número de colaboradores que as organizações presentes nesta amostra estimam contratar. 42% referem que irão contratar mais de 25 colaboradores em 2018, o que contrasta com os 27,9% previstos para 2017. Excluindo as organizações dos sectores de Distribuição & Retalho e Transportes, tipicamente aquelas em que as contratações acontecem em maior volume, os valores não variam muito (42% todos os sectores versus 40,2% excluindo aqueles dois).
Dificuldades de contratação
A área de Sistemas de Informação continua a ser aquela em que existe maior dificuldade em contratar colaboradores. As organizações referem a escassez de colaboradores, os conhecimentos técnicos requeridos, bem como a elevada rotatividade, como os principais problemas. Por outro lado, a elevada concorrência tem levado a um crescimento significativo do valor salarial atribuído a estes colaboradores, que podem dar-se ao luxo de optar por várias propostas de emprego. As organizações em Portugal estão, cada vez mais, atentas às dificuldades: se no passado perdiam colaboradores para organizações localizadas no estrangeiro, sendo pouco competitivas face aos salários praticados, atualmente, com a vinda de várias organizações da área de Sistemas de Informação para Portugal, a grande dificuldade é local.
Recém-licenciados
Para 2018, há um crescimento da percentagem estimada de recém-licenciados que serão contratados pelas organizações. Este aumento demonstra o reforço em contratar mão-de-obra qualificada desde cedo, com vista à sua formação. 66,7% das organizações referem que irão contratar recém-licenciados em 2018, face aos 59% referidos para 2017.
Quando inquiridas sobre o salário médio mensal atribuído aos recém-licenciados, e relativamente ao ano passado, há um aumento médio de 11% na retribuição-base. Olhando somente para a mediana de mercado, ou seja, a prática salarial efetivamente atribuída, não varia muito consoante a área de formação. Contudo, há um aumento de 20% na área de Higiene e Segurança e de 16% na área de Recursos Humanos face a 2017.
O estudo
Os dados apresentados foram recolhidos no estudo «Workforce+Pay», da Korn Ferry, uma empresa do Grupo Korn Ferry, estudo que reúne informação de mais de 20 milhões de titulares e de 24 mil organizações em mais de 110 países. Em Portugal, o estudo incidiu sobre um universo de mais de 150 mil colaboradores em mais de 450 organizações, nacionais e multinacionais e de mais de 12 sectores de atividade, incluindo energético, recursos naturais, saúde, indústria farmacêutica, bens de grande consumo, serviços, financeiro, comunicação, público, industrial e de utilities, sendo representativo do tecido empresarial em Portugal.
Metodologia
Os resultados das práticas retributivas dos mercados são apresentados em valores anuais ilíquidos. As componentes da retribuição foram recolhidas e agrupadas de acordo com os seguintes conceitos retributivos:
– Retribuição Base – Compreende todos os valores líquidos ou ilíquidos, pagos em dinheiro, numa base regular, e que podem ser classificados como «montante adquirido». Incluídos estão Retribuição base (14 meses), Subsídio de Almoço, Diuturnidades, IHT e outros pagamentos de base fixa, quer sejam atribuídos mensalmente ou não.
Sectores de atividade presentes e respetiva representatividade neste estudo:
– Em média, e por sector, quantos colaboradores têm as organizações participantes no estudo?
As organizações do sector Distribuição & Retalho são as que possuem o maior número médio de colaboradores, seguindo-se os sectores de Transportes e Industrial. O elevado número de colaboradores do sector de Distribuição & Retalho resulta da amostra de organizações presente neste estudo. Algumas das organizações são das maiores empregadoras a nível nacional.