«ICF Converge 2017»

A executive coach Ana Teresa Penim esteve presente no «ICF Converge 2017», em Washington DC (Estados Unidos), tendo vindo a partilhar com a «human» e a sua comunidade testemunhos, curiosidades e novidades do maior evento global sobre coaching. Esta é a última colaboração.

A ICF é a International Coach Federation.

 

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«ICF Converge 2017»

Dia 3: You, me, we – unconference

 

Por Ana Teresa Penim

 

O terceiro dia do «ICF Converge 2017» assumiu um conceito original, totalmente em sintonia com a essência do coaching: «Unconference». Ao contrário das conferências tradicionais, em que os oradores se dirigem à assistência, a unconference é dinamizada e protagonizada pelos participantes. Tratou-se, assim, de uma experiência interativa e colaborativa, envolvendo os mais de 1.500 coaches presentes no plenário.

Ao longo de três horas, sob a orientação animada dos especialistas Jenny Sauer-Klein (designer de experiências dinâmicas de aprendizagem e fundadora da The Culture Conference) e de Marc Pomerleau (vice-presidente de estratégia global da FreemanXP), esta comunidade multicultural de coaches refletiu em conjunto sobre o futuro do coaching, e cada participante recebeu ainda apoio sobre desafios profissionais ou pessoais que enfrenta, através da dinâmica de peer coaching.

Os temas debatidos na unconference, que haviam sido escolhidos por votação dos participantes no plenário de abertura do evento, foram:

– como educar o mercado sobre os benefícios do coaching;

– fazer coaching com a próxima geração de líderes e de agentes da mudança;

coaching para a mudança social;

– a emergência das tecnologias e o seu efeito na interação humana.

Algumas das conclusões chave dos grupos, que destaco, são:

– a comunidade internacional de coaches da ICF, que ultrapassa já os 30 mil membros, deverá mobilizar-se ainda mais para esclarecer os decisores das organizações sobre os benefícios do coaching, bem como sobre o paradigma qualitativo da ICF;

– evidenciar os resultados e benefícios do coaching, para além dos parâmetros clássicos de ROI (return on investment), é fundamental;

– é importante que os líderes da próxima geração, altamente qualificados em termos académicos e tecnológicos, possam beneficiar do contributo do coaching para não se sentirem isolados e não perderem o sentido de vida;

– os coaches da nova geração de líderes deverão entender as novas «linguagens» e o seu mindset tecnológico, de forma a conectarem com eles, ao mesmo tempo que tiram partido de outras tendências emergentes, de aparente sentido contrário, como a ecologia, o mindfulness ou a responsabilidade social;

– o team coaching assume uma pertinência especial no novo contexto organizacional, no qual a emergência da inteligência coletiva é uma condição chave para a perfomance e a criatividade das equipas;

– os projetos de coaching corporativo deverão ser desenhados de forma customizada e com componentes e estratégias diversificadas, respondendo às especificidades e ao momento da organização, de forma a favorecer a transformação e a capacidade de adaptação contínua da mesma aos desafios que enfrentará, progressivamente, no mercado e na sociedade;

– quanto mais intensa é a tecnologia, mais importante é a interação humana, seja qual for a linguagem que adota;

– não há dúvida de que perante um ambiente mundial VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo) o coaching se afirma como o processo de desenvolvimento de talento e de equipas mais eficiente, eficaz e com maior ROI;

– as competências de coaching enriquecem o perfil profissional e a performance de um conjunto alargado de funções/ papéis assumido na vida pessoal e profissional (o desenvolvimento das mesmas deve ser fomentado);

– a partilha de conhecimento científico, práticas, ferramentas, experiências positivas e negativas entre coaches é fundamental para o desenvolvimento contínuo e a criação de massa crítica nesta comunidade profissional;

– o coaching é mais do que coaching; é importante para todos e em todas as circunstâncias (pessoais e profissionais); foi unânime que é missão do coaching contribuir para um mundo melhor.

O «ICF Converge 2017» contemplou ainda o International Prism Award Ceremony, no qual cinco organizações de vários pontos do globo apresentaram como estão a construir fortes culturas de coaching, cumprindo os mais rigorosos standards da profissão, visando objetivos estratégicos chave e evidenciando os seus impactos positivos e duradouros:

. The Ann and John Doerr Institute for New Leaders at Rice University (Estados Unidos);

. Automotive Fuel Cell Cooperation Corp. (Canadá);

. EY (Reino Unido);

. HP-Dalian Site (China);

. St. Michaels University School (Canadá).

Conclusão: o «ICF Converge 2017» foi altamente participativo e animado. O espírito de comunidade profissional foi reforçado.  Os coaches saíram reforçados em entusiasmo, competências, ferramentas, network e altamente mobilizados para contribuírem para um mundo melhor.

O próximo evento global da ICF será em 2019.

Curiosidade: Portugal foi o único dos 62 países que na cerimónia de abertura do «ICF Converge 2017» se apresentou com a respetiva bandeira nacional.

Pela minha parte, espero ter contribuído, com os meus destaques diários sobre o evento na revista «Human», para que a comunidade portuguesa de coaches, profissionais de recursos humanos, decisores e todos quantos se interessam pelo coaching, tenham sentido que também participaram no «ICF Converge 2017».

A todos agradeço e desejo uma rentreé profissional positiva e estimulante.