A integração dos jovens no mundo empresarial

A crescente interligação e o relacionamento mais intenso entre escolas, institutos e universidades e o mundo empresarial trazem algum otimismo. É verdade que substituem nichos de surpreendente isolamento. Ainda recentemente conheci jovens de uma universidade na qual nenhuma ou rara atividade de aproximação ao mercado de trabalho foi realizada, durante formação e mesmo depois de concluídos os estudos. Fiquei incrédulo. Mas nichos não correspondem à realidade atual.

Por Nuno Nogueira

 

Não obstante a proximidade e a relação entre comunidades escolares, académicas e empresariais, subsistem gaps significativos entre as bases de formação e os currículos e as efetivas necessidades do mercado.

Tais desvios não são forçosamente negativos. A formação escolar e universitária tem objetivos próprios e não se destina, exclusivamente, à preparação para o mercado de trabalho. E, por outro lado, não devemos esquecer a aceleração significativa do desenvolvimento das necessidades empresariais, do mercado, face à evolução técnica e tecnológica – o já célebre e lugar-comum do «estamos a preparar profissionais para empregos que já não/ ou ainda não existem».

Em todo o caso, subsiste uma realidade ancestral. Como sempre. As comunidades empresariais são um elemento essencial na formação – humana e profissional – dos jovens. Independentemente das suas origens escolares e académicas. Da sua maior ou menor juventude. Da sua maior ou menor maturidade.

Os jovens estão ainda em formação nos seus comportamentos e valores, nos seus interesses e modos de vida, na forma como encaram a sociedade, a sua família e o seu grupo de amigos. Estão ainda em construção do seu ideal, no modo como avaliam o mundo no qual estão inseridos e como leem a realidade a que assistem todos os dias.

E da forma como a realidade se confunde com o mundo imaginário e virtual (e vice-versa), a integração profissional – especialidade, novos desafios – deve ser consciente e conscienciosa. Enquanto seres em desenvolvimento, devem ser valorizados não apenas pelo que já são, mas também pelo que podem ser.

O papel das comunidades empresariais é crítico neste contexto. A assunção plena deste papel em todas as suas dimensões deve ser bem ponderada. Os jovens serão também o que as suas primeiras experiências profissionais os ajudarem a ser. Para o bem. E para o menos bem.

 

Nota: o autor do artigo surge na foto, nas instalações da REBIS.

 

 

»»» Nuno Nogueira, detentor de um MBA pelo ISCTE e novo responsável de recursos humanos, marketing e comunicação da REBIS Consulting, conta com mais de uma dúzia de anos na PwC, como auditor e consultor, responsável de formação interna e para clientes (PwC Academy) e das equipas de recrutamento e seleção. Foi ainda administrador na Teleperformance em Portugal, com as áreas da qualidade e da formação. A REBIS tem tido um significativo crescimento da sua atividade no último ano. Especialista em soluções SAP Business Analytics e com vasta experiência em produtos e metodologias SAP BusinessObjects, a empresa tem objetivos ambiciosos: duplicar a presença em Portugal e reforçar a internacionalização. A presença em Portugal foi já valorizada com uma carteira de reconhecidas marcas e empresas que procuram a excelência técnica, assegurada por uma equipa multicultural com mais de 15 anos de experiência técnica.