«Adeus, Coisas»
Uma versão autêntica de nós próprios

Fumio Sasaki explica em «Adeus, Coisas» tudo sobre Minimalismo, o famoso estilo de vida que arrebatou os japoneses, inspirado no Budismo Zen e no Anti-capitalismo. O objetivo do seu livro e ajudar a que possamos tornar-nos uma versão autêntica de nós próprios, aliviados do peso das coisas, do desejo que temos por elas ou da autoestima que a sua posse proporciona.

Por Mário Andrade

 

Hoje, o sucesso é muitas vezes medido pelas coisas que temos e pela comparação com o que as outras pessoas têm. Por isso, compramos para nos sentirmos bem-sucedidos e preenchemos a casa e a vida de coisas que rapidamente perdem o brilho e deixamos de usar. E repetimos o processo numa busca infindável pelo que supomos ser a felicidade.

No Japão, surgiu o movimento Minimalismo, que rejeita tudo isto e nos mostra que o essencial é suficiente para sermos felizes, libertando-nos, ao mesmo tempo, dessa pressão social. Fumio Sasaki, autor de «Adeus, Coisas» (ed. Nascente), não é um guru do Minimalismo, é apenas uma pessoa normal que levava uma vida stressante e se martirizava com a constante comparação com os outros. Até que um dia decidiu mudar de vida, dizendo adeus a todas as coisas que acumulou durante anos. Os resultados foram surpreendentes, e Sasaki percebeu, finalmente, o que era ter liberdade. Hoje vive num apartamento de 22 metros quadrados, em Tóquio, mobilado apenas com uma pequena caixa de madeira, uma secretária e um colchão desdobrável.

Neste livro, o autor partilha a sua experiência pessoal com o minimalismo, revelando dicas sobre o processo – «Compilei métodos para deitar várias coisas fora, acompanhados de uma lista para os minimalistas que se queiram separar de mais artigos, bem como de um remédio para os minimalistas que se viciam em deitar coisas fora» – mostrando como este movimento pode transformar o nosso espaço e, principalmente, enriquecer a nossa vida.

​Sasaki já referiu: «Eu não conseguia deitar nada fora. E as minhas coisas amontoavam‑se. Vivi neste apartamento durante 10 anos, e durante esse tempo parecia que a minha vida tinha deixado de avançar. Foi quando me deparei com o conceito de Minimalismo — de reduzir os nossos pertences ao mínimo essencial. Passei de um maximalismo confuso para um mini­malismo vivo. Disse adeus a quase todas as minhas coisas e, para minha surpresa, acho que eu próprio também mudei, ao longo do processo./ 1. Pouco a pouco, transformei aque­le quarto confuso num apartamento bem arrumado e decente, enquanto mantive as minhas coisas preferidas./ 2. Vi‑me livre de todos os meus livros e, até, da cadeira da minha secretária, o que resultou num ambiente agradavelmente limpo para viver. Chamamos a isto modo de vida ‘simples’, em vez de modo de vida minimalista. Não é agradável?/ 3. Por fim, vi‑me livre do meu colchão, da minha mesa e até da televisão. A minha nova ‘mesa’ é, na realidade, um recipien­te para pequenos artigos. Muitas vezes, sinto‑me um monge zen em fase de treino.»

 

O livro

«Adeus, Coisas» fala ainda de Hiji, minimalista radical e uma das primeiras pessoas que ajudou a disseminar o movimento Minimalista no Japão. Hiji é um minimalista radical que não deixa nada no seu corredor. Não tem um único caixote do lixo e restringe os seus pertences ao estritamente necessário — um frigorífico, uma panela de cozer arroz e um forno micro-ondas. Dá ainda o exemplo de Ofumi e do marido, que aderiram ao Minimalismo enquanto casal. Quando se mudaram de um apartamento de 78 metros quadrados para um de 44, deitaram fora 130 quilos de pertences. Em «Adeus, Coisas» ficamos ainda a saber como vive uma família de quatro minimalista e ainda um viajante incansável minimalista. Todos os casos são ilustrados com imagens.

​A editora Nascente disponibiliza os primeiros capítulos aqui. ​

 

O autor

Fumio Sasaki nasceu em 1979, em Kagawa, no Japão. Trabalha como editor na Wani Books, uma editora especializada em banda desenhada japonesa. É coautor do blogue Minimal & ism, sobre o minimalismo, e vive segundo os seus preceitos, num apartamento de 22 metros quadrados, em Tóquio, mobilado apenas com uma pequena caixa de madeira, uma secretária e um colchão desdobrável.