«II CONTAR –  Festival de Contos do Mundo»
Em Beja, palavras de toda a parte

De 22 a 27 de agosto, o «CONTAR – Festival de Contos do Mundo» sai da Biblioteca Municipal, percorre a Mouraria, o Teatro Pax Julia e instala-se no edifício do Antigo Hospital da Misericórdia. Na segunda edição, a parceria entre a Câmara de Beja e a Ouvir e Contar – Associação de Contadores de Histórias alarga-se ao Centro Unesco para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial e à Santa Casa da Misericórdia de Beja, que abre as portas da sua CASA (o Antigo Hospital da Misericórdia) para acolher quem gosta de ouvir e contar histórias.

Por Francisca Rodrigues

 

«II CONTAR –  Festival de Contos do Mundo» começa devagar, ou não tivesse o tempo como pano de fundo. Dia 22, há encontro marcado com um dos primeiros artífices do tempo, pelas 18H30. O Mestre Torrão (o homem do Cante) vai estar à espera para, em amena cavaqueira, falar sobre a sua arte sem tempo.

Os contos e o Jantar Narrado – a decorrer no átrio da Biblioteca Municipal –  convidam a ficar por ali e depois seguir em grupos para o centro histórico. À noite, pelas 21H30, há contos na Mouraria.

A 23 e 24, Jorge Serafim e Ana Sofia Paiva vão partilhar histórias que se contam por aí, dando o pontapé de saída a duas residências que decorrerão até às «Palavras Andarilhas» de 2018.

Ao longo de todo o festival, as histórias para brincar com o tempo assomarão às manhãs e aos fins de tarde, dirigidas a pais e filhos, e os contos para enganar o tempo percorrem algumas instituições particulares de solidariedade social (IPSS) do concelho, levando jogos de dizer e de contar.

No Antigo Hospital da Misericórdia, as noites frescas hão-de convidar a usar um abafo e a escutar as histórias à margem do tempo, por duplas de narradores que contando se completam: nomes como Nicolás Buenaventura, Maria Morais, Maurício Corrêa Leite, Ana Griot, Michèle Nguyen, Antonella Gilardi, Celso Sanmartín, Carles Garcia Domigo e Clare Murphy. São eles que, entre 25 e 27, levarão a assistência pela mão numa viagem por Portugal, Espanha, Itália, Bélgica, Irlanda, Colômbia e Brasil.

Ainda entre 25 e 27, o Mercadinho de Coisas Miúdas serve de pretexto para as pessoas passarem o tempo entretidas com conversas dinamizadas à volta de objetos (livros e brinquedos), olhares e memórias. António Parrinha, Rogério Fialho, Armando Horta, Manuel Paula, José Barbieri, Rui Arimateia, Idalina Cacito, Mariana Bicho, Mariana Lopes, Mestre Pica e Joaquim Gonçalves são alguns dos artífices do tempo desta edição.

A reflexão sobre o papel da narração e das narrativas na construção e no entendimento do mundo e do outro volta a marcar presença com o programa «Narrare Humanum Est», desta vez oferecendo tertúlias entre narradores que vêm cruzar experiências, certezas e dúvidas sobre algo que nos torna humanos – a capacidade de nos narrarmos.

«Se eu quiser falar com Deus» e «Histórias bendictas» serão o tema das sessões realizadas na Capela, enquanto no Museu da Farmácia a conversa se fará «Entre Mesinhas e Rezas».

Entretanto, no Teatro Pax Julia, o festival propõe uma programação de espetáculos narrativos e poéticos que abarca todas as idades: dos mais pequenos, com «A Balada das 20 Meninas Friorentas», de Margarida Mestre, passando pelos jovens, com «Vy», de Michèle Nguyen e pelos adultos, com «Dar à Luz – A Aventura do Pensamento». Já a Torre de Menagem do Castelo de Beja será o palco do espetáculo «The king of Lies», de Clare Murphy.

Mas não só de palavras se fará o festival. Nos Jantares Narrados confirma-se o lema: «no comer e no contar, o pior é começar», já que serão animados pelos narradores presentes. Para os dias 22 e 27, as inscrições poderão ser feitas através do número de telefone 284 311 900. Para o dia 23, as inscrições deverão ser feitas diretamente nos restaurantes Henry Bar e D. Maria.

Entre 23 e 27, as noites serão rematadas com pequenos concertos cantados e/ ou dançados, com Eduardo Ramos, que apresentará o som do alaúde e da herança árabe em Portugal, os Parapente 700, com músicas e danças europeias, as Moçoilas, com os cantares das serras algarvias, e os Samba sem Fronteira, cujo nome diz tudo.

Fora da cidade de Beja, as «Noites d’ir ao fresco» acontecerão nas freguesias rurais do concelho. Aqui uma praça, além uma escadaria, acolá um largo, dinamizadas por José Craveiro, Cláudia Fonseca, Ana Santos, Thomas Bakk, entre outros.

O programa do festival dirige-se a público de todas as idades e é completamente gratuito.

Algumas atividades necessitam de inscrição prévia, como referido.

Programa aqui.