Impacto da inteligência artificial nas profissões e nos sectores  

A IBM Portugal realizou em Lisboa o «Watson Portugal Summit 2017», onde apresentou as grandes tendências tecnológicas e de negócio, deu a conhecer casos reais baseados no sistema cognitivo Watson («IBM Watson», plataforma IBM de inteligência artificial, IA), e promoveu um painel interativo sobre a transformação atual que já estamos a assistir nos postos de trabalho e ao nível das competências.

«Acredita que daqui a 10 anos a sua função será substituída por um robot ou vai deixar de confiar no seu médico face a sistemas inteligentes que processam cinco mil novos ensaios médicos por dia?» É o exemplo de perguntas em direto colocadas aos participantes para votarem, sendo depois comentadas por reconhecidos gestores e líderes de topo do nosso país.

António Raposo de Lima, presidente da IBM Portugal, partilhou: «A IBM traz o ‘Watson Summit’ a Portugal para demonstrar a sua verdadeira capacidade para acompanhar as diversas organizações e os diversos sectores na transformação digital através de soluções cognitivas e da plataforma cloud para ter acesso a informação crítica, relacionar-se de forma diferente, tomar decisões com uma maior confiança e executar melhor o trabalho de cada um de nós. Já não estamos no domínio da ficção científica, nem estamos a falar de utopias, mas a viver um momento único, disruptivo e dinâmico que exige uma transformação contínua e sem precedentes, e que sem dúvida é já uma realidade para a qual temos exemplos concretos nos mais diversos sectores de atividade.»
Plataforma de inteligência artificial para as empresas

O sistema «IBM Watson» tem vindo a consolidar-se como plataforma de inteligência artificial para as empresas e está disponível através de APIs (application programming interfaces) e de produtos SaaS (software as a service). Trata-se de uma tecnologia emergente que é já uma realidade e que está a ser aplicada em várias áreas para dar apoio aos profissionais em inúmeras indústrias, ajudando a resolver grandes desafios, como o tratamento e a prevenção de doenças ou a personalização da educação, como é o caso da parceria da IBM com a «Rua Sésamo» (ver aqui). A plataforma consegue ler cerca de cinco mil novos estudos médicos por dia, para além de ser possível utilizar dados médicos e dados de cada paciente para um tratamento mais personalizado. Por outro lado, os analistas de TI (tecnologias de informação) podem monitorizar mais de 35 mil milhões de eventos de segurança por dia. No apoio ao cliente, cada colaborador pode resolver problemas 70% mais rápido e responder a 33 mil questões diferentes de 33 mil clientes.

O «IBM Watson» é um sistema que aprende à escala, raciocina com um propósito e interage com humanos de forma natural para apoiar a tomada das melhores decisões. A computação cognitiva utiliza tecnologias de linguagem natural, de machine learning e de raciocínio automático. Estas capacidades foram desenvolvidas para resolver uma grande variedade de problemas práticos, aumentar a produtividade e adotar novas descobertas nos vários sectores.
O sistema pode analisar e interpretar dados, incluindo texto não estruturado, imagens, áudio e vídeo, oferecer recomendações personalizadas ao entender a personalidade, o tom de voz e a emoção do utilizador, especializar-se numa determinada matéria dentro de aplicações ou sistemas e ainda interagir através de diálogo.

Num mercado de IoT (internet of things), que está a explodir e deverá atingir os 14,2 biliões de dólares até 2022, a IBM está no coração da transformação da IoT, e demonstra-o com um compromisso de três mil milhões de dólares que faz em inovações, parcerias e colaborações no campo da Internet das coisas (IoT). Atualmente, está a trabalhar com mais de seis mil clientes de IoT em seis continentes, incluindo sete das 10 maiores empresas automóveis, oito das 10 maiores empresas de exploração de petróleo e gás e nove dos 15 aeroportos mais movimentados.

A Kone, empresa de elevadores, utiliza o «Watson IoT» para analisar os dados dos seus elevadores e das escadas rolantes em todo o mundo, para assegurar um transporte de pessoas de forma segura, eficiente e tranquila. O «IBM Watson» ajuda a prever a condição do elevador ou da escada rolante, ajudando os clientes a gerir o seu equipamento ao longo de todo o ciclo de vida. Ao injetar este tipo de inteligência artificial nos seus serviços, a Kone pode prever e até sugerir resoluções para potenciais problemas.
Blockchain, tecnologia para a mudança

Na economia globalizada, a transformação digital e a emergência de novas tecnologias, como cloud e blockchain, faz com que toda esta inovação tecnológica tenha impacto nos novos modelos de negócio e operacionais nos vários sectores e nas várias indústrias.

Esta tecnologia, que irá definir a forma como as transações serão no futuro, caracteriza-se por ser imutável, transparente e extremamente segura, fornece uma visão única da verdade a todos os intervenientes num dado contexto ou processo, ao mesmo tempo que fornece visibilidade seletiva com base nas suas credenciais. Nenhuma parte pode modificar, excluir ou anexar qualquer registo sem o consenso de outras nessa rede ou nesse nível. Este grau de transparência ajuda a reduzir a fraude e os erros, assim como a necessidade de as partes interagirem para seguir os dados de pagamentos e o status das políticas.
Ficou evidente na sessão que o blockchain não se aplica apenas às instituições financeiras, pode ser implementado em todo o tipo de sectores, como retalho, saúde e entretenimento, para gerir de forma mais adequada o fluxo de bens e pagamentos com maior velocidade e menos riscos. Por exemplo, as instituições financeiras podem liquidar títulos em minutos em vez de dias, e os fabricantes podem reduzir as retiradas de produtos, partilhando o registo de produção com outros fabricantes e com reguladores.

A AIG, a IBM e a Standard Chartered anunciaram recentemente uma nova solução de blockchain que cria uma nova linha de segurança e transparência no processo de subscrição de produtos, o que irá permitir às empresas oferecer seguros multinacionais de forma mais eficiente, uma vez que a coordenação de gestão de colocação de múltiplas apólices de seguros em vários países é altamente complexa.

Quem participou teve a oportunidade de experimentar algumas das funcionalidades práticas da inteligência cognitiva do «Watson» na área de demonstração da conferência, que incluiu entre outras o «Cognitive Retail», o «Chef Watson», o «Futebol 4.0» e o «Watson Personality Insights». Este showcase da IBM permitiu mostrar a capacidade do «Watson» em tarefas diárias e até comuns, como a compra de vestuário ou a confeção de novas receitas, cuja lógica e cuja solução podem depois ser pensadas e aplicadas em áreas de negócio concretas.

O «Watson Portugal Summit» contou com a participação do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, de António Raposo de Lima, presidente da IBM Portugal, de alguns dos principais executivos internacionais da companhia, como Christian Kirschniak, vice-president and managing partner e european leader for cognitive, Ulisses T. Mello, research director, e Louis de Bruin, blockchain leader para a Europa.

Numa parceria com o jornal «Expresso», o painel foi moderado por Ricardo Costa, diretor geral de Informação do Grupo Impresa, e contou com personalidades reconhecidas, designadamente Isabel Vaz, chief executive officer (CEO) da Luz Saúde, Madalena Tomé, CEO da SIBS, Paulo Ferrão, presidente do Conselho Diretivo da Faculdade de Ciência e Tecnologia (FCT), António Raposo de Lima, presidente da IBM Portugal, e o chef Kiko.